PORT-AU-PRINCE, Haiti – A pequena Tina Rose Wome veio ao mundo no dia 28 de Janeiro numa clínica improvisada, numa sala de aulas da escola Baha’i no Anis Zunuzi, nos arredores de Port-au-Prince. Uma equipa de médicos e enfermeiros estavam prontos para a sua chegada - o primeiro nascimento na escola nos 30 anos desde a sua fundação.
O parto foi especial por outro motivo; Magdalah Wome esteve grávida três vezes, mas nenhum dos seus outros bebés sobreviveram ao parto. Tina Rose foi a primeira que ela levou para casa - uma casa, que agora não é mais do que uma tenda em frente a um monte de entulho que anteriormente era casa.
As agências internacionais de auxílio relataram que lidar com as consequências do terramoto que devastou Port-au-Prince em 12 de Janeiro é um dos maiores desafios que já enfrentaram. Cerca de 170.000 pessoas morreram, e o número de desalojados pode chegar a um milhão.
"O que quer que se veja na televisão, isto é 10 vezes pior", afirma a Dra. Munírih Tahzib, uma pediatra de Nova Jersey que ajudou a organizar a equipa médica. "Conhecemos pessoas cuja família inteira morreu e cuja casa foi destruída. E no entanto, eles levantam-se e continuam. Isso é o que nos deu ânimo."
Na verdade, a inspiração na população haitiana é um refrão comum nas notícias vindas do local. "Os haitianos não são se sentaram com as mãos estendidas. Eles fazem imenso trabalho pesado - tão humilde na sua natureza, que parece invisível", escreveu a revista Time. "Eles escavam os destroços à mão à procura de sobreviventes; não têm grandes máquinas amarelas".
Os 18 membros da equipa médica que acolheu Tina Rose veio dos Estados Unidos e Canadá. Deslocaram-se ao Haiti, para entregar material médico e tratar o maior número possível de pacientes durante a semana que podiam permanecer. Objectivos adicionais eram para ensinar as pessoas a reconhecer e tratar infecções, e avaliar as necessidades de sustentabilidade.
Os 18 visitantes, muitos dos quais eram Bahá'ís, instalou as suas tendas no pátio da escola Anis Zunuzi e criou uma clínica temporária nas salas de aula que ainda estavam de pé.
Os directores da escola, Yves e Susanna Puzo, perderam as suas casas no terremoto, mas ajudaram a organizar a alimentação e apoio logístico da equipa médica, que incluía dois pediatras, dois ortopedistas, quatro obstetras/ginecologistas, um especialista em cuidados intensivos, um médico hospitalar, uma enfermeira, um terapeuta respiratório, e um estudante do quarto ano de medicina.
Agora, de volta para casa, os membros do grupo já consultaram sobre a forma como podem prestar assistência aos esforços em curso dos haitianos - incluindo os Baha'is locais - para reconstruir o país.
"Todos nós aprendemos o poder das acções da população," afirmou a Dra. Tahzib.
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FONTE: Amid wreckage in Haiti, new birth brings hope (BWNS)
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