E, no entanto, a consciência do pluralismo não leva simplesmente a uma completa celebração da diversidade; nem está o pluralismo isento de problemas. Muito preocupam-se pela forma como a relatividade é facilmente equiparado com um relativismo que não deixa espaço para discussão de declarações de verdade ou graus de valor. Acredito que existe uma convicção crescente de que as religiões não podem viver lado a lado como corpos não-relacionados e soberanos. Não será, perguntam alguns, que as crises da nossa era constituem um chamamento às religiões para cooperarem nas suas soluções? Poderão as muitas religiões viver legitimamente na indolência, tolerância ou, pior ainda, num estado de guerra? Se o fizerem, poderão os problemas ambientais da humanidade e da terra ser resolvidos? Schillebeeckx mais uma vez ajuda-nos a identificar conclusões sobre o que isto significa para pessoas religiosas: "A multiplicidade de religiões não é um mal que seja necessário remover, mas uma riqueza que deve ser acolhida e apreciada por todos... Existe mais verdade religiosa em todas as religiões juntas do que numa religião em particular… Isto também se aplica ao Cristianismo"[1]
Parece que as religiões do mundo deveria reunir-se, não para formar uma religião nova e singular, mas, para formar uma comunidade dialogante de comunidades. A imagem mais apropriada para o futuro religioso da humanidade talvez se encontre, não nas imagens de igrejas, sinagogas templos e mesquitas prósperas, mas naquilo que o mundo testemunhou, e milhares experimentaram, no parlamento mundial das religiões, em Chicago, em 1993, e na Cidade do Cabo, em 1999. Aqui, representantes das principais comunidades religiosas do mundo reuniram-se para afirmar e praticar a necessidade de falar e ouvirem-se umas às outras. Eram uma comunidade dialogante à escala internacional, espelhando o que também pode ocorrer num cenário local.
Paul F. Knitter, Introducing Theologies of Religions, p. 8
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[1] - Edward Schillebeeckx, The Church: The Human Story of God, 1990, p. 166-67
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