segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Comemoração do Centenário da Fé Bahá'í na África do Sul

No passado dia 12 de Novembro, comemorou-se em Joanesburgo, o centenário da Fé Bahá'í na África do Sul, com uma reunião aberta de pessoas de todas as origens étnicas, lembrando que nem sempre foi assim no passado. Durante esta comemoração foram recordadas algumas histórias que relatavam os perigos enfrentados pelos primeiros Bahá’ís que tentavam seguir a sua fé nos anos mais difíceis do apartheid.

Khwezi Fudu, porta-voz dos Bahá’ís da África do Sul, disse: "A comunidade reflectiu sobre o trabalho dos primeiros Bahá’ís na promoção da unidade num país com um passado de segregação racial". E acrescentou: “Também comemoramos - com apresentações musicais, teatrais e audiovisuais - a contribuição que a comunidade Bahá'í tem dado ao país nas áreas de unidade racial, educação moral das crianças e dos jovens, igualdade de género e diálogo inter-religioso".

O ex-Presidente Sul-Africano, Thabo Mbeki, enviou uma mensagem em que afirmava: "Estamos... fortemente encorajados pelo facto de vocês terem respondido aos desafios do desenvolvimento humano, não só prestando serviços, mas também alimentando a capacidade de todos os seres humanos para o seu próprio desenvolvimento, incluindo a sua moralidade". "Sentimo-nos muito honrados e mais fortes por termos membros da Fé Bahá'í no nosso país e entre nós", acrescentou.

O coro Bahá'í "Diversity" actuando na celebração do Centenário da Fé Bahá'í na África do Sul


UMA ELEIÇÃO MULTI-RACIAL

Aos dignitários e convidados presentes na comemoração, foi contado que, após a Fé Bahá'í ter chegado à África do Sul em 1912, as pessoas de todas as raças, foram-se juntando gradualmente à comunidade. Em 1956, quando a comunidade era já suficientemente grande, os Bahá’ís da África Austral, de várias origens raciais, reuniram-se numa pequena fazenda em Highveld e elegeram o primeiro Conselho regional.

Como precaução, Reginald Turvey - um pintor muito conhecido, que era Bahá’í - ficou a vigiar a estrada que ia para a fazenda. Se a polícia de segurança se aproximasse, ele daria um aviso e os eleitores, dispersar-se-iam. Os Bahá’ís africanos fingiriam estar a fazer limpezas e a cozinhar, enquanto os membros brancos da comunidade fingiriam estar a jogar às cartas.

Esta eleição histórica decorreu sem problemas - o seu resultado foi uma prova do princípio Bahá’í de unidade racial: dos nove membros eleitos, dois eram negros e um deles era um mestiço Sul-Africano, juntamente com um Swazi e um moçambicano, e quatro brancos.


CONVIDADOS PROEMINENTES

Na comemoração do centenário estiveram presentes: a senhora Zanele Mbeki, anterior primeira dama da África do Sul; a família real Sigcau, do povo AmaMpondo; Agostinho Zacarias, Coordenador Residente das Nações Unidas, e outras pessoas ilustres, incluindo funcionários do governo, membros do corpo diplomático, artistas, jornalistas e representantes de corporações, académicos, líderes religiosos e activistas sociais.

Também a Alta Comissária Australiana - Sua Excelência a Sra. Ann Harrap - fez uma palestra em que focou questões como a capacitação das mulheres e descreveu a ocasião como "interessante, inspiradora e educativa". "Fiquei impressionada pela forma como a comunidade Bahá'í se reuniu para apresentar o que eles têm contribuído para a sociedade Sul-Africana nos últimos 100 anos", acrescentou.

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FONTE: South African Baha'is reflect on 100 years of racial unity (BWNS)

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