Os ensinamentos Bahá'ís afirmam que todas as grandes religiões monoteístas do mundo são uma só, que todas provêm da mesma Fonte e transmitem à humanidade a mesma mensagem essencial. Os Bahá’ís acreditam que esta unicidade progressiva inclui o Hinduísmo, uma antiga família de religiões originárias do subcontinente indiano.
Os Hindus são frequentemente classificados em diferentes grupos consoante os objectos da sua devoção, as suas práticas e o foco das suas Escrituras, levantando a questão “será o Hinduísmo uma única religião?”. Os ocidentais também têm tido, ao longo do tempo, uma variedade de ideias diferentes sobre Deus e os seus atributos. Quando um Ocidental decide tornar-se jesuíta em vez de franciscano ou um baptista em vez de presbiteriano, ele continua a aceitar outras formas de religião Cristã como expressões legítimas - apesar dessas formas diferentes enfatizarem diferentes aspectos ou métodos no Cristianismo. Os Hindus fazem o mesmo. Eles escolhem uma forma de religião que lhes é confortável, respeitando as restantes como diferentes expressões do Deus universal. Assim, os diferentes ramos do Hinduísmo, enfatizando diferentes aspectos de Deus, estão unidos como uma única família Hindu.
É certo que existem representações de muitos deuses no Hinduísmo, mas será correcto descrever o Hinduísmo moderno como politeísta? Tal como o Deus das religiões semitas, Brahman - o deus Hindu dos Vedas - é descrito como estando muito acima de nós. Os Vedas dizem: "Brahman é Aquele cujas palavras não podem descrever, e de Quem a mente, incapaz de O alcançar, se mostra confusa." E, no entanto, as escrituras Hindus dizem que Ele está no coração de todos, sendo essencialmente semelhante ao Deus monoteísta do Judaísmo, do Cristianismo e do Islão.
Vós sois o fogo, Vós sois o sol, Vós sois o ar, Vós sois a lua, sois o firmamento estrelado, sois o Brahman Supremo: Vós sois as águas - Vós, o criador de todos.Estas palavras poderiam ter sido escritas por um místico Cristão ou Sufi. No entanto, até mesmo os Upanishads fazem a distinção entre Deus e o Seu universo. Como a continuação do mesmo versículo deixa claro, enquanto Deus cria coisas que mudam, Ele permanece o mesmo. Os versículos afirmam:
Cheias de Brahman estão as coisas que vemos; cheias de Brahman estão as coisas que não vemos; de Brahman flui tudo o que existe; E Brahman porém permanece o mesmo.Será isso panteísmo? Um sábio hindu escreve:
Não existe, propriamente falando, panteísmo na Índia - mesmo que as aparências possam por vezes sugerir o contrário. O Hindu vê Deus como a energia derradeira na criação e por trás de toda a criação; mas nunca, nem nos tempos antigos, nem nos tempos modernos, Ele é idêntico a ela. (Swami Prabhavananda, The Spiritual Heritage of India, p. 33)
Os dez avatares de Vishnu |
As almas abençoadas - seja Moisés, Jesus, Zoroastro, Krishna, Buda, Confúcio ou Maomé - foram a causa da iluminação do mundo da humanidade. Como podemos negar tais provas irrefutáveis? Como podemos ser cegos para essa luz? (‘Abdu'l-Bahá, The Promulgation of Universal Peace, p. 346)A crença num agente divino organizador que procura educar e aperfeiçoar o carácter humano e permitir o crescimento social constitui o fundamento comum a todas as grandes religiões. A ênfase Hindu na oração e na meditação, na busca interior para encontrar o Bem-Amado, o desejo apaixonado de libertação da escravidão do mundo material e a tentativa de viver de acordo com uma ordem universal (dharma) conseguiram criar milhões de pessoas boas e nobres entre os Hindus do mundo.
A bondade e a gentileza dos Hindus, as mentes analíticas brilhantes de muitos dos seus sábios, as suas escrituras de beleza esmagadora são dádivas que a cultura hindu trouxe à família das religiões e das nações. É uma oferta de que não podemos abdicar.
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Texto Original: How Baha’is View Hindus, Krishna and Monotheism (www.bahaiteachings.org)
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Tom Tai-Seale é professor de saúde pública na Texas A&M University e investigador de religião. É autor de numerosos artigos sobre saúde pública e também de uma introdução bíblica à Fé Bahai: Thy Kingdom Come, da Kalimat Press.
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