Fanatismo e adesão dogmática às velhas crenças tornaram-se a fonte central de animosidade entre os homens, o obstáculo ao progresso humano, a causa da guerra e conflito, o destruidor da paz, da serenidade e bem-estar no mundo. ('Abdu'l-Bahá, Promulgation of Universal Peace, p. 439).Para cada um de nós nesta extraordinária nova era na história da humanidade, o nosso dever mais sagrado significa examinar as nossas convicções religiosas. Como 'Abdu'l-Bahá sugere acima, o conflito religioso não é apenas o mais profundo inimigo da humanidade; a construção de uma estrutura de sociedade que nos inclua a todos também exige nos libertemos desse conflito.
Somente uma sociedade construída sobre verdades espirituais profundas tem alguma possibilidade de resistir ao teste do tempo. Podemos construir essa sociedade se cada um de nós - independentemente das nossas origens religiosas, independentemente da grandeza das nossas convicções - fizer uma pausa para investigar os fundamentos da sua fé religiosa, à luz das novas informações sobre religião, que nos permitem a vivência numa sociedade global. Devemos ousar perguntar a nós próprios, que parte da nossa religião é essencial e que parte pode ser descartada? Em termos bíblicos, devemos determinar a diferença entre o trigo e o joio.
Claro que os Bahá’ís não acreditam que se possa fazer isso sem ajuda. Vamos precisar de uma validação divina. No entanto, podemos e devemos reconhecer a natureza do nosso dilema religioso: no meio de infindáveis e diferentes declarações intra-religiosas e inter-religiosas, o essencial deve ser verdade, e a verdade é só uma.
O primeiro passo na busca dessa verdade passa pelo questionar das nossas fontes de informação.
Pense, num minuto, nos seus conhecimentos sobre religião, sobre os seus sentimentos gerais em relação às várias religiões mundiais. Você considera algumas religiões como familiares e outras como estranhas? Muita gente pensa assim; então, comecemos por aí.
Aprendemos que as religiões são "estranhas" através de má informação. Geralmente isso começa quando aceitamos uma verdade parcial ou um exagero como uma verdade plena. Considere-se algumas desses falsos conhecimentos: os Hindus são politeístas; os Budistas não têm Deus; os Zoroastrianos têm dois deuses; os Judeus afastaram-se de Deus; os Cristãos acreditam que apenas eles serão salvos; os Muçulmanos espalham a sua religião pela espada... Na verdade, tudo o que muitas pessoas sabem sobre as outras religiões são falsos aforismos como estes. Usando esses entendimentos desajustados, muitos adeptos religiosos, fazem esforços consideráveis a menosprezar pessoas de outras religiões. Os ensinamentos Bahá’ís refutam completamente essa ideia. Bahá'u'lláh escreve:
Que às diversas comunhões da terra, e aos múltiplos sistemas de crença religiosa, nunca seja permitido promover o sentimento de animosidade entre os homens, é, neste Dia, a essência da fé de Deus e da Sua religião. (Epístola ao Filho do Lobo, parag. 17).De facto, os Bahá’ís tentam combater e eliminar os desentendimentos e preconceitos religiosos a que as pessoas se agarram. Bahá'u'lláh aconselha:
Preparai-vos os vossos esforços, ó povo de Bahá, para que, porventura, o turbilhão da contenda e conflito religioso que agita os povos da terra possa ser imobilizado, para que todos os seus vestígios possam ser completamente eliminados. Por amor a Deus, e aos que O servem, levantai-vos ajudar esta sublime e monumental Revelação. O fanatismo e o ódio religioso são um fogo que devora o mundo, e cuja violência ninguém pode extinguir. A Mão do poder divino pode, só por si, livrar a humanidade desta aflição desoladora. (Epístola ao Filho do Lobo, parag. 18)Bahá'u'lláh aconselha os Bahá’ís: "Associai-vos com os seguidores de todas as religiões, num espírito de amizade e fraternidade". E Bahá’ís acreditam firmemente que:
... a verdade religiosa não é absoluta, mas relativa, que a Revelação Divina é um processo contínuo e progressivo, que todas as grandes religiões do mundo têm origem divina, que os seus princípios elementares estão em completa harmonia, que os seus objectivos e propósitos são o mesmo, que os seus ensinamentos são apenas facetas de uma verdade, que as suas funções são complementares, que diferem apenas em aspectos não-essenciais das suas doutrinas, e que as suas missões representam sucessivas etapas na evolução espiritual da sociedade humana. (Shoghi Effendi, The Promised Day is Come, p. v.)
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Texto Original: Progressive Revelation and “Foreign” Faiths
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Tom Tai-Seale é professor de saúde pública na Texas A & M University e investigador de religião. É autor de numerosos artigos sobre saúde pública e também de uma introdução bíblica à Fé Bahai: Thy Kingdom Come, da Kalimat Press
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