As afirmações da declaração sobre pessoas religiosas fora da igreja foram apresentadas com um pano de fundo da reafirmação daquilo que tem sido ensinado desde o Concílio de Trento: que o amor e a presença salvífica de Deus não se podem encerrar no interior das paredes da igreja. (Na verdade, o Vaticano II foi ainda mais longe e proclamou explicitamente que mesmo os ateístas confessos que seguem a sua consciência estão, verdadeiramente, ainda que inconscientemente, a seguir a voz de Deus, e assim são “salvos” [Constituição Dogmática da Igreja (Lumen Gentium)], 16). Pela primeira vez na história da Igreja, a Declaração sobre as Religiões oferece uma descrição específica de como é que as principais religiões históricas procuram responder a “esses profundos mistérios da condição humana”. Sumariza brevemente as crenças e práticas básicas do Hinduísmo, Budismo e Islão, e faz uma referência positiva a “outras religiões [primazes] que se encontram em toda a parte”. A Declaração reconhece e saúda explicitamente o “sentimento religioso profundo” que anima todas estas tradições. Afirma que os seus ensinamentos e práticas representam os que é “verdadeiro e sagrado” e “reflectem um raio de Verdade que ilumina todos os povos”. E seguidamente a Declaração lança uma “exortação” a todos os Católicos que nunca receberam dos seus pastores: que “prudente e amorosamente”, “dialoguem e colaborem” com outros crentes e assim, “testemunhando a fé e vida Cristã, reconheçam, preservem e promovam os bens espirituais e morais que se encontram entre estas pessoas” (NA, 2)
Paul F. Knitter, Introducing Theologies of Religions, p. 76
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