Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá; gravarei também sobre ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do meu Deus, e o meu novo nome. (Apocalipse 3:12)Este excerto do texto bíblico apresenta-me uma peça principal do quebra-cabeça divino. Em várias ocasiões, Jesus fala de futuros profetas ou defensores - a palavra grega é paráclito - ou fala de Seu próprio Regresso para Se sentar no Seu "trono glorioso". No excerto anterior do Livro do Apocalipse, o Espírito de Cristo fala do Seu regresso com um novo nome. É um excerto que nunca vi ser explicado adequadamente por um teólogo. Penso que, em parte, isso se deve ao facto de apresentar claramente uma ideia - que o Espírito de Cristo diz que Ele regressará com um nome diferente de 'Jesus' - que está em contradição total com a doutrina da exclusividade da igreja.
Vários excertos dos Evangelhos convenceram-me que Jesus nunca pretendeu que a Sua manifestação, ocorrida há 2000 anos, fosse entendida como a única para todo o sempre. Já partilhei alguns desses excertos em artigos anteriores, mas Mateus 7 é um dos meus favoritos. Todo o capítulo faz uma afirmação profunda sobre a natureza de Deus, mas eu refiro-me especialmente às conhecidas frases em que Cristo revela a natureza de Deus como Pai:
Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á. Ou qual dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem? (Mateus 7:7-11)Considerando a natureza de Deus, conforme revelada nas palavras de Cristo – o Deus que dá aos Seus filhos de acordo com as suas necessidades – será razoável acreditar que a Sua revelação terminou há 2000 anos?
Após estas palavras, Cristo pronuncia a Regra de Ouro, salienta como é difícil pô-la em prática, e depois descreve como distinguir os profetas verdadeiros dos falsos – pelos seus “frutos”. Se não existissem profetas verdadeiros, porque teria Ele necessidade de descrever como distingui-los dos falsos?
A Cristandade fragmentou-se em milhares de grupos e seitas, cada uma acreditando ter a verdade (algumas pensavam ter o exclusivo da verdade), cada uma tentando responder a questões que Cristo nunca abordou, pois não se colocavam na Sua época – coisas que Ele afirmou que os discípulos não poderiam suportar, mas que seriam reveladas por um futuro defensor. Passaram mais de dois mil anos sobre o advento de Jesus Cristo. Podemos acreditar que Deus ficou silencioso desde então, apesar de termos procurado continuamente a Sua guia?
Cristo descreve a natureza de Deus ao pedir-nos que consideremos o nosso próprio comportamento para com as crianças que amamos. Imaginemos que temos várias crianças. Será que daríamos alimentos, roupas, carinho, educação e amos apenas a algumas crianças e deixaríamos outras famintas, nuas, ignorantes e carentes? Quem daria apenas os restos de uma refeição a um filho? Penso que todos concordamos que um pai que fizesse isso seria negligente, abusivo ou pior. No fundo, Cristo pergunta-nos: se nós que somos meramente humanos não fazíamos isso, poderemos imaginar o que faria o nosso Pai celestial?
Será que um progenitor humano falaria apenas uma vez a filho de dez anos e depois nunca mais lhe falaria, nem lhe daria qualquer assistência até ao momento em que estivesse no leito de morte? Podemos imaginar o que faria o nosso Pai celestial?
Jesus refere directamente a natureza da revelação contínua de Deus à humanidade em João 10:14-16:
Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim, assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas. Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor.Para mim este excerto das Escrituras foi a gota final que me levou a acreditar que Bahá’u’lláh – com a Sua mensagem de unidade – era o Bom Pastor de que Jesus falou, que Ele tinha a mesma voz que Cristo, e que Ele tinha o novo nome referido no livro do Apocalipse.
Pedro diz que Deus tem falado à humanidade “desde o começo do mundo”. Podemos realmente imaginar que o Deus revelado por Jesus ficaria em silêncio até ao fim do mundo?
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Texto original: Learning Christ’s New Name (www.bahaiteachings.org)
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Maya Bohnhoff é Baha'i e autora de sucesso do New York Times nas áreas de ficção científica, fantasia e história alternativa. É também compositora/cantora (juntamente com seu marido Jeff). É um dos membros fundadores do Book View Café, onde escreve um blog bi-mensal, e ela tem um blog semanal na www.commongroundgroup.net.
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