Titulo de um artigo num jornal Egípcio de terça-feira passada:
Porque é que a Casa do Islão não foi suficientemente grande para acolher todas as pessoas, incluindo os bahá'ís... reconhecendo o seu direito a acreditar naquilo que agrada aos seus corações?
O jornal em causa é o Al-Qahera, um semanário publicado pelo Ministério da Cultura, no Egipto. O autor, Ahmad Zaki Othman, investiga e analisa os motivos que levaram ao clima de tensão contra os baha'is e à decisão do Supremo Tribunal Administrativo que rejeitou a possibilidade dos baha'is verem a sua religião inscrita nos documentos oficiais de identificação.
O autor considera que os Muçulmanos estão actualmente a atravessar uma fase de opressão, humilhação e humilhação sem precedentes, em que lhes é extremamente difícil identificar alguma realização significativa no mundo islâmico, excepto naqueles países onde a população muçulmana é minoritária. Entre os deputados dos parlamentos francês, britânico e alemão existem alguns muçulmanos; e nos Estados Unidos existe uma juíza que é muçulmana. Mas nada disso parece impressionar os muçulmanos.
Ao longo do artigo, Othman tentar abordar racionalmente toda a situação, desmontado toda a retórica emocional e inflamada com que o assunto foi abordado. A atmosfera de frustração e intolerância provocadas pela ausência de uma verdadeira democracia no Egipto, tem levado, entre outras coisas, à busca de ameaças imaginárias em que tudo o que não e Muçulmano se torna um alvo potencial. A confusão sobre o papel de cada um dos agentes do Estado também parece óbvia; ministros, deputados e juízes parecem ter um entendimento pouco esclarecido sobre os seus papeis.
O autor refere ainda o enorme fosso que separa aquilo que a nação egípcia pensa de si própria e aquilo que revela a realidade do seu discurso. E descreve os gritos de júbilo que se ouviram no tribunal no dia 16 de Dezembro, como um indicador do descalabro moral e derrota psicológica da nação. A concluir o artigo, Othman desafia todos os dogmas, ilusões e frustrações dos fundamentalistas islâmicos que instigaram o recurso do Governo contra a decisão do Tribunal Administrativo que tinha assegurado os direitos dos Baha'is.
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Para mais informações sobre este artigo ver Official Egyptian Press Examines the Baha'i Case, do blog Baha'i Faith in Egypt.
5 comentários:
É bom para o Egipto que existam no seu interior vozes assim. Era bom que se multiplicasssem!
Pois é.
O problema é deixar que organizações que abertamente se propõem desrespeitar as regras da democracia (tipo Irmandade Muçulmana), possam alguma vez obter um triunfo numas eleições.
Foi isso que aconteceu na Argélia,
Aliás o Hitler também chegou ao poder através de eleições.
Por isso o melhor é encontrar um bode expiatório (o tal inimigo imaginário) que serve para estas organizações destilarem a sua fúria.
É isso mesmo GH e João...
Ó Marco, sugiro "blogares" uns artigos sobre educação, escolas e afins, tenho andado a ver escolas para os meus putos e tenho visto coisas tristes, nomeadamente nas escolas privadas, sobre o qual gostaria de desabafar...
Caro GH, estás enganado, na Argélia não foi isso que aconteceu, mas o contrário, ou seja não foi permitido aos fundamentalistas que ganhassem as eleições (ou pelo menos que fizessem alguma coisa com essa vitória).
Caro Mikolik vejo que tem um blogue meio parado, então porquê não começa com esta ideia de postes sobre educação e as escolas e ...
Seria muito boa ideia, será útil e poderá desabafar também.
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