quinta-feira, 26 de junho de 2008

Apreciações sobre o 3º Colóquio da CLR

Agora que terminou o 3º Colóquio Internacional "O Contributo das Religiões para a Paz" organizado pela Comissão da Liberdade Religiosa (CLR) aqui ficam algumas apreciações.


Penso que houve três intervenções que constituíram os momentos altos deste colóquio:

- A intervenção do Dr. Jónatas Machado, sobre liberdade religiosa em Portugal, pela forma e pelo conteúdo da sua apresentação.
- A intervenção do Dr. António Reis, sobre a laicidade em Portugal, interessante no conteúdo e apelativa por se tratar de um “não-crente”.
- A intervenção do Dr. Paulo Borges da União Budista Portuguesa que que ao usar da palavra começou por descrever o quão triste se sentia por saber que no Sri Lanka os Budistas levaram a cabo actos de perseguição a Cristãos Evangélicos. Com estas palavras, o professor Paulo Borges manifestou coragem, humildade e sinceridade tão necessárias ao diálogo inter-religioso.

As intervenções que menos gostei foram as dos representantes muçulmanos. O Iman Feisal Abdul Raouf (sunita e presidente da Cordoba Initiative) referiu os conflitos israelo-palestiniano e indo-paquistanês como se se tratassem de problemas religiosos. Na verdade, estes dois conflito são conflitos políticos, onde as partes invocam a identidade religiosa apenas para exacerbar ódios e “legitimar divinamente” a sua posição. Este palestrante foi incapaz de mencionar a situação dos Bahá’ís no Irão e o Egipto, dois casos de perseguição religiosa que não podem ser confundidos com qualquer tipo de conflito político, étnico, ou económico. Azim Nanji, director do Institute of Ismaili Studies, também foi omisso neste assunto.

Comentei este aspecto com alguns participantes no colóquio, e concordámos que os muçulmanos portugueses são bem diferentes destes palestrantes muçulmanos, que não têm qualquer problema em mencionar os bahá’ís e até os acolhem nos seus templos e mesquitas.

1 comentário:

Héliocoptero disse...

Estes teus relatos e vídeos só abrem o apetite à massa cinzenta, Marco. A ver se para o ano lá consigo estar.