quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Human Rights Watch (HRW) exige fim das perseguições aos Bahá’ís no Irão

Num comunicado divulgado ontem (23-Fev) em Nova Iorque, a organização Human Rights Watch (HRW) exige ao governo iraniano que ponha cobro às perseguições aos membros da Comunidade Bahá'í.

O comunicado começa por lembrar que a recente detenção de 13 Bahá'ís, segue-se a outras 13 detenções ocorridas no início de Janeiro. Segundo a HRW, o governo iraniano alega que os crentes detidos em Janeiro estiveram envolvidos nos motins da Ashura, mas lembra que ainda não foi feita qualquer acusação.

Joe Stork, responsável da HRW para Médio Oriente e Norte de África declara: "O governo iraniano parece estar a usar os distúrbios pós-eleitorais como um pretexto para perseguir a comunidade Bahá’í. Estas detenções são apenas o capítulo mais recente de uma perseguição sistemática do governo contra os Bahá'ís". O HRW recorda que desde nos últimos cinco meses, as autoridades detiveram pelo menos 47 Bahá'ís em Teerão, Mashhad, Sari, Semnan e Yazd.

Sobre a situação dos sete dirigentes Bahá’ís cujo julgamento decorre em Teerão, a HRW afirma que o Ministério Público tem acusado os sete de um vasto leque de delitos relacionados com a segurança nacional, incluindo espionagem a favor de potências estrangeiras, propaganda contra o sistema, criação e disseminação organizações ilegais, deterioração da imagem da República Islâmica na comunidade internacional, e espalhar "a corrupção na terra". A maioria destas acusações é punível com pena de morte. Desde que foram detidos, apenas lhes foi permitido receber algumas visitas de familiares e advogados.

A HRW descreve ainda as justificações que as autoridades iranianas apresentaram paras as detenções feitas em Janeiro. No dia 8 de Janeiro, o Procurador-Geral Abbas Jafari Dolatabadi começou por afirmar que tinham sido encontradas armas e munições em casa dos detidos, e que as detenções nada tinham a ver com a filiação religiosa. Posteriormente, num comunicado à imprensa, o Sr. Dolatabadi afirmou que estes detidos eram acusados de "organizar os protestos da Ashura [27 Dezembro] e enviar fotos dos motins para o exterior". Este grupo de Baha’is encontra-se na prisão de Gohardasht, em Karaj; não lhes foi permitido contactar com advogados e só recentemente puderam contactar alguns familiares.

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FONTE: Iran: End Persecution of Baha’is (HRW)

SOBRE ESTE ASSUNTO:
No News of Jinoos Sobhani's Condition (iranian.com)
Baha'i persecution rises in Iran: rights group (Dawn.com, Paquistão)
HR asks Iran govt to stop persecution of Bahais (PTI, India)
Iran: End Persecution of Baha’is (Bikya Masr, Egipto)

1 comentário:

RG disse...

Mais uma vez o governo de Teerão utiliza os Baha'is como bode expiatório, como justificação para as sanções internacionais de que á alvo, quando a causa dos problemas do Irão, está no próprio regime político e religioso do Irão - intolerância e fanatismo religiosos, conservadorismo, desigualdade entre homens e mulheres, intolerância para com as minorias religiosas
Sem comentários....isto entristece-me deveras!