quarta-feira, 7 de março de 2007

O Jejum nas Religiões

A propósito do jejum Bahá'í que se iniciou no passado dia 2 e termina no próximo dia 20, aqui fica um quadro comparativo (que encontrei na Beliefnet.com) sobre o jejum em várias religiões. Na Wikipedia também se pode encontrar um artigo interessante sobre o jejum nas várias religiões.

Religião
Quando?
Como?
Porquê?
Bahá'í
jejum bahá'í tem lugar entre os dias 2 e 20 de Março, que correspondem ao mês de Ala, o 19º do calendário bahá’í.
Não comer nem beber entre o nascer e o pôr do sol.
O jejum simboliza um processo de transformação espiritual e o desprendimento das coisas deste mundo; o objectivo é que o crente se concentre em Deus
Budismo
Todos os principais ramos do Budismo praticam jejum, geralmente em dias de lua cheia e em alguns feriados
Depende da tradição budista. Geralmente consiste apenas na abstenção de alimentos sólidos sendo permitidas bebidas
É um método de purificação. Os monges budistas Theravada e Tendai jejuam com o objectivo de libertar a mente. Alguns monges budistas tibetanos jejuam para conseguir efeitos de ioga, como por exemplo gerar um calor interior.
Catolicismo
Jejum e abstinência de carne na quarta-feira de cinzas, e abstinência de carne em todas as sextas-feiras da Quaresma. Durante muitos séculos os católicos estiveram proibidos de comer carne às sextas-feiras. Mas desde os meados dos anos 1960, a abstinência de carne nas sextas-feiras fora da Quaresma tem sido deixada à consciência de cada um.
Na quarta-feira de cinzas e na sexta-feira santa, são permitidas duas pequenas refeições e uma refeição normal; a carne está proibida. Nas sextas-feiras da quaresma a carne não é permitida. Para o jejum opcional da sexta-feira, algumas pessoas substituem-no por uma penitência ou uma oração especial pelo jejum.
Ensina o controlo dos desejos da carne, penitência pelos pecados e solidariedade para com os pobres. O jejum da quaresma prepara a alma para uma grande festa ao praticar a austeridade. O jejum de sexta-feira santa celebra o dia em que Cristo sofreu.
Cristianismo Ortodoxo Oriental
Existem vários períodos de jejum incluindo a Quaresma, o Jejum dos Apóstolos, o Jejum da Ascensão, o Jejum da Natividade, e vários outros dias de jejum. Todas as quartas-feiras e sextas-feiras são consideradas dias de jejum, excepto aqueles que coincidem com as “semanas livres de jejum”.
Em geral, a carne, lacticínios e ovos estão proibidos. O peixe é proibido em alguns dias e permitido noutros.
Fortalece a resistência à gula; ajuda a pessoa a abrir-se à graça de Deus.
Hindu
O Jejum é geralmente praticado na Lua Nova e nos festivais de Shivaratri, Saraswati Puja, and Durga Puja. As mulheres no norte da Índia também costumam jejuar no dia de Karva Chauth.
Depende do indivíduo. O jejum pode consistir em 24 horas de completa abstinência de toda a comida e bebida; mas é mais frequente que inclua apenas abstinência de comida, e sejam permitidas ocasionalmente bebidas como leite e água.
Uma forma de conseguir concentração durante a meditação ou adoração; purificação do sistema; por vezes é considerado um sacrifício.
Judaísmo
Yom Kippur, o Dia da Expiação, e o dia de jejum mais conhecido. O calendário judaico contém ainda seis dias de jejum, incluindo o Tisha B'Av, o dia em que teve lugar a destruição do Templo.
No Yom Kippur e no Tisha B'Av, a comida e a bebida é proibida durante 25 horas, entre um nascer do sol e o nascer do sol do dia seguinte. Nos restantes dias, a comida e a bebida estão interditos entre o nascer do sol e o por do sol.
Expiação dos pecados e/ou fazer pedidos especiais a Deus.
Mormon
primeiro domingo de cada mês é um dia de jejum. Os indivíduos, as famílias ou comunidades podem realizar jejuns noutras ocasiões.
Abstenção de comida e bebida durante duas refeições consecutivas, e doando o dinheiro das refeições para os necessitados. Após o jejum, os membros da igreja participam na “reunião de jejum e testemunho”.
Proximidade em relação a Deus; concentração em Deus e na religião.Jejuns individuais ou familiares podem ser realizados como pedido por uma causa específica, tal como a cura de um doente ou a ajuda a tomar uma decisão difícil.
Islão
Ramadão, o nono mês do calendário islâmico, é um período de jejum obrigatório que celebra o período em que o Alcorão foi pela primeira vez revelado a Maomé. Várias tradições islâmicas recomendam dias e períodos de jejum além do Ramadão.
Abstinência de comida, bebida, fumo, linguagem obscena e relações sexuais entre a alvorada e o por do sol, durante todo o mês.
Alguns muçulmanos jejuam todas as segundas-feiras porque se diz que o Profeta Maomé também o fazia. Outros jejuam durante o mês de Sha'baan, que precede o Ramadão, e especialmente durante os três dias que precedem o Ramadão.
Paganismo
Não existe dias formalmente dedicados ao jejum, mas alguns pagãos jejuam na preparação do festival de Ostara (Equinócio de Primavera)
À discrição do indivíduo - alguns evitam totalmente a comida, outros reduzem a quantidade de alimento.
O objectivo é purificar energeticamente a pessoa; frequentemente é usado para elevar os níveis vibratórios como preparação para trabalho de magia. O jejum de Ostara é usado para limpeza pessoal das comidas pesadas do inverno.
Protestante Evangélico
À discrição dos indivíduos, igrejas, organizações ou comunidades.
Apesar de alguns se absterem totalmente de comida ou bebida, outros apenas bebem água ou sumos, apenas comem certos tipos de comida, não fazem refeições,, ou abstêm-se de tentações, comestíveis ou não.
Os jejuns evangélicos tornaram-se crescentemente populares, com pessoa a jejuar em busca de alimento espiritual, solidariedade para com os pobres, para contrabalançar a cultura consumista moderna, ou para pedir a Deus alguma coisa especial.
Protestante
Não é um ponto central da tradição, mas o jejum pode ser realizado à discrição das comunidades, igrejas, outros grupos e indivíduos.
À discrição de quem jejua.
Para melhoramento espiritual.

3 comentários:

Pedro Reis disse...

Obrigado Marco, por teres desenterrado esta informação para mostrares ao pessoal.

Sempre fui fã do jejum, talvez pelo seu cariz de sacrifício, e cada vez mais depois de ter começado a estudar diversas terapias alternativas e questões afins relacionadas com a saúde.
É claro, o jejum existe na religião com o objectivo de alcançar saúde espiritual e não saúde física, mas mesmo nesta última acho que é uma excelente pratica, é afinal um dos métodos de cura usados pelos animais.

Curioso é o facto de, pelo menos para mim, ser relativamente fácil de cumprir o jejum bahá’í, mas fora do período destinado a ele ser-me bastante difícil.

Marco Oliveira disse...

Pedro,
O jejum bahá'í não é um acto de sacrifício mas um símbolo de transformação e desprendimento.

Transformação no sentido de renovação espiritual e desprendimento no sentido de ser capaz de superar hábitos e desejos materiais.

Por outro lado, não excluo que exista no jejum religioso uma componente relacionada com a saúde física.

J. Carlos disse...

Muito Obrigado Marco por partilhares estas informações, as quais nos ajudam a entender o sentido espiritual do Jejum, nas várias Manifestações da Religião.

O Jejum é muito importante na sua componente espiritual, mas também como regularizador do corpo humano, através da limpeza que nele provoca, aliás como referes no teu comentário.
Eu próprio, lembro-me perfeitamente das alterações orgânicas que sentia no meu corpo fisico quando começava o jejum.