domingo, 13 de dezembro de 2009

Religiões com estrutura conjunta na assistência hospitalar

Notícia de hoje no Público.
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É ainda prematuro, mas o coordenador dos capelães católicos dos hospitais, padre José Nuno, espera que terça-feira se dê o primeiro passo para uma estrutura conjunta de assistência espiritual nos hospitais. Uma reunião em Lisboa juntará responsáveis de vários credos religiosos e dela pode sair, além de uma declaração conjunta, a ideia de uma associação conjunta de capelães e assistentes espirituais.

"Seria desejável criar essa estrutu-ra", diz ao PÚBLICO o padre José Nu-no. Da reunião de terça-feira, que decorre na Universidade Católica e contará com a ministra da Saúde na sessão de encerramento, pode sair a ideia de um segundo encontro para decisões futuras, acrescenta.

A ideia do encontro, que congrega representantes de uma dezena de diferentes confissões religiosas, partiu da estrutura católica de capelães. Pretende debater a aplicação do Decreto-Lei n.º 253/2009, de 23 de Setembro, que regulamenta a assistência espiritual e religiosa nos estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde.

O padre José Nuno não quer, no entanto, ficar pelas confissões religiosas: "Seria desejável que, num processo de alargamento progressivo, a assistência espiritual pudesse agregar entidades agnósticas e ateias, pois a dimensão espiritual da doença vai muito além da questão religiosa". Ao mesmo tempo, dado que a nova regulamentação não prevê nenhuma estrutura representativa junto do Ministério da Saúde, a criação de uma associação inter-religiosa permitiria ultrapassar essa ausência, prevê José Nuno.

Para já, estão confirmadas as participações de representantes católicos, do Conselho Português de Igrejas Cristãs (protestantes), da Aliança Evangélica Portuguesa, de várias igrejas cristãs ortodoxas (várias delas com implantação importante junto das comunidades imigrantes de Leste), Comunidade Israelita, Comunidade Islâmica, Comunidade Hindu, União Budista e Comunidade Bahá'í.

O presidente da Comissão de Liberdade Religiosa, Mário Soares, também convidado, não pôde estar presente. Mas, em carta enviada ao padre José Nuno, considerou a iniciativa importante, por contribuir "para o debate em torno de questões fundamentais como a liberdade e a tolerância religiosas".

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