sexta-feira, 28 de maio de 2021

Comemorar a Ascensão de Bahá’u’lláh


Bahá’u’lláh, o profeta e fundador da Fé Bahá’í, abandonou este mundo material no dia 29 de maio de 1892. Esta noite, Bahá’ís em todos os lugares vão evocar este triste aniversário.

O falecimento de Bahá’u’lláh - que agora é comemorado em todo o mundo por pessoas de todas as nacionalidades, raças, etnias e origens religiosas - deu início a uma notável sequência de acontecimentos que espalhou a Fé Bahá’í por todo o planeta.

Bahá’u’lláh tinha setenta e quatro anos quando faleceu. A Sua vida notável incluiu um número surpreendente de acontecimentos heróicos e angustiantes - enquanto nobre persa, poeta, místico, “Pai dos Pobres” reconhecido e admirado no seu país, prisioneiro de consciência durante 40 anos, vítima de tortura, exilado e, acima de tudo, o Manifestante de Deus que promulgou a mais recente religião mundial: a Fé Bahá’í.

Os ensinamentos de Bahá’u’lláh tornaram-se um modelo de progresso espiritual e social para milhões de pessoas em todo o mundo. Os Bahá’ís vêm de todas as classes, de todas as nações, de todos os grupos étnicos e de todas as origens religiosas - e dedicam as suas vidas à comunhão e fraternidade universal, seguindo os ideais e princípios que Bahá’u’lláh ensinou.

Quando Bahá’u’lláh faleceu em 1892, muitas pessoas se questionaram se a nova Fé sobreviveria. Mas a Fé Bahá’í não só sobreviveu, mas também cresceu rapidamente e espalhou-se por todos os continentes, sem se dividir em seitas ou facções rivais – coisa que atormentou todas as outras religiões nos seus primeiros anos, após a morte dos seus fundadores.

A história mostra que após a morte dos fundadores das grandes religiões mundiais, os seus seguidores esforçam-se por manter vivos os Seus ensinamentos, mesmo enfrentando a oposição violenta das culturas dominantes. Em número reduzido, perseguidos severamente, incompreendidos, exilados, torturados e presos, os primeiros Judeus, Budistas, Cristãos, Muçulmanos - e os primeiros Bahá’ís - sofreram tremendamente. Muitos sofreram o martírio devido às suas crenças; e muitos, ostracizados, questionaram-se, nos seus momentos de fraqueza, se a nova religião sobreviveria.

O mesmo aconteceu após o falecimento de Bahá’u’lláh, em 1892. Expulso da Pérsia por autoridades civis e religiosas, e sucessivamente exilado para Bagdade (1852), Constantinopla (actual Istambul, 1863), Adrianópolis (actual Edirne, 1863) e para a cidade-prisão de Acre (na Palestina, actual Israel, em 1868), Bahá’u’lláh foi aquilo que hoje se chama “prisioneiro de consciência”. Os Seus seguidores sofreram tremendas perseguições, torturas e martírios.

No entanto, ao longo do tempo, e apesar das terríveis condições que lhe foram impostas, Bahá’u’lláh foi revelando a Sua religião, baseada em princípios e valores inovadores: a investigação independente da verdade, a unidade de todas as religiões, a unicidade de Deus e da humanidade, a igualdade entre homens e mulheres, a harmonia entre ciência e da religião:

Aquilo que Deus ordenou como remédio soberano e mais poderoso instrumento para a cura do mundo é a união de todos os seus povos numa Causa universal, numa fé comum. Isto não pode de modo algum ser alcançado salvo através do poder de um Médico qualificado, todo-poderoso e inspirado. (Bahá'u'lláh, Epistle to the Son of the Wolf, ¶105)

Aqueles ideais progressistas e desafiadores fizeram com que os governos persa e otomano sujeitassem Bahá’u’lláh a quatro décadas de punição cruel e invulgar. Bahá’u’lláh não cometeu qualquer crime, mas foi punido por promulgar os princípios pacíficos de um novo sistema de crenças, que desafiavam a ortodoxia, a estrutura de poder e a corrupção endémica nas instituições governamentais, sociais e religiosas existentes.

Bahá’u’lláh foi repetidamente sujeito a sofrimentos e privações - tal como todos os Profetas de Deus antes d’Ele – como um sacrifício por toda a humanidade e um exemplo do poder da unidade. ‘Abdu’l-Bahá afirmou que Bahá’u’lláh:

... suportou todas essas provações e calamidades para que os nossos corações pudessem ficar acesos e radiantes, os nossos espíritos fossem glorificados, as nossas faltas se tornassem em virtudes, a nossa ignorância fosse transformada em conhecimento; para que pudéssemos alcançar os verdadeiros frutos da humanidade e adquirir graças celestiais; para que, embora peregrinos sobre a terra, pudéssemos seguir no caminho do Reino celestial, e, embora pobres e necessitados, pudéssemos receber os tesouros da vida eterna. Foi para isso que Ele suportou estas dificuldades e aflições. (The Promulgation of Universal Peace, p. 28)

Apesar de todas as provações, apesar das perseguições sofridas pelos Bahá’ís naquele tempo e ainda hoje em alguns países, a Fé de Bahá’u’lláh cresceu, prosperou, e tornou-se um fenómeno global.

Hoje à noite e amanhã, os Bahá’ís reúnem-se para celebrar e evocar o falecimento de Bahá’u’lláh. Nesses muitos milhares de encontros evocativos, onde não faltarão de momentos devocionais, leitura das escrituras, e orações; serão também momentos de reflexão sobre o poder dos ensinamentos de Bahá’u’lláh e os Seus tremendos sacrifícios para trazer à humanidade uma mensagem de paz e unidade.

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Traduzido e adaptado de: Observing the Ascension of Baha’u’llah (www.bahaiteachings.org)

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