Laura Ferreira dos Santos, docente de Filosofia da Educação na Universidade do Minho, cita hoje no jornal Público, um estudo sobre atitudes e práticas religiosas realizado em 30 países, incluindo Portugal.
Neste trabalho, existe um capítulo em que «... José Machado de Pais, de acordo com os dados recolhidos, diz ter encontrado três tipologias para entender as atitudes dos/as portugueses/as perante a religião: 43% de católicos mais conservadores, que classificou de ritualistas, moralistas e tradicionais; 46% de católicos pertencentes a novas correntes socio-culturais, sendo estes católicos nominais, individualistas (que valorizam a autonomia) e tolerantes; finalmente, 6% de "radicais", que classificou de laicos, urbanos e elitistas. Portanto, teríamos 89% de portugueses a declararem-se católicos, embora sob modalidades bastante distintas.
O grupo dos católicos ritualistas, moralistas e tradicionais é maioritariamente constituído por pessoas idosas, reformadas, "domésticas", viúvas , com baixa escolaridade e baixos rendimentos económicos, a viverem sobretudo no Norte do país. Neste grupo de católicos encontraríamos as posições mais conservadores no domínio da ética, bioética ou relações de género, com 60% a encararem a eutanásia sempre como reprovável.
No grupo dos católicos nominais, individualistas e tolerantes, temos maioritariamente pessoas jovens, solteiras e escolarizadas, que apostam no futuro individual, a viverem sobretudo na região de Lisboa a Vale do Tejo. Possuem uma "religiosidade fluida" e instável. Admitem sem problemas a coabitação, as relações pré-matrimoniais e a eutanásia, desde que a decisão tenha origem no/a doente. Mais concretamente, “82% acham que a eutanásia é aceitável dentro de certos limites[...]
Finalmente, teríamos 6% de portugueses considerados laicos, urbanos e elitistas, bastante escolarizados, pertencentes às classes médias , predominantemente de sexo masculino e a habitarem a região de Lisboa e Vale do Tejo. Maioritariamente. Declaram-se sem religião, constituindo o maior grupo de descrentes em Deus. Quanto ao fim da vida, "70% pensam que o doente na posse das suas capacidades mentais tem o direito a ser ajudado pela medicina se decidir morrer".»
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