sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
Obama e Hillary
O duelo Obama-Hillary nas eleições primárias nos Estados Unidos é bem revelador da transformação da sociedade americana. Para perceber as implicações e a importância dessa mudança convém ter presente as opiniões de 'Abdu'l-Bahá quando 1912 visitou América. Durante essa visita, o filho do fundador da Fé Baha’i não se limitou a elogiar as virtudes da América; também fez várias advertências sobre diversos problemas que ameaçavam o povo americano.
Para 'Abdu'l-Bahá, o racismo era um dos maiores males que afligiam os americanos; e enquanto este problema não fosse ultrapassado, a América não conseguiria atingir os seus objectivos enquanto nação. Também a igualdade de direitos entre homens era uma necessidade urgente da América. Para Ele, esta também era uma condição necessária à evolução da sociedade e à atenuação das tensões no relacionamento entre as nações.
O tempo passou e a sociedade americana transformou-se.
Em 1920, o direito de voto foi concedido às mulheres americanas. E nos anos 1950-60 o movimento dos direitos cívicos conseguiu importantes conquistas na abolição da discriminação racial nos EUA. Foram transformações, por vezes dolorosas, que geraram heroínas como Esther Hobart Morris, e heróis como Martin Luther King.
Apesar de ainda existirem preconceitos e focos de discriminação na América, as candidaturas de Barack Obama e de Hillary Clinton levam-me a pensar que os EUA estão a viver um momento especial na sua história (tal como em 1920 e nos anos 1950-60). Independentemente de quem possa vira ser o próximo presidente, uma coisa é certa: estas duas candidaturas estão a ser um tremendo contributo para eliminar preconceitos raciais e de género entre os americanos.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
A fartura é tanta que os americanos até se dão ao luxo de ter dois candidatos deste gabarito a concorrer numas primárias.
É pena porque um deles ficará pelo caminho!
O que me preocupa verdadeiramente nas corridas eleitorais é o recurso a todas as "armas" que alguns candidatos julgam ter em seu poder. Gostaria, de vez em quando (?), de assistir a candidatos sérios e idóneos, que se contentassem em defender exclusivamente os seus verdadeiros ideais e não recorressem à crítica destrutiva e destruidora das figuras que consigo concorrem. Substituir debates políticos, pautados por preocupações económicas, sociais, etc., por gratuitos vasculhares de vida alheia, desrespeitando e achincalhando os seus opositores de forma absolutamente gratuita e irresponsável, devia ser motivo de imediata exclusão de qualquer corrida. Transformar assuntos sérios que implicam interesses nacionais e internacionais num circo de acusações pessoais, onde vale tudo - até quase arrancar olhos - é tão triste e lamentável, incompatível com alguém que se considera de bem. Veremos se estes candidatos farão parte de uma nova era. Deus queira que sim!
Enviar um comentário