quarta-feira, 25 de julho de 2007

A Unidade da Europa

Nos anos que se seguiram à Primeira Guerra Mundial, a Europa tentava novos equilíbrios políticos e sociais. Alguns idealistas pensaram ter chegado o tempo de criar uma nova ordem politica no velho continente que fosse capaz de unir as nações europeias, com laços de solidariedade e cooperação mútua entre os povos. As sucessivas iniciativas eram obstruídas pelos novos nacionalismos que despontavam em vários países europeus daqueles tempos.

Em 1931, num documento intitulado, a Meta de uma Nova Ordem Mundial, Shoghi Effendi constatou os esforços que estavam a ser feitos para criar uma nova ordem política na Europa e as forças que se opunham a esses esforços:
A feroz oposição com que foi recebido o falhado esquema do Protocolo de Genebra; o ridículo que cobriu a proposta de uns Estados Unidos da Europa que foi subsequentemente avançado, e o falhanço de um esquema geral para uma união económica da Europa, podem parecer derrotas dos esforços que um punhado de pessoas visionárias exerceu honestamente para o progresso deste ideal. E, no entanto, não encontramos um justificado encorajamento quando observamos que a mera consideração de tais propostas é em si uma evidência do seu firme crescimento nas mentes e corações dos homens?
Mas a "vitória moral" daqueles idealistas europeus da primeira metade do século XX não ficaria para a história como um simples nota de rodapé. Para o Guardião da Fé Bahá’í era o prenúncio de uma nova Europa, não obstante os tempos conturbados que se adivinhavam:
Nas tentativas organizadas que estão a ser feitas para desacreditar um conceito tão enaltecido, não estamos a testemunhar a repetição, numa maior escala, das lutas perturbadoras e controvérsias agrestes que precedem o nascimento, e reconstrução assistida, das união das nações do Ocidente?
Com a assinatura do Tratado de Roma, em 1957, várias nações europeias deram os primeiros passos a caminho de uma unidade de nações e povos europeus. Nas décadas seguintes, a Europa cresceu, transformou-se e tem cada vez mais tendência a assumir-se como uma potência mundial. A história acabou por dar razão a Shoghi Effendi e aos idealistas europeus do início do século XX.

Cerimónia de Assinatura do Tratado de Roma

Independentemente das crises, dos avanços e dos recuos que sempre existiram nos processos de integração e negociação no seio da União Europeia, acredito que esta pode ser vista ainda com a demonstração da viabilidade prática do princípio bahá’í de unidade da humanidade. É legítimo perguntar: se a aplicação deste princípio funciona na Europa, o que falta para funcionar noutras partes do mundo?

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