sábado, 25 de outubro de 2014

De onde vêm as virtudes humanas?

Por David Langness.

... indubitavelmente, todas as virtudes têm um centro e uma fonte. Essa fonte é Deus, do qual emanam todas essas dádivas (’Abdu’l-Bahá, The Promulgation of Universal Peace, p. 83.)
Experimentem pensar durante um minuto na pessoa mais bondosa que conhecem.

Agora tentem responder a estas duas questões: O que faz essa pessoa ser tão boa? Qual a origem de toda essa bondade?

Isso é o início de uma reflexão sobre uma das mais antigas questões filosóficas e religiosas: de onde vêm as nossas virtudes?

Desde as primeiras civilizações humanas que nos questionamos sobre a origem da excelência moral. Alguns filósofos acreditam que esta foi concedida apenas a alguns privilegiados ou eleitos. Outros pensam que evoluiu na consciência humana à medida que a nossa espécie se tornava cada vez menos preocupada com questões de sobrevivência. E outros crêem que a moralidade veio das nossas famílias culturais.

Mas muitos filósofos atribuem à religião a origem do desenvolvimento de actos e pensamentos virtuosos. Com repetidos apelos à justiça, à generosidade, ao amor e à misericórdia, o panteão mundial das grandes religiões incitou a humanidade a uma existência moral.

As Escrituras Bahá’ís afirmam:
Os benefícios universais derivam da graça das religiões Divinas, pois elas conduzem os seus verdadeiros seguidores à sinceridade de intenções, a propósitos elevados, à pureza e honra imaculadas, à bondade e à compaixão insuperáveis, à preservação dos seus convénios estabelecidos, ao interesse pelos direitos dos outros, à liberdade, à justiça em cada aspecto da vida, à humanidade e à filantropia, à coragem e aos esforços incansáveis ao serviço da espécie humana. É a religião, em resumo, que produz todas as virtudes humanas, e estas virtudes são as velas brilhantes da civilização. (’Abdu’l-Bahá, The Secret of Divine Civilization, p. 98)
Isto não significa que todas as pessoas que se declaram religiosas são virtuosas. Longe disso:
É verdade que existem indivíduos insensatos que nunca examinaram adequadamente os fundamentos das religiões Divinas, que consideram como critério o comportamento de uns quantos religiosos hipócritas e avaliam todas as pessoas religiosas por esse padrão de medida, e concluiram, por causa disso, que as religiões são um obstáculo ao progresso, um factor de divisão e uma causa de malevolência e inimizade entre os povos. Eles nem sequer observaram que os princípios das religiões Divinas dificilmente podem ser avaliados pelos actos daqueles que apenas alegam segui-las. Qualquer coisa excelente, mesmo que seja inigualável, pode ser desviada para fins errados. Uma lâmpada acesa nas mãos de uma criança não instruída ou de um cego não dissipará a escuridão do ambiente, nem iluminará a casa - ateará fogo no portador e na casa. (‘Abdu’l-Bahá, The Secret of Divine Civilization, p. 71)
A lâmpada da virtude, afirmam as Escrituras Bahá’ís, ilumina aqueles que se esforçam verdadeiramente por traços de carácter e atitudes morais existentes nas verdades básicas da Fé:
...no reino espiritual da inteligência e idealismo tem de existir um foco de iluminação, e esse centro é o eterno e sempre brilhante Sol, a Palavra de Deus. As suas luzes são as luzes da realidade que brilharam sobre a humanidade, iluminando o reino do pensamento e da moral, concedendo as graças do mundo divino ao homem. Estas luzes são o motivo da educação das almas e a fonte de iluminação dos corações, irradiando com o seu esplendor resplandecente a mensagem das boas-novas do Reino de Deus. Em resumo, o progresso do mundo moral e ético e do mundo da regeneração espiritual depende daquele Centro de iluminação celestial. Ele irradia a luz da religião e concede a vida do espírito, imbui a humanidade com virtudes únicas e confere esplendores eternos. Este Sol da Realidade, este Centro de esplendor, é o Profeta ou Manifestante de Deus. Assim como o sol brilha sobre o mundo material produzindo vida e crescimento, o Sol espiritual ou profético confere iluminação ao mundo humano do pensamento e da inteligência e, se não brilhar sobre o horizonte da existência humana, o reino humano tornar-se-á tenebroso e extinguir-se-á (’Abdu’l-Bahá, The Promulgation of Universal Peace, p. 94).

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Texto original: Where Do Our Human Virtues Come From? (bahaiteachings.org)

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David Langness é jornalista e crítico de literatura na revista Paste. É também editor e autor do site BahaiTeachings.org. Vive em Sierra Foothills, California, EUA.

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