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Sem nunca entrar em especulações infundadas ou sensacionalismos, o Padre Jerome convida-nos a reflectir sobre diversas possibilidades que se colocam relativamente a muitos aspectos da vida de Paulo para os quais não temos qualquer informação: Os pais de Paulo seriam escravos? Como foi recebido por Pedro quando se conheceram? Quão dolorosa foi a rotura com a Igreja de Antioquia? O que o levou a optar por determinados itinerários ao longo das suas viagens missionárias? Quais as circunstâncias em que foram escritas cada uma das suas cartas?
Para o autor, nas Epístolas de Paulo e nos Actos dos Apóstolos encontram-se diversos indícios que podem ajudar a encontrar respostas a estas e outras questões. Outros escritos históricos antigos, assim como o conhecimento que o da história e geografia do Mediterrâneo Oriental, permitem ao padre Murphy-O'Connor formular algumas respostas possíveis, e, por vezes, justificar qual a mais provável.
Ao longo de um texto onde ressalta a honestidade intelectual do autor (que por vezes assume que não tem respostas), Paulo torna-se um ser humano real, complexo e inseguro como tantos outros homens, bem diferente da imagem de vedeta da santidade que tantas teologias e catequeses proclamam.
Quem foi afinal o cidadão romano, Paulo de Tarso? Talvez nunca saibamos a resposta. Talvez Paulo permaneça para sempre um enigma na história do Cristianismo. Mas o livro do padre Murphy-O'Connor é de leitura obrigatória para quem deseja investigar um pouco sobre Paulo.
1 comentário:
Para mim e Paulo e Pedro alicerçaram a Igreja Católica (no sentido lato).
Penso que Paulo será sempre um enigma porque tanto foi judeu como grego ou romano. Conseguiu, acima de tudo, chegar aos "gentios".
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