Ó Filho do Homem! A Minha eternidade é a Minha criação, criei-a para ti. Faze-a o traje do teu templo. A Minha unidade é obra das Minhas mãos; fi-la para ti; veste-te com ela, para que possas ser por toda a eternidade a revelação do Meu ser eterno.
Ó Filho do Homem! A Minha majestade é a Minha dádiva para ti, e a Minha grandeza é o sinal da Minha misericórdia para contigo. Aquilo que é digno de Mim ninguém compreenderá, nem pessoa alguma poderá relatar. Em verdade, preservei-o nos Meus relicários ocultos e nos tesouros do Meu mandamento, como sinal da Minha benevolência para com os Meus servos e da Minha misericórdia para com o Meu povo. (Bahá’u’lláh, As Palavras Ocultas, do árabe, #64, #65)
“A Minha eternidade é a Minha criação”, diz-nos Bahá’u’lláh nas Palavras Ocultas, “criei-a para ti”.
Acha que a sua vida chegará ao fim em algum momento? A morte parece-lhe definitiva e irrevogável?
Os ensinamentos Bahá’ís dizem, inequivocamente, que esses pensamentos são pura imaginação. Todas as almas humanas, dizem-nos todas as religiões, vivem para sempre:
Incumbe, pois, a todo o homem de discernimento fixar o seu olhar no objectivo da eternidade, para que porventura, pela graça d’Aquele que é o Rei Antigo, possa alcançar o Reino imortal e permanecer à sombra da Árvore da Sua Revelação. (Bahá’u’lláh, The Summons of the Lord of Hosts, p. 169)
A essência dos Ensinamentos de Bahá’u’lláh é o amor que tudo abrange, pois, o amor inclui todas as excelências da humanidade. Faz com que cada alma progrida. Concede a cada um, por herança, a vida imortal. (Selections from the Writings of ‘Abdu’l-Bahá, nº 31)
Sim, cada um de nós sofre uma morte física – mas os ensinamentos Bahá’ís asseguram-nos que a morte representa apenas o nosso nascimento para uma segunda vida, uma existência intemporal, eterna e perpétua:
A primeira vida, que pertence ao corpo elementar, terá um fim, tal como foi revelado por Deus: “Toda a alma provará a morte”. Mas a segunda vida, que surge do conhecimento de Deus, não conhece a morte, como já foi revelado no passado: “Nós certamente o despertaremos para uma vida abençoada”. (Bahá’u’lláh, Gems of Divine Mysteries, p. 49)
Estas duas citações d’As Palavras Ocultas de Bahá’u’lláh, apresentadas no início deste texto, utilizam uma bela linguagem poética para se referirem directamente àquela segunda vida, a vida eterna, que nos espera a todos:
A Minha unidade é obra das Minhas mãos; fi-la para ti; veste-te com ela, para que possas ser por toda a eternidade a revelação do Meu ser eterno.
A Minha majestade é a Minha dádiva para ti, e a Minha grandeza é o sinal da Minha misericórdia para contigo.
Falando aqui como profeta e voz de Deus, Bahá’u’lláh revela uma grande verdade mística: que o Criador, com majestade e grandeza, forjou a unidade da existência para a nossa edificação eterna. Como seres humanos, diz-nos Bahá’u’lláh, Deus pede-nos que usemos os trajes da obra da unidade, a dádiva eterna de Deus à humanidade. Esta unidade, e a certeza de que ela perdura para além das nossas vidas físicas, ensina-nos que a realidade não pode perecer:
A condição do homem é elevada, grandiosa. Deus criou o homem à Sua própria imagem e semelhança. Dotou-o de um poder enorme que é capaz de descobrir os mistérios dos fenómenos. Através do seu uso o homem é capaz de chegar a conclusões ideais em vez de ficar restrito ao mero plano das impressões sensoriais. Como possui dotes sensoriais em comum com os animais, é evidente que se distingue deles pelo seu poder consciente de compreender realidades abstratas. Ele adquire a sabedoria divina; ele investiga os mistérios da criação; ele testemunha o brilho da omnipotência; alcança o segundo nascimento – isto é, nasce do mundo material tal como nasce da mãe; ele atinge a vida eterna; ele aproxima-se de Deus; o seu coração está repleto do amor de Deus. Este é a base do mundo da humanidade; esta é a imagem e semelhança de Deus; esta é a realidade do homem…
Deveis esforçar-vos para compreender os mistérios de Deus, alcançar o conhecimento ideal e chegar à condição da visão, adquirindo directamente do Sol da Realidade e recebendo uma parte destinada da antiga dádiva de Deus. (‘Abdu’l-Bahá, The Promulgation of Universal Peace, pp. 262-263)
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Texto original: Everlasting Unity: We Are All Immortal (www.bahaiteachings.org)
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David Langness é jornalista e crítico de literatura na revista Paste. É também editor e autor do site www.bahaiteachings.org. Vive em Sierra Foothills, California, EUA
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