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sábado, 1 de março de 2025

A Neurociência do Jejum

Por Dan Radecki.


Na minha qualidade de neurocientista, estou sempre a tentar perceber como é que o nosso cérebro lida de forma mais eficaz com os problemas diários que enfrentamos.

Assim, quando chega o final de Fevereiro e os meus amigos Bahá’ís e eu começamos a preparar-nos para o jejum, é sempre útil para mim compreender algumas das possíveis razões subjacentes ao jejum. Os Bahá’ís jejuam todos os anos principalmente por razões espirituais, mas os ensinamentos Bahá’ís também dizem que “inúmeros efeitos e benefícios estão ocultos nele”:

Ainda que exteriormente o Jejum seja difícil e fatigante, interiormente é abundância e tranquilidade... Em verdade, digo, o jejum é o remédio supremo e a cura mais grandiosa... Todo o louvor ao Deus uno e verdadeiro que auxiliou os Seus amados a observar o Jejum e os ajudou a cumprir o que foi decretado no Livro.

Existem várias fases e condições para o Jejum, e inúmeros efeitos e benefícios estão ocultos nele. Felizes aqueles que os alcançaram. (Bahá’u’lláh, The Importance of Obligatory Prayer and Fasting, pp. xvi-xix)

Para além da componente espiritual, a ciência começou a encontrar algumas informações biológicas muito interessantes sobre a razão pela qual o jejum pode, em última análise, ajudar-nos no nosso caminho para viver uma vida espiritual verdadeiramente saudável. Assim, se gostaria de se juntar à comunidade Bahá’í no seu Jejum anual, tenha em mente alguns dos benefícios tangíveis que o jejum voluntário durante o dia pode proporcionar ao seu cérebro.

O jejum obriga o seu cérebro a adaptar-se e, por fim, a tornar-se mais eficiente. O nosso cérebro evoluiu ao longo de milhões de anos e, na maior parte desse tempo, vivemos de momento a momento. Não tínhamos acesso a fast food ou mesmo a refeições regulares, e não encontrar comida significava morte certa. O nosso cérebro sabia disso, por isso evoluiu para se focar intensamente quando nos aproximávamos do modo de fome, porque esse era o momento em que precisávamos de estar atentos para encontrar comida.

Na neurociência, vemos isto a acontecer como uma espécie de “interruptor” que é acionado nos nossos cérebros após cerca de 16 horas, sem calorias. Este “interruptor” ainda existe no nosso cérebro, e a investigação sugere que ainda funciona como funcionava há milhares de anos. Isto significa que, quando o seu cérebro percebe que não comeu nada durante cerca de 16 horas (possivelmente 12 horas nas mulheres), este “interruptor” activado para o deixar mais focado, mais alerta e na sua melhor condição mental.

O cérebro é uma máquina notavelmente adaptável, e a activação deste “interruptor” de jejum pode aumentar as substâncias químicas naturais no seu cérebro que ajudam a torná-lo uma máquina mais eficiente. As investigações indicam que o jejum intermitente desta forma pode aumentar estes químicos naturais (conhecidos como factores de crescimento), que agem como gestores do seu cérebro, limpando os detritos e reciclando tudo o que é necessário para actividades futuras.

Quando consideramos que o cérebro humano tem cerca de 85 mil milhões de neurónios com milhares de ligações entre eles, é fácil perceber porque é que esta limpeza é fundamental. Estudos de investigação apontam esta componente de limpeza como uma forma de prevenir Alzheimer, Parkinson, perda de memória relacionada com a idade e até mesmo cancro, pelo que é obviamente importante manter o cérebro limpo! Um benefício adicional de aumentar estes factores naturais de crescimento no cérebro é que parecem actuar como antidepressivos naturais. Na verdade, acreditamos que muitos dos medicamentos antidepressivos actualmente existentes no mercado actuam aumentando artificialmente estes factores de crescimento cerebral.

Por fim, existem algumas descobertas muito interessantes no campo da neurociência sobre o treino da força de vontade. Todos nós temos uma rede no nosso cérebro que tem a função de actuar como um “travão” para as nossas emoções e distrações na nossa vida. Isso é quase um exclusivo dos humanos. Este travão mental é a razão pela qual conseguimos resistir à tentação de comer aquele delicioso pedaço de bolo de chocolate que está no prato de um desconhecido ao nosso lado enquanto esperamos pela nossa refeição num restaurante, enquanto um cão simplesmente salta para o prato para saciar a sua fome. Esta pausa, no entanto, permite-nos fazer outras coisas muito singularmente humanas, como ter empatia pelos outros, mesmo que não concordemos com eles, ou mostrar bondade para com um desconhecido.

As investigações neurocientíficas contemporâneas sugerem que podemos fortalecer este travão interno activando-o regularmente, tal como os músculos que treinamos no ginásio. A força de vontade necessária para inibir o desejo básico de comer e beber durante o dia durante 19 dias (em combinação com a força de vontade para limpar a mente para orações regulares) serve para desenvolver lentamente este travão. Isto pode, em última análise, permitir-nos tornarmo-nos mais focados, mais empáticos e regular as nossas emoções de forma mais eficiente.

Se pensarmos no jejum desta perspetiva, então ele dá-nos realmente um meio para criar o melhor ambiente no nosso cérebro e modelar os verdadeiros comportamentos Bahá’ís — amor ao próximo, bondade, empatia e um verdadeiro sentido de parentesco espiritual com toda a humanidade. Não é algo que a nossa sociedade precisa agora mais do que nunca?

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Texto original: The Neuroscience of Fasting (www.bahaiteachings.org)


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Dan Radecki é o Diretor Científico da Academy of Brain-based Leadership (ABL) e também é Diretor Executivo de Investigação e Desenvolvimento na Allergan Inc. Dan tem publicado na Harvard Business Review, deu palestras internacionais sobre os fundamentos neurocientíficos da resiliência, preconceito, criatividade, sabedoria de liderança, envelhecimento do cérebro, biologia da colaboração e o impacto do stress no cérebro.

sábado, 2 de março de 2024

Jejuar, Orar e Meditar: acender o Fogo com o Amor de Deus

Por David Langness.


Alguma vez teve um momento transcendente e sentiu-se levado por um estado místico de felicidade? Não foi maravilhoso? Gostaria de ter essas experiências intensas com mais frequência?

Todo o buscador espiritual vive para essas percepções profundas e poderosas sobre os aspectos transcendentes da vida.

Na verdade, as pessoas passam a vida inteira em busca dessa experiência espiritual transformadora. Todo o buscador deseja nadar no mar de mistérios e desenvolver um sentido de unidade, unicidade e ligação com uma consciência maior.

Mas como podemos encontrar essa transcendência – e quando a encontrarmos, como a sustentamos?

Os ensinamentos Bahá’ís apresentam três recomendações claras para quem procura uma experiência espiritual transcendente: meditação, oração e jejum. Todas essas técnicas para alimentar a nossa luz interior começam com a capacidade distintamente humana de autorreflexão e contemplação silenciosas. Bahá’u’lláh disse que:

...o sinal do intelecto é a contemplação e o sinal da contemplação é o silêncio, porque é impossível para um homem fazer duas coisas ao mesmo tempo – ele não pode falar e meditar ao mesmo tempo. (citado em The Importance of Prayer, Meditation and the Devotional Attitude: A Compilation)

Este estado de contemplação meditativa – o acto de sentar-se silenciosamente em pensamento profundo, de comungar com a sua consciência interior, aquela prática espiritual regular que os mestres Zen chamam zazen – pode ser particularmente eficaz e poderosa durante o período anual do jejum Bahá'í.

'Abdu'l-Bahá, numa palestra pública em Paris há mais de cem anos, encorajou todos os que procuram uma compreensão da dimensão mística da vida a desenvolverem uma prática meditativa regular:

A meditação é a chave para abrir as portas dos mistérios. Nesse estado, o homem abstrai-se; nesse estado, o homem retira-se de todos os objetos externos; nessa disposição subjetiva, ele está imerso no oceano da vida espiritual, e pode revelar os segredos das coisas em si próprias. Para ilustrar isto, pensem no homem como dotado de dois tipos de visão; quando o poder da percepção está a ser usada, o poder externo da visão não vê. Esta faculdade de meditação liberta o homem da natureza animal, discerne a realidade das coisas, coloca o homem em contacto com Deus. (citado em Prayer and Devotional Life)

Os ensinamentos Bahá’ís não têm técnicas, horários ou princípios recomendados para a meditação – os Bahá’ís são livres de meditar da forma que lhes for mais conveniente. Mas o Guardião da Fé Bahá’í, Shoghi Effendi, recomendou que os Bahá’ís aumentassem e intensificassem os seus esforços de meditação durante os dezanove dias do Jejum Bahá’í:

O Jejum é essencialmente um período de meditação e oração, de recuperação espiritual, durante o qual o crente deve esforçar-se por fazer os reajustes necessários na sua vida interior, e por refrescar e revigorar as forças espirituais latentes na sua alma. (citado no Kitab-i-Aqdas)

Para os Bahá’ís, ficar apenas sem comer e beber durante o dia, num acto meramente físico de abnegação, não constitui realmente um verdadeiro Jejum. Em vez disso, como sugerem os ensinamentos Bahá’ís, a meditação e a oração funcionam como parte integrante do jejum, tornando-o completo. Esses aspectos contemplativos do Jejum têm um objetivo único – alcançar os momentos transcendentes que as nossas almas desejam e encontrar o alimento espiritual de que necessitamos. 'Abdu'l-Bahá disse:

Através da faculdade da meditação o homem alcança a vida eterna; através dela, ele recebe o sopro do Espírito Santo – a dádiva do Espírito é concedida na reflexão e na meditação.

O próprio espírito do homem é informado e fortalecido durante a meditação; através dela, os assuntos dos quais o homem nada sabia são revelados diante dos seus olhos. Através dela, ele recebe inspiração divina; através dela, ele recebe alimento celestial. (Paris Talks)

A meditação permite simplesmente que a pessoa fale com o seu próprio espírito. Praticamente qualquer pessoa que reserve dez, quinze ou vinte minutos todos os dias, e se sente onde nada perturbe a sua concentração interior, pode meditar. É especialmente fácil durante o jejum, quando as primeiras horas próximas ao nascer do sol ou o horário normal reservado para o almoço podem ser usados para meditar. Em vez de preparar e comer alimentos, podemos preparar as nossas almas para o alimento espiritual de que tanto necessitam.

Professores experientes de meditação recomendam algumas maneiras básicas de fazer isso funcionar: desligue o telemóvel, a televisão e qualquer outro aparelho electrónico que possa interferir. Lave o rosto e as mãos para se sentir exteriormente limpo e revigorado. Sente-se num lugar onde não haja distrações. Fique confortável. Faça uma oração. Então, tente limpar a sua mente de todos os pensamentos estranhos e ouça o seu espírito. Franz Kafka descreveu desta forma:

Você não precisa sair do seu quarto. Permaneça sentado à sua mesa e escute. Nem ouça, simplesmente espere. Nem espere, fique quieto e solitário. O mundo irá oferecer-se livremente para ser desmascarado, não terá escolha, revolver-se-á em êxtase aos seus pés.

É possível descobrir, ao iniciar uma prática consistente de meditação, que se consegue a reconhecer outras pessoas que meditam regularmente. Percebe-se a sua felicidade pacífica e serena, a sua calma espiritual clara - e eles notarão a sua.

A meditação e o jejum juntos podem ajudar a levar cada um de nós para esse estado transcendente onde incandescemos com o fogo do amor de Deus.

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Texto original: Fasting, Praying, and Meditating: Catching Fire from the Love of God (www.bahaiteachings.org)


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David Langness é jornalista e crítico de literatura na revista Paste. É também editor e autor do site BahaiTeachings.org. Vive em Sierra Foothills, California, EUA.

sábado, 24 de fevereiro de 2024

Jejuar como um Bahá'í

Por David Langness.


Todos os anos, por esta altura, vários amigos perguntam-me: “Se eu quiser participar no jejum Bahá'í, posso fazê-lo?” “Claro”, é a minha resposta.

E há dois dias, outro amigo perguntou-me: “Tenho de ser Bahá’í para fazer jejum?” “Não, não é preciso”, foi a minha resposta.

Tendo em conta este nível de interesse em jejuar com os Bahá'ís, pensei que seria útil resumir as implicações do jejum bahá'í e esclarecer todos sobre o que é necessário para jejuar como um Bahá'í.

Mas primeiro é útil compreender que o jejum Bahá'í não é apenas um acto físico – é principalmente um exercício espiritual. No Seu Livro da Certeza, Bahá'u'lláh escreveu:

E tal como o sol e a lua constituem os mais proeminentes luminares nos céus, similarmente no céu da religião de Deus foram prescritos dois corpos celestiais: jejum e oração. (O Livro da Certeza, ¶40)

O jejum não é apenas uma prática Bahá'í, como se deduz desta citação. Em vez disso, teve um lugar de destaque nas práticas de todas as religiões. Então, vamos ver como – e porquê – os Bahá’ís em todo o mundo se abstêm de comer e beber durante o dia, ao longo de 19 dias consecutivos.

Abster-se de Comida e Bebida durante o Dia

O jejum Bahá'í ocorre durante o mês Bahá'í que antecede o Ano Novo Bahá'í (chamado Naw-Ruz, em persa) no Equinócio de Março. Durante aqueles 19 dias do ano, os Bahá'ís de todo o mundo abstêm-se de comer e beber durante o dia.

Os Bahá'ís jejuam desta forma, seguindo o mandamento de Bahá'u'lláh, o profeta e fundador da Fé Bahá'í, desde os primórdios da Fé no século XIX. Os Bahá'ís acreditam que o jejum simboliza o desprendimento do mundo físico, desenvolve empatia pelos pobres e famintos, e gera o desenvolvimento e crescimento da alma.

O jejum Bahá'í tem enormes benefícios físicos, embora o seu objectivo principal seja espiritual.

Os Benefícios Físicos do Jejum

Os seres humanos começaram por ser caçadores e colectores. Os nossos antepassados passavam várias horas por dia à procura comida. O seu estilo de vida exigia isso, porque a comida nem sempre era abundante e, às vezes, nem estava disponível. Isso significava que as pessoas geralmente jejuavam involuntariamente – e depois, quando encontravam comida, regalavam-se.

Como resultado, os humanos desenvolveram gradualmente um código genético, um genótipo, que permitiu que os seus corpos prosperassem, adaptando-se a estes ciclos de abundância e jejum. Ainda temos connosco esse código genético, embora, hoje, a maioria das culturas do mundo desenvolvido se alimente regularmente, consumindo duas ou três refeições por dia, além de lanches e sobremesas, sem interrupções.

Investigações científicas recentes, porém, demonstram os benefícios para a saúde de vários padrões intermitentes de jejum e abstinência voluntária. E porque este padrão reproduz o regime alimentar de abundância/fome dos nossos antepassados, muitos investigadores citam agora as vantagens de esvaziar periodicamente o sistema digestivo humano, e permitir-lhe limpar-se e purificar-se sem a presença constante de alimentos.

Esses estudos mostram que um padrão regular de restrição calórica, no qual as pessoas reduzem a ingestão rotineira de nutrientes com um jejum recorrente, pode proporcionar alguns benefícios de saúde muito significativos. O jejum intermitente reduz os factores de risco para múltiplas doenças crónicas em animais e humanos, e aumenta dramaticamente o tempo de vida, segundo vários estudos realizados com animais. Em Julho de 2013, a revista Scientific American noticiava que:

As religiões há muito que sustentam que o jejum é bom para a alma, mas os seus benefícios corporais só foram amplamente reconhecidos no início dos anos 1900, quando os médicos começaram a recomendá-lo para tratar vários distúrbios – como diabetes, obesidade e epilepsia.

Pesquisas relacionadas com restrições calóricas surgiram na década de 1930, quando Clive McCay, nutricionista da Universidade Cornell, descobriu que ratos submetidos a dietas diárias rigorosas desde tenra idade viviam mais e tinham menos probabilidade de desenvolver cancro e outras doenças à medida que envelheciam, em comparação com animais que comiam à vontade. As pesquisas sobre restrição calórica e jejum periódico cruzaram-se em 1945, quando cientistas da Universidade de Chicago divulgaram que a alimentação em dias alternados prolongava a vida dos ratos tanto quanto a dieta diária nas experiências anteriores de McCay. Além disso, o jejum intermitente “parece atrasar o desenvolvimento dos distúrbios que levam à morte”, escreveram os investigadores de Chicago.

Sabemos que as pessoas que jejuam regularmente apresentam um prolongamento considerável da esperança de vida, juntamente com uma redução de doenças físicas e mentais crónicas comuns na velhice; e que o jejum aumenta a autofagia, uma espécie de sistema de eliminação de lixo nas células que elimina moléculas danificadas, incluindo aquelas que foram anteriormente associadas à doença de Alzheimer, Parkinson e outras doenças neurológicas.

Os Benefícios Espirituais do Jejum

Todas as evidências científicas crescentes sobre os benefícios do jejum para a saúde ajudam a explicar porque é que grupos de pessoas que jejuam regularmente – Budistas, Mórmons, Bahá’ís – tendem a viver vidas mais longas e saudáveis. Mas os ensinamentos Bahá’ís enfatizam os benefícios espirituais do jejum, por isso os Bahá’ís não jejuam simplesmente por razões dietéticas ou relacionadas com a saúde.

Na verdade, os Bahá’ís jejuam principalmente pelos benefícios espirituais. O jejum Bahá’í anual ocorre durante um mês Bahá’í de 19 dias para meditação e oração adicionais, para reflexão e rejuvenescimento. Jejuar desta forma proporciona um período de recuperação espiritual, para refrescar e revigorar a alma, como escreveu 'Abdu'l-Bahá:

...este jejum material é um símbolo exterior do jejum espiritual; é um símbolo do autodomínio, da abstinência de todos os apetites do eu, do assumir as características do espírito, de se deixar levar pelos sopros do céu, e de se inflamar com o amor de Deus. (Selections From the Writings of ‘Abdu’l-Bahá, nº 35)

Portanto, quem quiser jejuar como um Bahá’í, deve simplesmente renunciar a comer e beber durante o dia, de 2 a 20 de Março deste ano. Aproveite o tempo extra que você normalmente usaria para preparar e comer a refeição do meio-dia, para nutrir e refrescar a sua alma, com reflexão, meditação e oração. Pense no ano inteiro e pergunte-se: “O que posso fazer neste próximo ano para melhorar a minha vida e a vida dos outros? Como posso servir a humanidade?

Depois deixe o seu espírito - como escreveu 'Abdu'l-Bahá - “associar-se com as Fragrâncias da Santidade”:

Ó Deus! Como estou a jejuar dos apetites do corpo e não ocupado a comer e beber, purifica e santifica o meu coração e a minha vida de qualquer outra coisa, excepto o Teu Amor, e protege e preserva a minha alma das suas próprias paixões e das características animais. Assim possa o espírito associar-se com as Fragrâncias da Santidade e jejuar de tudo o resto, salvo a Tua menção. (Selections From the Writings of ‘Abdu’l-Bahá, nº 35)

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Texto original: How to Fast Like a Baha’i (www.bahaiteachings.org)

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David Langness é jornalista e crítico de literatura na revista Paste. É também editor e autor do site BahaiTeachings.org. Vive em Sierra Foothills, California, EUA.

sábado, 29 de fevereiro de 2020

Porque é que os Humanos começaram a jejuar?

Por David Langness.


Os nossos antepassados evoluíram como caçadores e colectores – durante centenas de milhares de anos; os humanos pré-históricos passaram as suas vidas procurando comida.

Muito antes de existirem sociedades agrárias ou culturas agrícolas, nós caçávamos e colhíamos constantemente, porque a comida nem sempre era abundante, e por vezes nem sequer estava disponível. Isto significa, segundo os cientistas, que as pessoas jejuavam involuntariamente – e depois quando encontravam comida, celebravam. Devido a estas condições de evolução, os humanos desenvolveram gradualmente um código genético – um genótipo – que permitia que os seus corpos se desenvolvessem adaptando-se a estes ciclos de abundância e jejum.

Por este motivo, uma pessoa saudável e bem alimentada consegue sobreviver durante várias semanas sem comer. O Dr. Alan Lieberson, num artigo publicado na revista Scientific American em 2012, assinalou vários casos em que as pessoas que deixavam de comer durante longos períodos de tempo, incluindo o caso bem conhecido do Mahatma Gandhi, que com 74 anos de idade realizou uma greve da fome durante 21 dias em protesto contra a sua detenção sem acusação pelas autoridades britânicas na Índia. Gandhi sobreviveu e viveu mais alguns anos.

Ainda temos connosco esse código genético de fome-abundância, apesar da maioria das culturas no mundo desenvolvido se alimentarem de forma mais consistente, consumindo duas, três ou mesmo quatro refeições regulares por dia, além de lanches e sobremesas ininterruptamente. Como resultado, os nossos aparelhos digestivos estão quase sempre cheios, e são incapazes de permitir que os nossos corpos sintam os efeitos benéficos do vazio temporário e do processo de limpeza natural que isso provoca.

Segundo uma investigação científica recente, esse tipo de jejum intermitente pode ajudar-nos a mantermo-nos saudáveis durante mais algum tempo. Vários estudos demonstraram os benefícios para a saúde de padrões de jejum intermitentes, restrições calóricas, e abstinência voluntária. Porque estes padrões podem replicar as dietas fome-abundância dos nossos antepassados, muitos investigadores reconhecem as vantagens de esvaziar periodicamente o sistema digestivo humano, permitindo-lhe repouso, auto-limpeza e purificação sem a constante presença de comida.

Você alguma vez jejuou? Os Bahá'ís jejuam todos os anos durante 19 dias, abstendo-se de comida e bebida durante o dia, e apenas comendo e bebendo durante o período nocturno. É claro que estar sem comer nem beber durante 12 horas, e repetir este processo durante 19 vezes pode ter um efeito profundo na mente, no coração e na alma – e este tipo de jejum cíclico e intermitente também tem benefícios físicos.

Mas, como as próprias Escrituras Bahá'ís salientam, quem já tentou esta prática sabe que não é fácil:
Apesar de exteriormente o Jejum ser difícil e árduo, interiormente é abundante e tranquilo. (Bahá'u'lláh, citado em Importance of Obligatory Prayer and Fasting, # XVI)
Assim, apesar do Jejum Bahá’í ter um objectivo essencialmente espiritual, também tem enormes benefícios físicos. A ciência medicinal mostra que o jejum cíclico e intermitente tem os seguintes benefícios:

  • Diminuição dos níveis de açúcar no sangue e de resistência à insulina;
  • Combate às inflamações;
  • Melhoria do estado do coração com a redução do colesterol e triglicerídeos;
  • Estímulo de funções cerebrais e prevenção de doenças neuro-degenerativas como Alzheimer e Parkinson;
  • Aumento do metabolismo e ajuda no controlo de peso;
  • Aumento dos níveis de hormona do crescimento humano, um factor chave no crescimento e fortalecimento muscular;
  • Auxílio na prevenção do cancro;
  • Atraso no envelhecimento e aumento da longevidade.

Se pensarmos nisto, percebemos que tudo faz sentido. Dar ao nosso sistema digestivo a oportunidade de descansar e de se limpar anualmente durante alguns dias seguidos, é semelhante ao agricultor sábio que deixa parte dos seus campos em pousio durante uma temporada. Quando um terreno fica em pousio, o solo reabastece-se num processo natural de repouso e recuperação, tal como muitas células do nosso corpo quando jejuamos intermitentemente. Este processo de limpeza física reflecte a limpeza espiritual que todos as sagradas escrituras nos encorajam a realizar:
Ser puro e santo em todas as coisas é um atributo da alma consagrada e uma característica necessária da mente não escravizada. A melhor das perfeições é a imaculabilidade e o ego libertar-se de todos os defeitos. Quando o individuo está, em todos os aspectos, limpo e purificado, então tornar-se-á um centro focal de Luz Manifesta. ('Abdu'l-Bahá, Selections from the Writings of 'Abdu'l-Bahá, #129)
Os estudos científicos sobre jejum intermitente mostram quem um padrão regular de restrições calóricas, em que as pessoas reduzem o consumo regular de nutrientes com o jejum cíclico, pode gerar benefícios significativos. O jejum intermitente pode reduzir os factores de risco de várias doenças crónicas em animais e humanos, e aumentar dramaticamente o tempo de vida:
Há muito que as religiões defendem que o jejum é bom para a alma, mas os seus benefícios para o corpo só foram reconhecidos no início do século XX, quando os médicos começaram a recomendá-lo como tratamento para várias doenças, nomeadamente a diabetes, obesidade e epilepsia.

Investigações similares sobre restrições calóricas iniciaram-se na década de 1930, após o nutricionista Clive McCay, da Universidade de Cornell, ter descoberto que os ratos sujeitos a uma dieta diária rigorosa desde a nascença viviam mais e tinham menos probabilidades de desenvolver cancro e outras doenças ao longo da vida, quando comparados com outros animais que comiam o que queriam. As investigações sobre restrições calóricas e períodos de jejum cruzaram-se em 1945, quando cientistas da Universidade de Chicago descreveram que a alimentação em dias alternados prolongava o tempo de vida dos ratos tal como a dieta diária nas experiências anteriores de McCay. Além disso, o jejum intermitente “parece atrasar o desenvolvimento de perturbações que levam à morte”, escreveram os cientistas de Chicago. (David Stipp, “How Intermittent Fasting Might Help You Live a Longer and Healthier Life,” Scientific American, January 2013)
Os cientistas compreendem agora que as pessoas que jejuam regularmente conseguem aumentar consideravelmente o seu tempo de vida, assim como reduzir as doenças crónicas físicas e mentais comuns na terceira idade. Estudos públicos bem documentados mostraram, em áreas onde a população tem uma prática religiosa consistente de jejum, que essas populações vivem mais e com melhor saúde.

Os estudos de investigação indicam que estes efeitos positivos aparecem porque o jejum também desencadeia um processo conhecido como autofagia, uma espécie de reciclagem nas células para libertação de moléculas danificadas, incluindo as que estão associadas ao Alzheimer, Parkinson e outras doenças neurológicas.

Assim, considerando apenas os benefícios físicos, talvez queiram tentar jejuar com os Bahá'ís neste ano. Isto vai mudar-vos, mas também abrirá os vossos corpos e as vossas almas a um novo campo de possibilidades.

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Texto original: When and Why Did Humans Start Fasting? (www.bahaiteachings.org)

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David Langness é jornalista e crítico de literatura na revista Paste. É também editor e autor do site www.bahaiteachings.org. Vive em Sierra Foothills, California, EUA.

quarta-feira, 2 de março de 2016

Porque é que os Bahá’ís fazem jejum?

Por Faraneh Hedayati.


Em verdade vos digo, o jejum é o remédio supremo e a mais grandiosa cura para a doença de ego e da paixão. (Bahá'u'lláh, p. XVII, The Importance of Obligatory Prayer and Fasting)
Este Jejum leva à limpeza da alma de todos os desejos egoístas, à aquisição de atributos espirituais, à atracção das brisas do Todo-Misericordioso, e ao atear do fogo do amor divino... O jejum é a causa da elevação da condição espiritual de uma pessoa. ('Abdu'l-Bahá, Ibid, pp XXVI-XXVII)
No dia 2 de Março, milhões de Bahá'ís, em todo o mundo, vão voluntariamente deixar de comer e beber entre o nascer e o pôr-do-sol durante dezanove dias consecutivos. Porquê?

Durante o jejum Bahá'í, os Bahá'ís abstêm-se de comida e bebida entre o nascer ao pôr-do-sol de cada dia durante o mês Bahá'í de Ala, que compreende os dezanove dias que antecedem o equinócio da primavera. Shoghi Effendi, o Guardião da Fé Bahá'í, explica que este jejum Bahá'í anual:
... é essencialmente um período de meditação e oração, de recuperação espiritual, durante o qual o crente se deve esforçar para fazer os reajustamentos necessários na sua vida interior, e para refrescar e revigorar as forças espirituais latentes na sua alma. O seu significado e propósito são, portanto, fundamentalmente de carácter espiritual. (Directives from the Guardian, p. 28)
Pode não saber, mas a maioria das religiões têm um período de jejum durante uma época do ano - Cristãos, Judeus, Hindus, Taoistas, Muçulmanos e Jainistas, todos praticam alguma forma de jejum anual. Os Judeus cumpridores jejuam durante seis dias, especialmente no Yom Kippur e Tisha B'Av; os Muçulmanos jejuam entre nascer e pôr-do-sol durante 30 dias no mês lunar do Ramadão; os Católicos jejuam durante a Quaresma e outros dias sagrados; diferentes denominações cristãs jejuam individualmente e voluntariamente; os Hindus jejuam em várias épocas do ano; muitas práticas Budistas também incluem o jejum.

Assim, o jejum tem sido praticado em diferentes formas e épocas ao longo de milénios como parte da vida religiosa, mas o princípio permanece o mesmo - o jejum simboliza desprendimento do mundo físico e do ego. Os Bahá'ís vêem o jejum como um exercício espiritual, mas, recentemente, a ciência lançou uma nova luz sobre o seu papel importante na biologia e fisiologia humana (outro exemplo do acordo entre ciência e religião, um dos princípios básicos Bahá'ís).

De acordo com estudos recentes, o jejum intermitente tem benefícios significativos para a saúde. Promove a saúde física ideal, reduzindo o risco de muitas doenças crónicas, especialmente para quem sofre de obesidade. Com base nas provas existentes de estudos em animais, o jejum tem efeitos consideráveis sobre indicadores de saúde, incluindo uma maior sensibilidade à insulina, níveis reduzidos de pressão arterial, gordura corporal, insulina, glicose, lípidos aterogénicos, e inflamações. O jejum alivia processos de doença e melhora os resultados clínicos em distúrbios, tais como enfarto do miocárdio, diabetes, acidente vascular cerebral, doença de Alzheimer e de Parkinson.

O jejum, com o seu mecanismo geral de desencadear respostas adaptadas ao stress celular, causa um aumento da capacidade para lidar com o stress mais intenso, o que impede processos de doença desde o início. O jejum também protege as células de danos no ADN, suprime o crescimento de células e intensifica a apoptose de células danificadas, facto que, consequentemente, evita a formação e o crescimento de cancros. O jejum ajuda a reduzir a obesidade, a hipertensão, a asma e a artrite reumatóide. Os investigadores já começaram a mostrar que o jejum ainda tem o potencial de retardar o envelhecimento.

Com todos estes benefícios para a saúde, é o jejum difícil? Quem já fez jejum sabe que o corpo se adapta gradualmente a uma nova rotina, e em condições normais pode lidar bem com a falta de alimento durante doze horas. Mas os ensinamentos Bahá'ís dizem que o jejum não pode ajudar o processo de cura, se uma pessoa já está doente. Em alguns casos, tal como os diabéticos, o jejum pode ser prejudicial:
... a oração obrigatória e o jejum ocupam uma posição elevada aos olhos de Deus. É, no entanto, num estado de saúde de que a sua virtude se pode perceber. Em tempos de problemas de saúde não é permissível observar tais obrigações... (Bahá'u'lláh, The Most Holy Book, p. 134)
Os Bahá'ís jejuam desde a idade de maturidade (que os ensinamentos Bahá'ís dizem que começa aos 15 anos) até aos 70 anos de idade. Aqueles que estão doentes, grávidas e mães que amamentam, quem executa trabalhos pesados, e mesmo aqueles que fazem longas viagens estão isentos do jejum.

Gostaria de tentar jejuar durante o jejum Bahá'í deste ano? Pode aumentar a sua saúde física e espiritual, e conseguir um novo despertar:
O jejum é a causa do despertar do homem. O coração torna-se terno e a espiritualidade do homem aumenta. Isto é causado pelo facto dos pensamentos do homem estarem confinados à comemoração de Deus, e através desse despertar e estimulo certamente se seguirão progressos ideais. ('Abdu'l-Bahá, Star of the West, Volume 3, p. 305)
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Texto original: Why Do Baha’is Fast Every Year? (www.bahaiteachings.org)

quarta-feira, 7 de março de 2007

O Jejum nas Religiões

A propósito do jejum Bahá'í que se iniciou no passado dia 2 e termina no próximo dia 20, aqui fica um quadro comparativo (que encontrei na Beliefnet.com) sobre o jejum em várias religiões. Na Wikipedia também se pode encontrar um artigo interessante sobre o jejum nas várias religiões.

Religião
Quando?
Como?
Porquê?
Bahá'í
jejum bahá'í tem lugar entre os dias 2 e 20 de Março, que correspondem ao mês de Ala, o 19º do calendário bahá’í.
Não comer nem beber entre o nascer e o pôr do sol.
O jejum simboliza um processo de transformação espiritual e o desprendimento das coisas deste mundo; o objectivo é que o crente se concentre em Deus
Budismo
Todos os principais ramos do Budismo praticam jejum, geralmente em dias de lua cheia e em alguns feriados
Depende da tradição budista. Geralmente consiste apenas na abstenção de alimentos sólidos sendo permitidas bebidas
É um método de purificação. Os monges budistas Theravada e Tendai jejuam com o objectivo de libertar a mente. Alguns monges budistas tibetanos jejuam para conseguir efeitos de ioga, como por exemplo gerar um calor interior.
Catolicismo
Jejum e abstinência de carne na quarta-feira de cinzas, e abstinência de carne em todas as sextas-feiras da Quaresma. Durante muitos séculos os católicos estiveram proibidos de comer carne às sextas-feiras. Mas desde os meados dos anos 1960, a abstinência de carne nas sextas-feiras fora da Quaresma tem sido deixada à consciência de cada um.
Na quarta-feira de cinzas e na sexta-feira santa, são permitidas duas pequenas refeições e uma refeição normal; a carne está proibida. Nas sextas-feiras da quaresma a carne não é permitida. Para o jejum opcional da sexta-feira, algumas pessoas substituem-no por uma penitência ou uma oração especial pelo jejum.
Ensina o controlo dos desejos da carne, penitência pelos pecados e solidariedade para com os pobres. O jejum da quaresma prepara a alma para uma grande festa ao praticar a austeridade. O jejum de sexta-feira santa celebra o dia em que Cristo sofreu.
Cristianismo Ortodoxo Oriental
Existem vários períodos de jejum incluindo a Quaresma, o Jejum dos Apóstolos, o Jejum da Ascensão, o Jejum da Natividade, e vários outros dias de jejum. Todas as quartas-feiras e sextas-feiras são consideradas dias de jejum, excepto aqueles que coincidem com as “semanas livres de jejum”.
Em geral, a carne, lacticínios e ovos estão proibidos. O peixe é proibido em alguns dias e permitido noutros.
Fortalece a resistência à gula; ajuda a pessoa a abrir-se à graça de Deus.
Hindu
O Jejum é geralmente praticado na Lua Nova e nos festivais de Shivaratri, Saraswati Puja, and Durga Puja. As mulheres no norte da Índia também costumam jejuar no dia de Karva Chauth.
Depende do indivíduo. O jejum pode consistir em 24 horas de completa abstinência de toda a comida e bebida; mas é mais frequente que inclua apenas abstinência de comida, e sejam permitidas ocasionalmente bebidas como leite e água.
Uma forma de conseguir concentração durante a meditação ou adoração; purificação do sistema; por vezes é considerado um sacrifício.
Judaísmo
Yom Kippur, o Dia da Expiação, e o dia de jejum mais conhecido. O calendário judaico contém ainda seis dias de jejum, incluindo o Tisha B'Av, o dia em que teve lugar a destruição do Templo.
No Yom Kippur e no Tisha B'Av, a comida e a bebida é proibida durante 25 horas, entre um nascer do sol e o nascer do sol do dia seguinte. Nos restantes dias, a comida e a bebida estão interditos entre o nascer do sol e o por do sol.
Expiação dos pecados e/ou fazer pedidos especiais a Deus.
Mormon
primeiro domingo de cada mês é um dia de jejum. Os indivíduos, as famílias ou comunidades podem realizar jejuns noutras ocasiões.
Abstenção de comida e bebida durante duas refeições consecutivas, e doando o dinheiro das refeições para os necessitados. Após o jejum, os membros da igreja participam na “reunião de jejum e testemunho”.
Proximidade em relação a Deus; concentração em Deus e na religião.Jejuns individuais ou familiares podem ser realizados como pedido por uma causa específica, tal como a cura de um doente ou a ajuda a tomar uma decisão difícil.
Islão
Ramadão, o nono mês do calendário islâmico, é um período de jejum obrigatório que celebra o período em que o Alcorão foi pela primeira vez revelado a Maomé. Várias tradições islâmicas recomendam dias e períodos de jejum além do Ramadão.
Abstinência de comida, bebida, fumo, linguagem obscena e relações sexuais entre a alvorada e o por do sol, durante todo o mês.
Alguns muçulmanos jejuam todas as segundas-feiras porque se diz que o Profeta Maomé também o fazia. Outros jejuam durante o mês de Sha'baan, que precede o Ramadão, e especialmente durante os três dias que precedem o Ramadão.
Paganismo
Não existe dias formalmente dedicados ao jejum, mas alguns pagãos jejuam na preparação do festival de Ostara (Equinócio de Primavera)
À discrição do indivíduo - alguns evitam totalmente a comida, outros reduzem a quantidade de alimento.
O objectivo é purificar energeticamente a pessoa; frequentemente é usado para elevar os níveis vibratórios como preparação para trabalho de magia. O jejum de Ostara é usado para limpeza pessoal das comidas pesadas do inverno.
Protestante Evangélico
À discrição dos indivíduos, igrejas, organizações ou comunidades.
Apesar de alguns se absterem totalmente de comida ou bebida, outros apenas bebem água ou sumos, apenas comem certos tipos de comida, não fazem refeições,, ou abstêm-se de tentações, comestíveis ou não.
Os jejuns evangélicos tornaram-se crescentemente populares, com pessoa a jejuar em busca de alimento espiritual, solidariedade para com os pobres, para contrabalançar a cultura consumista moderna, ou para pedir a Deus alguma coisa especial.
Protestante
Não é um ponto central da tradição, mas o jejum pode ser realizado à discrição das comunidades, igrejas, outros grupos e indivíduos.
À discrição de quem jejua.
Para melhoramento espiritual.