Pouco depois de Bahá’u’lláh ter revelado o livro As Palavras Ocultas no final da década de 1850, várias das pessoas que leram esse pequeno livro consideraram-no como uma obra prima de profundo conhecimento místico. A sua audiência – a comunidade Bábi, perseguida e constantemente ameaçada com tortura e morte – partilhava cópias manuscritas do livro. Recorde-se que a posse de um livro Bábi poderia ser motivo de execução imediata. E essa pequena comunidade, emergindo das tradições e práticas dos místicos Sufis, compreendeu a linguagem elevada e musical do livro, o seu simbolismo transcendente, o seu profundo conteúdo mítico como um conjunto meditações revelatórias de Bahá’u’lláh sobre a vida da alma humana.
Mesmo hoje, quando os estudiosos descrevem As Palavras Ocultas, eles tendem a focar-se nas suas dimensões místicas. Há quem chame “período místico” aos onze anos (1852-1863) que Bahá’u’lláh passou em Bagdade, justificando essa designação com o facto de Bahá’u’lláh ter revelado As Palavras Ocultas, Os Sete Vales e Os Quatro Vales durante esse tempo.
É verdade que As Palavra Ocultas podem ser classificadas como um tratado místico, como um exame espiritual profundo do coração e alma humanas. Além disso, possuem vários níveis de significados; e por outro lado, revelam as sementes de toda a revelação Bahá’í, que apresenta um conjunto completamente novo de valores, leis espirituais e orientações morais para a humanidade. Na segunda Palavra Oculta, podemos ver este tema a emergir:
Ó Filho do Espírito!A mais amada de todas as coisas aos Meus olhos é a Justiça; não te desvies dela, se Me desejas, nem a esqueças, para que Eu possa confiar em ti. Com a sua ajuda, verás com os teus próprios olhos e não pelos olhos dos outros; compreenderás pelo teu próprio conhecimento e não pelo conhecimento do teu próximo. Pondera isto no teu coração: como te incumbe ser. Em verdade, a justiça é Minha dádiva para ti e o sinal da Minha misericórdia. Coloca-a, pois, ante os teus olhos. (Bahá’u’lláh, The Hidden Words, p. 3-4)
É óbvio que estas palavras encorajam e defendem a justiça como uma virtude humana, poderosa e positiva. Os ensinamentos Bahá’ís sobre justiça social criam um conjunto de verdades morais universais baseadas na obtenção da justiça igual para todas as pessoas. A liderança Bahá’í, eleita democraticamente, baseia a sua actividade na justiça, e a liderança da comunidade Bahá’í a nível internacional é exercida pela Casa Universal de Justiça. Por isso, sim, estas palavras falam de justiça temporal que devemos construir durante a nossa existência terrena – mas também falam directamente do princípio Bahá’í da livre e independente pesquisa da verdade.
Durante quarenta anos, Bahá’u’lláh sofreu tortura, exílio e prisão às do fanático clero Muçulmano e dos governantes da Pérsia e do império Otomano. Os Seus seguidores enfrentaram uma chacina. Morreram milhares. Ainda hoje, o governo do Irão e as suas instituições clericais fundamentalistas perseguem e prendem injustamente os Bahá’ís devido às suas convicções. Uma das principais razões é o princípio Bahá’í da pesquisa incondicional da verdade.
Neste excerto sobre justiça, Bahá’u’lláh exorta todas as pessoas a julgar honestamente e sem preconceito. Ele pede a cada um de nós que veja as coisas por si próprio. Esta poderosa Palavra Oculta mostra porque é que os Bahá’ís não têm clero; porque é que os ensinamentos Bahá’ís proíbem o proselitismo; e porque é que Bahá’u’lláh encoraja todas as pessoas a fazer a sua própria investigação da verdade. Os ensinamentos Bahá’ís encorajam-nos a formar as nossas próprias opiniões a usar os nossos intelectos e os nossos instintos espirituais para decidir em que queremos acreditar. E Bahá’u’lláh adverte-nos para não ficarmos dependentes das percepções, das ideias e dos entendimentos dos outros, mas que vejamos as coisas com clareza, honestidade e equidade.
Os Bahá’ís não têm rituais, dogmas ou sacerdotes. No passado, a humanidade precisou de um clero instruído para explicar a verdade religiosa às massas que eram pouco alfabetizadas, educadas ou instruídas. Mas hoje, segundo os ensinamentos Bahá’ís, a humanidade atingiu uma fase de maturidade e educação colectiva que nos permite adquirir o nosso próprio conhecimento e tomar as nossas próprias decisões.
Nesta Palavra Oculta, Bahá’u’lláh pede-nos que façamos isso – com uma forte advertência contra a tradição e preconceitos do passado, e com um apelo ainda mais vigoroso a um pensamento franco.
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Texto original: Justice is My Gift (www.bahaiteachings.org)
David Langness é jornalista e crítico de literatura na revista Paste. É também editor e autor do site www.bahaiteachings.org. Vive em Sierra Foothills, California, EUA.
Durante quarenta anos, Bahá’u’lláh sofreu tortura, exílio e prisão às do fanático clero Muçulmano e dos governantes da Pérsia e do império Otomano. Os Seus seguidores enfrentaram uma chacina. Morreram milhares. Ainda hoje, o governo do Irão e as suas instituições clericais fundamentalistas perseguem e prendem injustamente os Bahá’ís devido às suas convicções. Uma das principais razões é o princípio Bahá’í da pesquisa incondicional da verdade.
Neste excerto sobre justiça, Bahá’u’lláh exorta todas as pessoas a julgar honestamente e sem preconceito. Ele pede a cada um de nós que veja as coisas por si próprio. Esta poderosa Palavra Oculta mostra porque é que os Bahá’ís não têm clero; porque é que os ensinamentos Bahá’ís proíbem o proselitismo; e porque é que Bahá’u’lláh encoraja todas as pessoas a fazer a sua própria investigação da verdade. Os ensinamentos Bahá’ís encorajam-nos a formar as nossas próprias opiniões a usar os nossos intelectos e os nossos instintos espirituais para decidir em que queremos acreditar. E Bahá’u’lláh adverte-nos para não ficarmos dependentes das percepções, das ideias e dos entendimentos dos outros, mas que vejamos as coisas com clareza, honestidade e equidade.
Os Bahá’ís não têm rituais, dogmas ou sacerdotes. No passado, a humanidade precisou de um clero instruído para explicar a verdade religiosa às massas que eram pouco alfabetizadas, educadas ou instruídas. Mas hoje, segundo os ensinamentos Bahá’ís, a humanidade atingiu uma fase de maturidade e educação colectiva que nos permite adquirir o nosso próprio conhecimento e tomar as nossas próprias decisões.
Nesta Palavra Oculta, Bahá’u’lláh pede-nos que façamos isso – com uma forte advertência contra a tradição e preconceitos do passado, e com um apelo ainda mais vigoroso a um pensamento franco.
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Texto original: Justice is My Gift (www.bahaiteachings.org)
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David Langness é jornalista e crítico de literatura na revista Paste. É também editor e autor do site www.bahaiteachings.org. Vive em Sierra Foothills, California, EUA.
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