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Durante os últimos 160 anos da nossa história iraniana, atacar os Bahá’ís tornou-se o meio mais eficiente para aumentar o poder do clero reaccionário. Os preconceitos de um povo sem educação, e a sua imitação cega dos líderes religiosos têm sido usados pelos reaccionários para fortalecer o seu poder económico cultural e político, ao incitar o povo contra os Baha’is e ao mobilizar as massas que os seguem. Durkheim, Freud e Adorno, entre outros, desvelaram esta estratégia enganosa de fortalecimento de poder. Quando a solidariedade social se baseia no racismo e no ódio contra a diversidade de pensamento e contra a diferença, então as fronteiras da moralidade reduzem-se a um grupo particular e, desta forma, o “outro” é desumanizado e brutalizado. Nesta situação, a mobilização de ódio contra o outro torna-se uma força poderosa para unir a maioria e consolidar o poder dos empreendedores da violência e do ódio.
Esta táctica é de particular relevância para a sociedade iraniana contemporânea, dado o facto de, nos últimos trinta anos, o principal mecanismo de formação da identidade política estimulado e praticado pelo regime ter sido a ênfase obsessiva num ódio alargado contra tudo e contra todos. A identidade que o regime promoveu é uma identidade que glorifica a morte, o lamento e a depressão. Vive num passado imaginário e ataca violentamente o que quer que esteja vivo, seja novo, progressista, diversificado ou amigável. Esta identidade entende o pensamento, o amor e a promoção do princípio da igualdade e dos direitos humanos como o seu principal inimigo. E como nos anos recentes, o apelo à liberdade, à igualdade e à justiça se tem levantado em todo o Irão, e a hipocrisia, o sadismo e a ignorância dos líderes reaccionários tem sido percebida pela maioria do cidadãos iranianos, o povo já não se contenta com abjectas imitações de líderes religiosos, os líderes da reacção, particularmente os do ascendente grupo Hojjatieh, acreditam que mais uma vez podem distrair as atenções do povo da dolorosa situação económica e realidades sociais do Irão, ao inflamar o fogo do ódio e do intolerância religiosa contra a minoria Baha’i, podem atrair o apoio do povo e dos intelectuais, transformando um sentimento temporário de legitimidade numa forma de dominação que crescentemente se baseia na mera coerção e repressão.
Esta estratégia tem sido um método comum usado por todos os déspotas racistas para adquirir poder e consolidar o domínio. Eles têm encorajado os sentimentos racistas e preconceitos do povo contra um grupo minoritário, incitando à violência contra eles, matando e até mesmo cometendo genocídio contra eles. Os déspotas do mundo têm consistentemente legitimado o seu poder na base da criação de uma paranóia cultural em que as pessoas devem ter medo de uma “poderosa minoria” que é definida como inimigo interno, “um estranho entre nós” cuja mera presença polui ou viola a honra e a masculinidade. Assim, a identidade colectiva é formada com base neste medo comum e ódio contra um grupo minoritário étnico ou religioso. Esta construção do inimigo exige consistentemente a desumanização do grupo minoritário, representando-o como objectos, animais perigosos, vírus, doenças, pragas e células cancerígenas. Essa construção das “faces do inimigo” legitima e facilita expressões extremas de violência e brutalidade contra a minoria desumanizada. Já não estamos na situação em que um ser humano se relaciona com outro, uma relação de “Eu e Tu”, uma relação de mutualidade e reciprocidade. Em vez disso, estamos numa situação em que um ser humano se relaciona com uma doença, um objecto ou um animal feroz, uma relação do tipo “Eu e aquilo”, em que é mais fácil matar, violar ou exterminar o outro. Foi assim que o genocídio de um milhão de Tutsis pelos seus irmãos africanos pôde acontecer tão facilmente, que os Muçulmanos Bósnios foram sistematicamente mortos pelos seus concidadãos Sérvios, que milhões de Judeus e outros grupos puderam ser mortos pelos seus irmãos Alemães.
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Os reaccionários possuem o seu código linguístico único para manipulação e distorção da verdade. Dizem que os sete Bahá’ís confessaram a sua ligação com o Estado Sionista. O que eles querem dizer com isto é que os sete Bahá’ís, tal como os Bahá’ís em todo o mundo declaram de forma pública, unânime e orgulhosa que o seu sistema de administração é democrático, que os líderes eleitos da Comunidade Internacional Bahá’í – a Casa Universal de Justiça – são consultados pelos Bahá’ís sobre assuntos da Comunidade Bahá’í. Estes representantes eleitos dos Bahá’ís residem na Palestina, não por motivo de uma conspiração Judaica, mas devido a uma conspiração conjunta entre o clero muçulmano iraniano e o Estado durante a dinastia Qajar que exilou Bahá’u’lláh para a Palestina, fazendo do santuário de Bahá’u’lláh na Palestina o centro espiritual da Fé. Isto, porém, nada tem a ver com Israel ou o Estado de Israel que tomou existência 80 anos após esse exílio por ordem dos próprio clérigos e oficiais muçulmanos. Os Bahá’ís sempre disseram que estão em contacto com os seus representantes eleitos. Isto nada tem a ver com o Estado de Israel. Quando Khomeini estava no Iraque, alguns líderes muçulmanos tinham contactos regulares com ele, mas isto não era o mesmo que espiar para Saddam Husayn ou para o Estado Iraquiano. Quando Khomeini estava em França, um país que apoiava Israel, o Estado Francês deu-lhe plena liberdade de acção política, e quando todos os radicais muçulmanos iranianos procuravam orientações em França, ninguém acusou todos estes muçulmanos de conspiração contra o Irão por contactos com o Governo Francês ou cooperação com a agenda sionista. Em relação aos Baha’is, no entanto, não é necessário qualquer lógica para os perseguir. A simples verdade que incomoda estes reaccionários é a própria existência dos Bahá’ís. Apenas os querem matar; tudo o resto são desculpas fabricadas.
Esta táctica é de particular relevância para a sociedade iraniana contemporânea, dado o facto de, nos últimos trinta anos, o principal mecanismo de formação da identidade política estimulado e praticado pelo regime ter sido a ênfase obsessiva num ódio alargado contra tudo e contra todos. A identidade que o regime promoveu é uma identidade que glorifica a morte, o lamento e a depressão. Vive num passado imaginário e ataca violentamente o que quer que esteja vivo, seja novo, progressista, diversificado ou amigável. Esta identidade entende o pensamento, o amor e a promoção do princípio da igualdade e dos direitos humanos como o seu principal inimigo. E como nos anos recentes, o apelo à liberdade, à igualdade e à justiça se tem levantado em todo o Irão, e a hipocrisia, o sadismo e a ignorância dos líderes reaccionários tem sido percebida pela maioria do cidadãos iranianos, o povo já não se contenta com abjectas imitações de líderes religiosos, os líderes da reacção, particularmente os do ascendente grupo Hojjatieh, acreditam que mais uma vez podem distrair as atenções do povo da dolorosa situação económica e realidades sociais do Irão, ao inflamar o fogo do ódio e do intolerância religiosa contra a minoria Baha’i, podem atrair o apoio do povo e dos intelectuais, transformando um sentimento temporário de legitimidade numa forma de dominação que crescentemente se baseia na mera coerção e repressão.
Esta estratégia tem sido um método comum usado por todos os déspotas racistas para adquirir poder e consolidar o domínio. Eles têm encorajado os sentimentos racistas e preconceitos do povo contra um grupo minoritário, incitando à violência contra eles, matando e até mesmo cometendo genocídio contra eles. Os déspotas do mundo têm consistentemente legitimado o seu poder na base da criação de uma paranóia cultural em que as pessoas devem ter medo de uma “poderosa minoria” que é definida como inimigo interno, “um estranho entre nós” cuja mera presença polui ou viola a honra e a masculinidade. Assim, a identidade colectiva é formada com base neste medo comum e ódio contra um grupo minoritário étnico ou religioso. Esta construção do inimigo exige consistentemente a desumanização do grupo minoritário, representando-o como objectos, animais perigosos, vírus, doenças, pragas e células cancerígenas. Essa construção das “faces do inimigo” legitima e facilita expressões extremas de violência e brutalidade contra a minoria desumanizada. Já não estamos na situação em que um ser humano se relaciona com outro, uma relação de “Eu e Tu”, uma relação de mutualidade e reciprocidade. Em vez disso, estamos numa situação em que um ser humano se relaciona com uma doença, um objecto ou um animal feroz, uma relação do tipo “Eu e aquilo”, em que é mais fácil matar, violar ou exterminar o outro. Foi assim que o genocídio de um milhão de Tutsis pelos seus irmãos africanos pôde acontecer tão facilmente, que os Muçulmanos Bósnios foram sistematicamente mortos pelos seus concidadãos Sérvios, que milhões de Judeus e outros grupos puderam ser mortos pelos seus irmãos Alemães.
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Os reaccionários possuem o seu código linguístico único para manipulação e distorção da verdade. Dizem que os sete Bahá’ís confessaram a sua ligação com o Estado Sionista. O que eles querem dizer com isto é que os sete Bahá’ís, tal como os Bahá’ís em todo o mundo declaram de forma pública, unânime e orgulhosa que o seu sistema de administração é democrático, que os líderes eleitos da Comunidade Internacional Bahá’í – a Casa Universal de Justiça – são consultados pelos Bahá’ís sobre assuntos da Comunidade Bahá’í. Estes representantes eleitos dos Bahá’ís residem na Palestina, não por motivo de uma conspiração Judaica, mas devido a uma conspiração conjunta entre o clero muçulmano iraniano e o Estado durante a dinastia Qajar que exilou Bahá’u’lláh para a Palestina, fazendo do santuário de Bahá’u’lláh na Palestina o centro espiritual da Fé. Isto, porém, nada tem a ver com Israel ou o Estado de Israel que tomou existência 80 anos após esse exílio por ordem dos próprio clérigos e oficiais muçulmanos. Os Bahá’ís sempre disseram que estão em contacto com os seus representantes eleitos. Isto nada tem a ver com o Estado de Israel. Quando Khomeini estava no Iraque, alguns líderes muçulmanos tinham contactos regulares com ele, mas isto não era o mesmo que espiar para Saddam Husayn ou para o Estado Iraquiano. Quando Khomeini estava em França, um país que apoiava Israel, o Estado Francês deu-lhe plena liberdade de acção política, e quando todos os radicais muçulmanos iranianos procuravam orientações em França, ninguém acusou todos estes muçulmanos de conspiração contra o Irão por contactos com o Governo Francês ou cooperação com a agenda sionista. Em relação aos Baha’is, no entanto, não é necessário qualquer lógica para os perseguir. A simples verdade que incomoda estes reaccionários é a própria existência dos Bahá’ís. Apenas os querem matar; tudo o resto são desculpas fabricadas.
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