terça-feira, 27 de junho de 2023

Joaquim Sampaio, o primeiro mártir Bahá’í angolano

Joaquim Sampaio, natural de Malange, era conhecido por familiares e amigos como uma pessoa espiritual e mística.

Em 1956, o seu sobrinho António Francisco Ebo dá-lhe a conhecer a Fé Bahá’í. Fascinado com os ensinamentos de Bahá’u’lláh, a casa de Joaquim Sampaio torna-se rapidamente um centro de actividade Bahá’í. Estima-se que entre 300 a 400 pessoas se terão convertido nesse ano, em Malange.

Em 1960, a convulsão política que assolava os países africanos ansiosos pela independência “teve grande impacto numa comunidade bahá’í crescente”, refere Moojan Momen. “O clero católico romano decidiu aproveitar-se dos medos das autoridades portuguesas e acusaram os Bahá’ís de serem terroristas. Muitos crentes foram detidos e interrogados. Entre as principais vítimas estava Joaquim Sampaio. Foi levado a meio da noite e nunca mais o viram. Crê-se que terá sido executado ou morrido num campo prisional – por isso, foi ele o primeiro mártir bahá’í e não, como se diz, o guineense Duarte Vieira.”

Mais tarde, em 1963, António Francisco Ebo e sete outros bahá’ís foram também encarcerados numa colónia penal, na costa sul de Angola, onde permaneceram oito anos. Apesar de todos os dramas da guerra pela libertação, a comunidade bahá’í não deixou de crescer e uma Assembleia Espiritual Nacional foi eleita em 1992.

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