Excerto da crónica de Frei Bento Domingues, hoje no Público:
Enquanto crente, sou racional, procuro argumentos racionais e sinto-me, assim, um crente cem por cento. Não há contradição. Ser crente não significa ser irracional. A fé é a confissão de um homem racional. A racionalidade da fé deve ser sempre desenvolvida e clarificada. Toda a minha teologia é teologia de um crente: Fides quaerens intellectum. A razão humana deve viver à vontade no domínio da fé. Apelar para a obediência e fechar os olhos não é cristão, não é católico. Precisamos de ser crentes racionais. S. Tomás é santo na sua racionalidade. Usa a razão para abordar a fé. A racionalidade é cada vez mais necessária, sobretudo para reagir contra o fundamentalismo que também mina, cada vez mais, as Igrejas. O fundamentalismo, presente em certas comunidades cristãs, leva ao obscurantismo. É um grande perigo porque nega a razão humana.É verdade que a razão humana não pode ser abandonada a ela própria. Corre o perigo de se fechar num puro positivismo. A fé cumpre a função crítica e correctiva para não se cair no racionalismo e para que não se feche ao mistério. Sem a razão humana, a fé torna-se fundamentalismo. Ambas, a fé e a razão, cumprem a função de crítica recíproca.
3 comentários:
Bahá'u'lláh falou da independente e livre pesquisa da verdade sem qualquer influência ou perconceiro do equilíbrio entre a religião e a ciência na busca da verdade
Um dos princípios da Fé Bahá'í é a harmonia entre fé e razão.
É disso que Bento Domingues escreve hoje.
"Fé é a extensão do conhecimento consciente" ('Abdu'l-Bahá)
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