Será o entendimento Evangélico da salvação apenas através da fé e da graça a única forma de compreender e experimentar como o Divino toca e transforma os humanos? Poderão os Evangélicos impor uma forma particular de experimentar Deus, tal como se encontra na Bíblia, às outras religiões? Por exemplo, poderá a experiência muçulmana de “submissão a Deus”, ou a mensagem de Buda sobre iluminação, ou o sentido Hindu de moksha como unidade total com Brahman, o Derradeiro, ou o sentido chinês de viver na harmonia do ying-yang – poderão estes ser também formas diferentes de experimentar e falar sobre como Algo Mais entra ou emana do ser humano de forma a mudar o individuo e o mundo?
Se existem outras formas pelas quais o Divino “salva” e transforma, outras formas que são importantes não apenas para outros povos mas para toda a humanidade, então o diálogo não é apenas uma “competição sagrada” em que as várias reivindicações do tipo “único e exclusivo” tentam perceber que tem razão. Terá de ser um diálogo em que as religiões terão de se confrontar e corrigir mutuamente; tem de ser um diálogo em que as religiões devem cooperar, em vez de competir. Se Deus se revela e salta através de muitas religiões e não apenas uma, então o diálogo deve permitir que as religiões, ouvindo-se mutuamente, aprendam mais sobre este Deus que é sempre mais do que alguma delas pode alguma vez saber.
Paul F. Knitter, Introducing Theologies of Religions, p. 59
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