Parece que os Cristãos Evangélicos têm de observar com mais cuidado para as outras religiões, com um olhar que seja mais directo, menos colorido por aquilo que a Bíblia lhes diz (ou por aquilo que eles pensam que a Bíblia lhes diz). As próprias religiões têm de ser a verdadeira fonte para a teologia das religiões, isto é, para aquilo que eles pensam sobre as religiões. Isto significa que os Cristãos devem pôr de lado a Bíblia quando estudam outras tradições ou falam com outros crentes? Não. Parece que isso seria impossível pois levamos sempre a pessoa que somos e todas as nossas condicionantes para qualquer novo encontro. Mas devemos estar prontos a mudar o que levamos para o encontro à luz daquilo que descobrimos no encontro. E isto parece exigir que os Cristãos estejam prontos a clarificar, corrigir e até, mudar aquilo que sabem da Bíblia à luz daquilo que aprendem com outras religiões. Provavelmente, isto não é uma questão de “corrigir aquilo que a Bíblia diz”, mas de corrigir aquilo que se pensa que a Bíblia diz.
E para resumir esta questão para os Evangélicos: não é necessário que os Cristãos reconheçam que existem duas fontes para qualquer teologia Cristã das religiões - simultaneamente a Bíblia (incluindo a tradição e experiência Cristã) e tudo o que os Cristãos possam aprender ao estudar outras tradições e falar com outros crentes? Cada fonte tem de ser equilibrada pela outra. Ambas têm de entrar numa espécie de diálogo entre si, em que cada lado deve estar disponível para ser clarificado ou corrigido pelo outro. Os Evangélicos insistirão que a Bíblia é sempre primordial para os Cristãos. E têm razão. Mas primordial não significa absoluta
Paul F. Knitter, Introducing Theologies of Religions, p. 57
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