Aquilo que há um ano parecia impossível - alterar uma decisão tomada ainda no tempo do Governo de Guterres - provou ser possível graças à determinação de alguns técnicos, à contestação de parte da opinião pública e ao empenhamento de alguns líderes da sociedade civil. Tratou-se de um saudável exemplo de funcionamento da democracia, provando que esta não se limita a votar regularmente e que possuir uma maioria absoluta no Parlamento não é sinónimo de deter um mandato de poder absoluto. Como temos insistido repetidas vezes, em democracia e num regime aberto e liberal, tão importante como existir um mandato claro que permita governar e ser avaliado pelo que se fez ou não fez é a existência de sistemas de pesos e contrapesos que limitam o poder do Governo.
José Manuel Fernandes, Editorial do Público, 11-Janeiro-2008
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Alcochete - Eis a escolha do Governo. Satisfez a CIP, não satisfez nem os contribuintes nem o interesse nacional. Todos os que estão de boa fé perceberam de há muito que a única opção de interesse publico era a Portela+1 - a mais rápida, a mais eficaz, a mais barata. Mas há que satisfazer a clientela das obras públicas, porque esse é o paradigma de 'desenvolvimento' em que vivemos. Visto à luz desta fatalidade, Alcochete é o mal menor.
Miguel Sousa Tavares, Expresso, 12-Janeiro-2008
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COMENTÁRIO: A sociedade civil movimentou-se, fez-se ouvir, mas talvez não tenha sido suficiente. Ficou por explicar de forma convincente a exclusão da opção Portela +1.
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