sábado, 2 de setembro de 2006

Inconformados com a revolução

Na revista Única de hoje (suplemento do Expresso), a reportagem de Margarida Mota e António Pedro Ferreira ("Inconformados com a revolução") apresentou interessante um retrato do iraniano comum: gente com os mesmos interesses e ambições semelhantes aos de pessoas de outros pontos do globo. O facto de viverem sob um regime teocrático sujeita-os a um conjunto de constrangimentos nas suas actividades profissionais e afazeres pessoais, aos quais reagem com criatividade, cautela ou resignação.

Mas se este trabalho tem o mérito de mostrar que o cidadão comum iraniano, protegido pela Constituição e leis iranianas, não se conforma nem se acomoda com as restrições que a Republica Islâmica impõe, poderia ter ido um pouco mais longe e incluído um exemplo de um cidadão iraniano, que vive sem protecção legal ou jurídica, e é alvo de diferentes tipos de discriminação por professar uma religião que não o Islão, tal como acontece com os membros da comunidade bahá'í daquele país.

É verdade que as perseguições aos bahá'ís do Irão não são o caso mais grave de atropelo aos Direitos Humanos em todo o mundo. Mas creio que um bom retrato social daquele país deveria incluir um membro de uma minoria religiosa que o regime iraniano insiste em tratar como cidadãos de segunda classe. Afinal, já por 18 vezes a Assembleia Geral das Nações Unidas condenou o regime iraniano devido às perseguições aos bahá'ís.

7 comentários:

Dad disse...

Assusta-me pensar num regime teocrático! A César o que é de César...

Ditaduras em nome de Deus???
Deus se é o Amor,é também a Liberdade!
Reprimir em nome de Deus, é crime!

Um beijinho para ti,

Dina Domingues disse...

nem li o teu post, só te quero dizer: BENVINDO
eu estou do pior que há :)

João Moutinho disse...

Bem Vindo!
Esperamos que te tenhas divertido imenso isto na possibilidade de os garotos te terem dado o sossego possível.
Depois do período de recuperação espero que voltes cheio de vontade para nos (neste caso eu) aturares.

Anónimo disse...

Bem vindo de volta a tua casa Marco...mas vejo que ainda que não recuperaste a rotina. Vê lá se recuperas o ritmo depressa pois parece-me que há muita gente desejosa dos teus posts:-)

Santos Passos disse...

O dia que o mundo tiver mais Marcos, tudo será melhor.
Abração do incrédulo que admira tua fé.

Marco Oliveira disse...

Santos Passos,
Eu não sou nenhum santo; sou um tipo igual a muitos outros.

João,
A minha inspiração para escrever anda por baixo. E com o emprego e a família a exigir cada vez mais atenção, o tempo começa a escassear. Pode ser que as coisas mudem.

Moutinho,
Se tiveres paciência para me aturar, eu também paciência para te aturar. :-)

Dina,
Quando estás do piorio, então estás no teu melhor! :-)

Dad,
É estranho que existam pessoas que julgam que podem violar os mais elementares direitos humanos em nome de Deus. Que conceito tão estranho que estas pessoas têm sobre Deus!...

Anónimo disse...

Também estou de volta.
Ou melhor dizendo talvez estarei de volta!!!!!!
Oi, Marco? né?
Pois é estranho que existam pessoas que julgam que podem violar os mais básicos direitos humanos em nome de Deus, mas elas existem e o nosso dever é lutar para consciencializar quanto mais gente.
E por falar ideias e para matar a minha curiosidade: será que Santos Passos é mesmo brasileiro?
É que eu ainda não tinha conhecido um brasileiro sem fé, incrédulo!
Abraço
Daniella