quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Prisioneiros Bahá'ís castigados por não participar em cerimónias Xiitas
As notícias sobre os Bahá’ís no Irão raramente são boas. É algo a que nos habituámos desde que a Fé Bahá’í nasceu. Nos últimos anos tem-se acentuado este tipo de notícias, onde o preconceito, o vandalismo, a brutalidade e o ódio já não surpreendem. A única coisa que me surpreende mesmo é o nível de maldade, tão próximo da insanidade mental
Hoje, através da Muslim Network do Baha'i Rights, descobri um relatório de uma organização chamada Human Rights Activists in Iran que dá conta de um caso verdadeiramente absurdo recentemente ocorrido no Irão.
Em Abril de 2008, dois Baha’is da cidade iraniana de Sari - Fuad Na’imi e Faizollah Roshan - foram detidos por foram levados para a prisão da cidade por agentes do Departamento de Segurança da província de Mazandaran, que os acusaram de serem “membros de um grupo de khademin” (uma comissão ad hoc de baha’is existente em cada cidade que organiza os encontros espirituais baha’is), e “actividades contra a segurança nacional”. Posteriormente, o tribunal condenou-os a penas de prisão e exílio da cidade.
O início do mês de Muharram (Dezembro 2008) foi assinalado com várias festividades no mundo Xiita que celebram o martírio de Ali, o neto do Profeta Maomé. Antes das celebrações, o Director da prisão de Sari pressionou-os a participar nestas cerimónias. Após se recusarem, o Director ordenou que lhes rapassem o cabelo e que fossem transferidos para o Sector 8, que é designada como a zona do castigo. Neste Sector, os prisioneiros estão impedidos de usar telefone, não podem receber visitas, nem podem gozar saídas temporárias.
E para que não se pense que a autoridade xiita é intolerante, o director já anunciou que estes prisioneiros poderão sair do Sector do Castigo se prometerem que no futuro participarão em festividades e celebrações muçulmanas.
Depois desta notícia, lembrei-me de Régis Debray que, ao analisar a ascensão e decadência do Islão, afirma que o mundo islâmico teve o seu Renascimento antes da sua Idade Média. O Irão actual dá-lhe razão.
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2 comentários:
Marco não é Ali, é Husseyn o neto de Maomé e o martírio do período de tal "Festividades" que referiste!!!
Durante este período cerimonias são várias mas a principal é quando um Mulla sobe ao púlpito e começa rezar e contar coisas trágicas e as vezes absurdas sobre o martírio de Husseyn e o publico ali tem que chorar e chorar, mas CHORAR mesmo.
Mas olha que engraçada esta língua portuguesa! Um povo está de luto, se espanca e se fere, se martiriza com qualquer coisa cortante, sabre ou correntes, faz maior show de choros e gritos e aqui na língua portuguesa na mesma se chama festividade!!!
Pioneiro:
Creio que o nome do neto de Moamé é Hussein bin Ali.
Estas "festividades" da Ashura fazem-me lembrar os exageros da Páscoa nas Filipinas.
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