Os jornais noticiaram hoje que o Ministério da Administração Interna está a estudar a criação de um sistema de atribuição de dísticos coloridos aos condutores de acordo com o número de acidentes que já tenham provocado. Apesar de ninguém explicar o que fazer quando o automobilista não é proprietário do veículo que conduz, a notícia é inspiradora. Penso mesmo que o conceito pode ser levado mais longe. Imagine-se um sistema semelhante aplicado aos nossos políticos.
Tal como para os automobilistas, também aqui teríamos dísticos de três cores distintas que seriam exibidos sempre que a figura política em causa aparecesse em público, para que os cidadãos pudessem facilmente identificar os políticos que mais estragos provocam.
Atribuir-se-ia um dístico de cor verde aos políticos de risco mínimo, isto é, aqueles que nos últimos três anos não estiveram na origem de nenhuma escandaleira, ou que nos últimos dez anos não tenham sido os impulsionadores da construção de nenhuma rotunda em qualquer autarquia.
O segundo nível, o do político de risco médio, seria identificável, por um dístico amarelo. Os políticos que circulassem com este símbolo seriam obrigatoriamente aqueles que: no último ano tiveram responsabilidade na viciação da admissão de pelo menos duas pessoas na Função Pública (cargos de assessores ou consultores bem remunerados!); os que foram declarados culpados por tráfico de influências em pelo menos três processos judiciais nos últimos cinco anos; os que mudaram de cor partidária pelo menos uma vez nos últimos dez anos.
Por fim surgiriam os políticos de risco máximo, identificados com a cor vermelha. Estes seriam os que já tivessem provocado a sua própria demissão de cargos no Governo (da República ou Regionais), e que nos últimas dez anos as suas alegadas actividades ilícitas tivessem sido denunciadas em pelo menos 4 ocasiões pela comunicação social. Também se incluiriam nesta categoria os responsáveis por tentativas de assassinato político, e aqueles que tivessem pelo menos duas ligações pouco claras ao mundo do futebol ou a empresas de construção civil.
Neste momento isto é apenas um draft; claro ainda vou arranjar aí uns amigos para formar uma empresa de consultoria (com nome em inglês, pois claro!) e vamos formalizar isto tudo num Powerpoint com estilo. Mas entretanto, devo sossegar os eventuais políticos que lêem este blog: neste sistema, a reclassificação deverá ser possível mediante as “travessias do deserto” em conselhos de administração de empresas públicas, cargos de embaixador em organismos internacionais, ou como professor convidado em universidades privadas.
3 comentários:
LOL!! :D
Sim? E quem iria atribuir os dísticos?
Achei engraçada a tua sátira. Sem dúvida está para ser melhorada e o sistema político a ser substituído por um sistema no qual os líderes se disponham a servir aos eleitores ao invés dos seus próprios interesses.
Fico apenas com uma dúvida. Porque a mudança de coloração partidária te parece algo a ser punido? (sei que é uma sátira, mas também me parece que é da tua opinião que algo não estará certo...).
Um abraço
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