Artigo de Robert Stockman (director do Instituto Wilmette), publicado no Chicago Tribune.
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Quando o Dalai Lama visitar Chicago neste fim-de-semana (16-17/Julho), ele será entrevistado por um distinto painel de judeus, cristãos e muçulmanos acerca da sua fé e religião em geral. Eles colocarão muitas perguntas sobre a relação entre as religiões e as questões importantes do momento, como a tolerância e a paz mundial.
Na perspectiva Bahá'í, uma questão importante a considerar seria o combate ao fanatismo religioso em todo o mundo.
A Casa Universal de Justiça, o conselho mundial que administra os Bahá’ís, publicou uma carta dirigida aos líderes religiosos internacionais em 2002 em que se referia o fanatismo como um dos principais motivos pelo qual a religião não é capaz de contribuir para a fraternidade humana e a paz mundial.
Os Bahá’ís têm sentido este fanatismo de uma forma intensa e directa no Irão, onde, desde 1979, mais de 200 foram executados devido à sua fé, milhares foram lançados na prisão, e todos os 300 mil Bahá’ís iranianos têm sido vítimas de graves discriminações, incluindo a proibição total de frequentar as universidades iranianas.
A carta aos líderes religiosos internacionais salienta que os argumentos religiosos são muitas vezes utilizados para manter as raças separadas, para denegrir nações inteiras e permitir que a violência se exerça contra eles, e para negar às mulheres "a oportunidade de expressar as potencialidades do espírito humano" relegando-as "para um papel de responder às necessidades dos homens. "
Ao negar a unidade fundamental da religião, as comunidades religiosas mantêm o espírito de preconceito contra outras, reduzem a eficácia da cooperação inter-religiosa, e enfraquecem a sua capacidade de servir a humanidade como um todo.
Há muitas coisas que os líderes religiosos podem fazer em relação ao fanatismo. Quando as religiões são fiéis ao espírito e ao exemplo dos seus fundadores, podem "despertar nas populações inteiras capacidades de amar, de perdoar, para criar, ousar muito, para superar preconceitos, para se sacrificarem pelo bem comum e disciplinar os impulsos do instinto animal. "
Podem apoiar a investigação vigorosa da realidade espiritual e material e sublinhar o papel importante da ciência no progresso humano. Podem ir além da condenação do terrorismo e do materialismo e exemplificar uma vida amorosa e com sentido.
Acima de tudo, as religiões podem defender um princípio de Bahá'u'lláh, fundador da Fé Bahá'í, que declarou: "o bem-estar da humanidade, sua paz e segurança, são inatingíveis, a menos que sua unidade seja firmemente estabelecida. "
Muitos dos princípios Bahá'ís assemelham-se às posições que o Dalai Lama corajosamente tomou no passado. Tenho a certeza que vou para ouvir o que ele tem a dizer, na noite de segunda-feira.
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