domingo, 7 de dezembro de 2025

Quem foram as Pessoas Mais Influentes na História?

Por David Langness.


Pense um pouco nestas questões: quem foram as pessoas mais influentes na história? Quem teve maior influência sobre toda a humanidade?

Os historiadores fizeram muitas listas classificando as pessoas mais influentes de sempre, mas há alguns anos a revista Time colocou esta questão, fez uma análise baseada em dados e até a submeteu a algum rigor científico:

Quando nos propusemos classificar a importância das figuras históricas, decidimos não abordar o projecto da mesma forma que os historiadores, através de uma avaliação baseada em princípios das suas realizações individuais. Em vez disso, avaliamos cada pessoa agregando milhões de traços de opiniões numa análise computorizada centrada em dados. Classificamos as figuras históricas da mesma forma que o Google classifica as páginas web, integrando um conjunto diversificado de métricas sobre a sua reputação num único valor consensual. (Who’s Biggest? The 100 Most Significant Figures in History, por Steven Skiena e Charles B. Ward, Time Magazine, 10 de Dezembro de 2013)

De longe, a maior percentagem de indivíduos na lista da Time das 100 pessoas mais significativas da história — um quarto deles — eram grandes figuras religiosas ou filósofos, os influentes profetas e mensageiros cujos conceitos, ideias e acções influenciaram milhões e milhões de pessoas ao longo de muitos séculos. Eis os cinco primeiros classificados pela Time:

  • Jesus
  • Napoleão
  • Muhammad
  • William Shakespeare
  • Abraham Lincoln

É fácil compreender porque é que Cristo e Maomé ocupam posições tão elevadas nesta lista: porque deram origem a religiões globais com milhares de milhões de adeptos e porque é que os seus ensinamentos tiveram um impacto tão profundo nos seus seguidores, em múltiplas civilizações e na própria história da humanidade ao longo dos séculos. A posição de Napoleão em segundo lugar reflecte, sem dúvida, o facto de ele ter mudado a face da Europa durante a sua era, mas, afinal, tanto Cristo como Maomé mudaram a face do mundo inteiro — durante milhares de anos.

A lista da Time, como muitas listas semelhantes, tem reconhecidamente algum pendor ocidental — várias pessoas nela incluídas são presidentes americanos, por exemplo, e figuras históricas seminais como Buda e Moisés ocupam posições muito aquém do esperado —, mas tem em conta o enorme impacto dos fundadores das religiões do mundo. Podemos contar pelos dedos das mãos os profetas e mensageiros mais conhecidos: Krishna, Abraão, Moisés, Buda, Zoroastro, Cristo, Muhammad e agora Bahá’u’lláh, todos fundadores de religiões globais que inspiraram milhões de seguidores e, de facto, mudaram o pensamento da humanidade e, consequentemente, o progresso.

Assim, aqui fica uma ideia: e se modificássemos um pouco a Teoria do Grande Homem da história, considerando esta perspectiva espiritual, e lhe chamássemos a teoria dos Profetas de Deus? E se começássemos a ver estes profetas e mensageiros como os verdadeiros fundadores não só da religião, mas da própria civilização?

A leitura da história leva-nos à conclusão de que todos os homens verdadeiramente grandes, os benfeitores da raça humana, aqueles que levaram os homens a amar o certo e a odiar o errado e que causaram progressos reais, todos estes foram inspirados pela força do Espírito Santo.

Nem todos os Profetas de Deus se formaram nas escolas de filosofia erudita; na verdade, eram frequentemente homens de origem humilde, aparentemente ignorantes, homens desconhecidos e sem importância aos olhos do mundo; por vezes, nem sequer tinham conhecimentos de leitura e de escrita.

O que elevou estes grandes seres acima dos homens, e pelo qual puderam tornar-se Mestres da verdade, foi o poder do Espírito Santo. A sua influência sobre a humanidade, em virtude desta poderosa inspiração, foi grande e profunda.

A influência dos filósofos mais sábios, sem este Espírito Divino, tem sido relativamente insignificante, por mais extenso que seja o seu conhecimento e profunda a sua erudição.

Os intelectos fora do comum, por exemplo, de Platão, Aristóteles, Plínio e Sócrates, não influenciaram tanto os homens ao ponto de estes se mostrarem desejosos de sacrificar as suas vidas pelos seus ensinamentos; por outro lado, alguns destes homens simples comoveram de tal forma a humanidade que milhares de homens se tornaram mártires dispostos a defender as suas palavras; pois estas palavras foram inspiradas pelo Espírito Divino de Deus! (‘Abdu’l-Bahá, Paris Talks, pp. 164-165)

O filósofo Hegel concordou quando disse: “Estes são os grandes homens históricos — cujos objetivos particulares envolvem aquelas grandes questões que são a vontade do Espírito do Mundo.

É claro que apenas mencionei o mais conhecido dos grandes fundadores da Fé. Cada cultura e civilização teve o seu próprio mensageiro divino, herói cultural ou profeta, o líder espiritual que conduziu as pessoas em direcção à paz, à unidade e ao amor ao próximo. Cada povo e cultura indígena tem pelo menos um destes mensageiros espirituais. Poderá ter ouvido falar de alguns deles — o mensageiro maia Quetzlcoatl, por exemplo, ou Deganawida, o Grande Pacificador, o venerado profeta dos Haudenosaunee, da Confederação Iroquesa —, mas os nomes de muitos outros perderam-se com o passar do tempo:

Repetidamente vos enviei os meus servos, os profetas, que insistiram convosco para mudarem de procedimento e fazerem o que é recto. Preveniram-vos para que não prestassem culto nem servissem a outros deuses… (Jeremias 35:15)

E a todos os povos enviámos um apóstolo. (Alcorão 16:38)

Deus tem levantado profetas e revelado livros tão numerosos como as criaturas do mundo, e continuará a fazê-lo por toda a eternidade. (The Bab, Selections from the Writings of the Bab, p. 125)

Sabei que a ausência de qualquer referência a eles [Profetas anteriores a Adão] não é prova de que, de facto, não tenham existido. O facto de actualmente não existirem registos disponíveis sobre eles deve ser atribuído à sua extrema distância, bem como às imensas mudanças que a Terra sofreu desde então. (Bahá’u’lláh, Gleanings from the Writings of Bahá’u’lláh, LXXXVII)

Quando observar este padrão histórico ao analisar todo o âmbito da história humana, e avaliar a influência destes imponentes líderes espirituais, começará a reconhecer o seu poderoso impacto.

Mas… e se levássemos esta teoria da história dos Profetas de Deus um pouco mais longe — como fazem os ensinamentos Bahá’ís — e começássemos a considerar cada um destes mensageiros divinos como um só?

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Texto original: Who Were History’s Most Influential People? (www.bahaiteachings.org)

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David Langness é jornalista e crítico de literatura na revista Paste. É também editor e autor do site BahaiTeachings.org. Vive em Sierra Foothills, California, EUA.

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