Ter crescido como a única menina Judia numa cidade pequena do Indiana (EUA), proporcionou-me uma experiência de vida como “diferente” na época do Natal.
A minha família nem sequer tinha a chamada árvore de Hanukkah, e havia uma pessoa na família que adorava a música de Natal, especialmente o álbum de Johnny Mathis. Como outras famílias naquela época, víamos os filmes de Natal na TV ou no cinema. Mas isso era entretenimento; não era algo em que "acreditávamos".
Quando as pessoas que não sabiam que eu era judia me perguntavam sobre os meus planos para o Natal, eu ficava nervosa a pensar no que havia de dizer. Se dissesse apenas "Somos judeus", isso geralmente acabava com a conversa. Mas, por vezes, as pessoas ficavam confusas sobre o povo judeu. Lembro-me de uma colega de escola me perguntou se podia tocar nos chifres na minha cabeça, explicando depois que a cabeleireira da sua mãe lhe tinha dito que os judeus têm chifres.
Mais tarde, quando estudava na universidade, no final da década de 1960, decidi que já não queria ser judia. Comecei a investigar o que queria ser - aquilo em que eu realmente acreditava e a que me queria associar. A história sobre como descobri a Fé Bahá’í (ou como ela me descobriu) é o tema para outro ensaio, talvez noutra ocasião. Mas em 1980 decidi-me tornar Bahá'í. A ironia? Voltei mais uma vez a ser “diferente”.
Ao longo dos anos, os ensinamentos Bahá’ís mostraram-me que o espírito do natal é realmente algo para celebrar. Agora aceito e venero a Jesus Cristo como mensageiro de Deus para o seu tempo. Ser Bahá’í aproximou-me dos meus irmãos e irmãs cristãs em todo o mundo, pois reconheço a unidade essencial de todas as religiões e a unidade dos mensageiros divinos que trouxeram essas religiões à humanidade durante o seu tempo na Terra.
O site oficial da Fé Bahá’í (www.bahai.org) apresenta esta explicação:
Ao longo da história, Deus enviou à humanidade uma série de educadores divinos - conhecidos como Manifestantes de Deus - cujos ensinamentos forneceram a base para o avanço da civilização. Estes Manifestantes incluem Abraão, Krishna, Zoroastro, Moisés, Buda, Jesus e Maomé. Bahá’u’lláh, o mais recente desses Mensageiros, explicou que as religiões do mundo provêm da mesma Fonte e, em essência, são sucessivos capítulos de uma única religião de Deus.Quando perguntaram qual a diferença entre os ensinamentos de Bahá’u’lláh e os ensinamentos de Jesus Cristo, ‘Abdu’l-Bahá deu esta explicação:
Os ensinamentos são os mesmos. É a mesma base e o mesmo templo. A verdade é una e indivisível. Os ensinamentos de Jesus estão numa forma concentrada. Até hoje, os homens não estão de acordo sobre o significado de muitas das suas palavras. Os seus ensinamentos são como um rebento de uma flor. Hoje, o rebento está a transformar-se em flor! Bahá’u’lláh expandiu e cumpriu os ensinamentos, e aplicou-os em pormenor ao mundo inteiro. (‘Abdu’l-Bahá in London, p. 92)No entanto, confesso que fico cansada do grau de saturação que o Natal atinge na América do Norte. Desde a música nos centros comerciais aos desfiles do Pais Natal, parece-me que se passou do limite. Pergunto-me, por vezes, se Cristo apreciaria o materialismo que o seu aniversário agora suscita. Por outro lado, participo de trocas de presentes no meu emprego, junto-me a amigos para jantar, faço de "Pai Natal secreto" durante uns dias com actos de bondade e aproveito outros eventos pessoais.
Agora, quando os empregados das lojas e outras pessoas que não me conhecem me perguntam se estou pronta para o Natal, digo-lhes apenas que eu não o celebro especificamente, embora como Bahá’í eu respeite honre o espírito da época. Depois pergunto-lhes o que ELES estão a fazer. Todos ficam entusiasmados por me contar sobre as tradições das suas famílias, o tamanho da sua árvore, quem vão visitar, como eles trocam presentes, o que eles vão comer e os passeios que estão a planear. Ouço-os com interesse, partilho o seu entusiasmo e, com toda a sinceridade, desejo-lhes umas boas festas.
Desejo-lhe um Feliz Natal também para si.
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Texto original: Merry Christmas - from a Baha’i (www.bahaiteachings.org)
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Jaellayna Palmer nasceu nos EUA e actualmente vive com o marido no Canadá. Trabalhou durante 8 anos como voluntária no Centro Mundial Baha’i e está semi-reformada. É colunista de um jornal e publicou um livro de ensaios pessoais intitulado "Personal Path, Practical Feet".
1 comentário:
Thank you. A Great Explanation For Children On Why Baha’is Don’t Celebrate Christmas!
On behalf of the Universal House of Justice to an 11-year-old Baha’i, 18 April 1988. Published in the British Baha’i Journal, August 1988:
You have asked if Baha’is are allowed to celebrate Christmas. The answer to this question requires careful thinking so that the meaning will become clear. Since Baha’is believe in all the religions sent by God, it seems reasonable that they should celebrate Christmas and the other holidays of Christianity and other religions. But would this be sensible? There are at least two points to consider.
One point is that Baha’u’llah, the latest Prophet from God, has brought us new Teachings for a new Day. With His coming we have a new calendar with new Holy Days. For example, the Intercalary Days and Naw-Ruz offer us occasions for gift-giving and celebration.
Another point to consider is this. If the Baha’is celebrated Christmas among themselves, people who did not know of their belief in Baha’u’llah might think that they were Christians. It could become even more confusing to people if, in addition, the Baha’is also observed the holidays of other religions. To avoid such confusion the beloved Guardian advised the Bahá’í friends not to continue celebrating holidays like Christmas and New Year among themselves.
However, as you know, not everyone is a Baha’i. Many Baha’is come from Christian families who celebrate Christmas, there is no harm in such a Baha’i sharing Christmas with Christian relatives. Sometimes Christian friends may invite a Baha’i to join their Christmas celebration, this is all right because the Baha’is are taught by Baha’u’llah to be friendly with the followers of all religions. The thing to remember is that Baha’i families or Baha’i communities do not hold Christmas celebrations among themselves.
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