Nos últimos dias um post de um Nuno Sousa, no Barnabé, sobre a saúde débil do Papa provocou acesa polémica. Na verdade, foi muito infeliz nas palavras que escolheu; e posteriormente defendeu-se, acrescentando que se tratava de uma piada. Confesso que não sinto simpatia nenhuma por estas formas de anti-catolicismo primário. Na sua vertente mais básica parecem seguir a máxima : "Se alguém contar uma piada a respeito da saúde do Papa, isso é comédia; mas se algum católico contar um piada a respeito de um não-católico, isso será intolerância".
Quem já assistiu ao lento definhar da vida humana, quem já viu amigos ou familiares envelhecidos e afectados por uma senilidade crescente, sabe que este é um momento intenso no ocaso das nossas vidas. É um momento em que mais do que nunca, o ser humano necessita de todo o carinho, de toda a compreensão dos seus semelhantes. Só mesmo quem tem muita falta de bom senso pode pensar que este é um pretexto para qualquer tipo de ataque, ou mesmo para fazer uma piada.
Todos os sistemas de ideias, sejam políticos, religiosos ou outros, podem (e devem!) ser debatidos e questionados. A história dos actos praticados pelos adeptos de todos as religiões e de todas as ideologias políticas apresentam episódios profundamente condenáveis. Mas poderá a condenação desses actos ou o debate de ideias justificar a falta de respeito pela dignidade humana?
2 comentários:
Apesar de se saber que a Igreja não ficará nunca "desgovernada", não parece lícito pensar que o Papa deveria reconhecer que está diminuido fisica e intelectualmente e abdicar? Isto não é intolerância! Pelo contrário, parece que seria usufruir de um direito comum a todos os mortais e que, no caso, se converteria no uso do que é o verdadeiro sentido de responsabilidade!
Ana Catarina
Ana Catarina,
Obrigado pela sua visita.
Se o Papa deve abdicar ou não, isso é uma questão para os católicos discutirem. Como bahá'í considero que não devo dar palpites sobre assuntos internos da Igreja Católica.
O que eu não gostei no post do Nuno Sousa foi o tom do comentário sobre a saúde do Papa. Como escrevi, nessa fase da vida todo o ser humano necessita de compreensão; não é digno fazer disso um motivo de chacota.
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