sábado, 28 de fevereiro de 2009

Ryanair: Quem vai ao ar, alivia-se em terra!




Segundo o Público, a irlandesa Ryanair, uma das maiores companhias aéreas "low cost" a operar na Europa, poderá começar a cobrar aos passageiros pelo uso da casa-de-banho durante o vôo. Imagino que o novo slogan da companhia seja qualquer coisa do tipo: "Quem vai ao ar, alivia-se em terra"

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

O humor acima de tudo!



"Nunca ninguém me há-de ver casado com um muçulmano. Até porque conheço bem o perigo que corremos quando nos relacionamos com pessoas que interpretam literalmente os textos sagrados, como fazem muitos muçulmanos e o cardeal Saraiva Martins."
Ricardo Araújo Pereira, "Visão", 26-2-2009

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Esquecer que eles são humanos

Aqui fica a tradução de dois excertos de um artigo intitulado Forgetting they are human de Nader Saiedi, Professor Associado de Sociologia do Carlton College, Northfield, Minnesota. Recomendo a leitura integral deste texto.
-------------------------------------------------




(...)

Durante os últimos 160 anos da nossa história iraniana, atacar os Bahá’ís tornou-se o meio mais eficiente para aumentar o poder do clero reaccionário. Os preconceitos de um povo sem educação, e a sua imitação cega dos líderes religiosos têm sido usados pelos reaccionários para fortalecer o seu poder económico cultural e político, ao incitar o povo contra os Baha’is e ao mobilizar as massas que os seguem. Durkheim, Freud e Adorno, entre outros, desvelaram esta estratégia enganosa de fortalecimento de poder. Quando a solidariedade social se baseia no racismo e no ódio contra a diversidade de pensamento e contra a diferença, então as fronteiras da moralidade reduzem-se a um grupo particular e, desta forma, o “outro” é desumanizado e brutalizado. Nesta situação, a mobilização de ódio contra o outro torna-se uma força poderosa para unir a maioria e consolidar o poder dos empreendedores da violência e do ódio.

Esta táctica é de particular relevância para a sociedade iraniana contemporânea, dado o facto de, nos últimos trinta anos, o principal mecanismo de formação da identidade política estimulado e praticado pelo regime ter sido a ênfase obsessiva num ódio alargado contra tudo e contra todos. A identidade que o regime promoveu é uma identidade que glorifica a morte, o lamento e a depressão. Vive num passado imaginário e ataca violentamente o que quer que esteja vivo, seja novo, progressista, diversificado ou amigável. Esta identidade entende o pensamento, o amor e a promoção do princípio da igualdade e dos direitos humanos como o seu principal inimigo. E como nos anos recentes, o apelo à liberdade, à igualdade e à justiça se tem levantado em todo o Irão, e a hipocrisia, o sadismo e a ignorância dos líderes reaccionários tem sido percebida pela maioria do cidadãos iranianos, o povo já não se contenta com abjectas imitações de líderes religiosos, os líderes da reacção, particularmente os do ascendente grupo Hojjatieh, acreditam que mais uma vez podem distrair as atenções do povo da dolorosa situação económica e realidades sociais do Irão, ao inflamar o fogo do ódio e do intolerância religiosa contra a minoria Baha’i, podem atrair o apoio do povo e dos intelectuais, transformando um sentimento temporário de legitimidade numa forma de dominação que crescentemente se baseia na mera coerção e repressão.

Esta estratégia tem sido um método comum usado por todos os déspotas racistas para adquirir poder e consolidar o domínio. Eles têm encorajado os sentimentos racistas e preconceitos do povo contra um grupo minoritário, incitando à violência contra eles, matando e até mesmo cometendo genocídio contra eles. Os déspotas do mundo têm consistentemente legitimado o seu poder na base da criação de uma paranóia cultural em que as pessoas devem ter medo de uma “poderosa minoria” que é definida como inimigo interno, “um estranho entre nós” cuja mera presença polui ou viola a honra e a masculinidade. Assim, a identidade colectiva é formada com base neste medo comum e ódio contra um grupo minoritário étnico ou religioso. Esta construção do inimigo exige consistentemente a desumanização do grupo minoritário, representando-o como objectos, animais perigosos, vírus, doenças, pragas e células cancerígenas. Essa construção das “faces do inimigo” legitima e facilita expressões extremas de violência e brutalidade contra a minoria desumanizada. Já não estamos na situação em que um ser humano se relaciona com outro, uma relação de “Eu e Tu”, uma relação de mutualidade e reciprocidade. Em vez disso, estamos numa situação em que um ser humano se relaciona com uma doença, um objecto ou um animal feroz, uma relação do tipo “Eu e aquilo”, em que é mais fácil matar, violar ou exterminar o outro. Foi assim que o genocídio de um milhão de Tutsis pelos seus irmãos africanos pôde acontecer tão facilmente, que os Muçulmanos Bósnios foram sistematicamente mortos pelos seus concidadãos Sérvios, que milhões de Judeus e outros grupos puderam ser mortos pelos seus irmãos Alemães.

(…)

Os reaccionários possuem o seu código linguístico único para manipulação e distorção da verdade. Dizem que os sete Bahá’ís confessaram a sua ligação com o Estado Sionista. O que eles querem dizer com isto é que os sete Bahá’ís, tal como os Bahá’ís em todo o mundo declaram de forma pública, unânime e orgulhosa que o seu sistema de administração é democrático, que os líderes eleitos da Comunidade Internacional Bahá’í – a Casa Universal de Justiça – são consultados pelos Bahá’ís sobre assuntos da Comunidade Bahá’í. Estes representantes eleitos dos Bahá’ís residem na Palestina, não por motivo de uma conspiração Judaica, mas devido a uma conspiração conjunta entre o clero muçulmano iraniano e o Estado durante a dinastia Qajar que exilou Bahá’u’lláh para a Palestina, fazendo do santuário de Bahá’u’lláh na Palestina o centro espiritual da Fé. Isto, porém, nada tem a ver com Israel ou o Estado de Israel que tomou existência 80 anos após esse exílio por ordem dos próprio clérigos e oficiais muçulmanos. Os Bahá’ís sempre disseram que estão em contacto com os seus representantes eleitos. Isto nada tem a ver com o Estado de Israel. Quando Khomeini estava no Iraque, alguns líderes muçulmanos tinham contactos regulares com ele, mas isto não era o mesmo que espiar para Saddam Husayn ou para o Estado Iraquiano. Quando Khomeini estava em França, um país que apoiava Israel, o Estado Francês deu-lhe plena liberdade de acção política, e quando todos os radicais muçulmanos iranianos procuravam orientações em França, ninguém acusou todos estes muçulmanos de conspiração contra o Irão por contactos com o Governo Francês ou cooperação com a agenda sionista. Em relação aos Baha’is, no entanto, não é necessário qualquer lógica para os perseguir. A simples verdade que incomoda estes reaccionários é a própria existência dos Bahá’ís. Apenas os querem matar; tudo o resto são desculpas fabricadas.

(...)

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Uma outra civilização

Um texto de Márcia Camargos, na edição online d'O Estado de S. Paulo onde se descreve o Irão nos nossos dias.

Aqui fica um excerto:
Percebe-se, então, quanto é arriscado questionar a ordem estabelecida, mesmo que ela aponte para sérias violações dos direitos humanos como a perseguição aos membros da fé bahá'i, a mais nova das doutrinas monoteístas. Na contramão das interdições impostas pela severa interpretação do Islã ali reinante, eles pregam a igualdade e o fim dos preconceitos de gênero e culto e por isso seus adeptos são sistematicamente presos e torturados. Já os seguidores de Zoroastro, ou Zaratustra, fundador do masdeísmo, remota religião persa, são tolerados e mantêm seus templos espalhados por diversas cidades.

Apenas libanês!



Segundo divulgou hoje a BBC, o governo libanês publicou um decreto que permite aos cidadãos libaneses eliminar o registo da sua filiação religiosa dos bilhetes de identidade. A notícia pode parecer irrelevante para o mundo ocidental, mas para um país onde coabitam diversas religiões e onde a religião é um importante factor de identificação pessoal da maioria dos cidadãos, esta medida tem um impacte muito positivo.

Durante a guerra civil (nos anos 1970 e 1980) diferentes milícias associadas às diversas comunidades religiosas colocavam checkpoints e pediam aos transeuntes que mostrassem os respectivos bilhetes de identidade. Nesses dias era frequente ver pessoas abatidas apenas porque mostravam documentos que revelavam a religião “errada”.

Um cidadão libanês afirmou à BBC: "Esses bilhetes de identidade mataram imensas pessoas. Agora quero ser visto apenas como libanês. Não um libanês-cristão, não um libanês-muçulmano, mas apenas como libanês."

Apesar de todo o simbolismo deste decreto, a vida política e social libanesa ainda continua regida por fronteiras sectárias bem definidas. Um muçulmano sunita pode ser primeiro-ministro, mas nunca Presidente (essa é uma posição reservada aos cristãos maronitas); o presidente do Parlamento apenas pode ser um muçulmano xiita. E mesmo quando um libanês se deseja casa, divorciar, registar um nascimento ou um falecimento, deve dirigir-se aos tribunais da sua comunidade religiosa. Tribunais civis é um conceito que ainda não existe no Líbano.

Assim, o decreto do Governo Libanês pode ser apenas simbólico. Mas nem por isso deixa de ser importante. Merece o nosso aplauso e devia ser seguido por outros países do Médio Oriente, nomeadamente... o Egipto.

No volveré a ser juez en Irán por la injusticia de sus leyes

Shirin Ebadi, abogada y Premio Nobel de la Paz, afirma que ser mujer y abogada en Irán es totalmente compatible.

Por Irina Moreno

-----------------------

La trayectoria vital de la iraní Shirin Ebadi es el perfecto ejemplo del David contra Goliat. Desde que la Revolución Islámica en 1979 la retiró de la judicatura, esta jurista se puso en pie de guerra contra la interpretación “injusta” del Islam que desdeña los derechos humanos en países como el suyo. Abogada y defensora de los derechos civiles y ganadora del Premio Nobel de la Paz en 2003, Ebadi afirma sin ambages que hombres y mujeres ejercen la abogacía sin desigualdades en Irán. Los obstáculos comienzan, matiza, cuando su lucha se centra en combatir los crímenes de lesa humanidad.

¿Es compatible ser mujer y abogada a la vez en su país?

Es perfectamente compatible. La primera mujer que ejerció en Irán lo hizo hace 70 años. Como mujer, no existe ningún desafío, excepto la imposición del velo. Pero como abogada que trabaja en el tema de los derechos humanos, tengo muchos problemas.

¿Qué clase de problemas?

Muchos; uno de los principales son las amenazas que recibo desde hace muchos años.

¿El ejercicio de la abogacía es libre en Irán?

Sí, totalmente.

¿Qué casos destaca de los que se agolpan encima de la mesa de su bufete?

Soy la abogada en de los siete miembros líderes de la religión bahá`i, que desde hace nueve meses están encarcelados. Durante ese tiempo no me han dejado verles ni me han dado permiso para que pueda leer su documentación. Este uno de los juicios más importantes que se están llevando a cabo ahora en Irán. El otro gran caso que llevo es el de una fotoperiodista de nacionalización canadiense pero de origen iraní, que sin ninguna razón justificada fue detenida cuando sacaba fotos en la calle y una semana después de ser encarcelada, murió por recibir un golpe en la cabeza. Este caso es tan importante que el Gobierno canadiense pidió a la embajadora de Canadá que abandonase Irán. Ya han pasado cinco años desde que llevo este caso, pero todavía no se ha celebrado el juicio.

¿Echa de menos la judicatura?

Sí, pero hay muchas leyes iraníes con las que no estoy de acuerdo. Si me viese en la situación de tener que aplicarlas y juzgar y condenar a una persona, no querría hacer uso de esas leyes puesto que no creo en leyes que van en contra de los derechos humanos.

¿Qué cambios legislativos considera que deberían llevarse a cabo con urgencia?

Los castigos contrarios a las normas internacionales como la lapidación, los latigazos, la pena de muerte para los menores de 18 años, el cortar la mano a los ladrones, etc.

¿La apertura internacional que está por producirse en Irán, impulsada por Barack Obama y Mahmud Ahmadineyad, abre la esperanza a que su país se comprometa a respetar esas leyes?

No, la instauración de estas leyes sólo tiene que ver con el deseo del pueblo y no con la relación que tenga Irán con países como Estados Unidos.

¿Por qué la mujer está discriminada legalmente en los países islámicos?

Las leyes que discriminan a la mujer no proceden del Islam, sino de una interpretación errónea del mismo y yo protesto contra esto. Esa misma interpretación es la que cierra las puertas del sistema jurídico a las mujeres.

¿Considera que el machismo que sufre la mujer jurista es un problema internacional?

Por supuesto. En todas partes del mundo las mujeres sufren discriminación, tanto en Oriente como Occidente.

--------------------
FONTE:
Gaceta.es

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

CNN: Threats against Ebadi

Ataque aos Derviches de Isfahan



A BBC Persa e a Radio Free Europe divulgaram ontem a notícia da destruição de uma mesquita Sufi na cidade de Isfahan. A destruição foi feita pelas forças da autoridade que usaram buldozers e não apresentaram qualquer justificação para o seu acto. Tal como tem acontecido com os Baha’is, também os Sufis têm sido alvo de diversos actos de hostilização e intimidação.

Em Isfahan, há já algum tempos que os Derviches Gonabadi suspeitavam que as autoridades tentassem demolir a sua mesquita, à semelhança do que tinha acontecido noutras cidades. Alguns chegaram mesmo a dormir no interior do edifício com o intuito de o proteger. Mas na noite de 18 de Fevereiro nada disso valeu.

As forças da autoridade chegaram, prenderam os ocupantes do edifício, confiscaram mobiliário e tapetes, e usaram buldozers para demolir o edifício.

Esta mesquita era ponto de encontro dos derviches Gonabadi, para práticas de oração, meditação, leitura de poesia Sufi e realização de cerimónias religiosas. Também possuía uma biblioteca onde se guardavam livros religiosos.

Há um pormenor da notícia que é surpreendente: quando a mesquita foi cercada, as forças policiais usaram buzinas e fizeram avisos através de altifalantes: "Estas pessoas são Baha’is! Apanhem-nos e destruam-nos!!!"

----------------------------------
FONTES:
Iranian Authorities Destroy Sufi Holy Site In Isfahan (RFE)
(BBC Persian) حسینیه دراویش گنابادی در اصفهان تخریب شد

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Entrevista com Shirin Ebadi, no Channel 4

Ontem no Reino Unido, o telejornal do Channel 4 entrevistou Shirin Ebadi, advogada e activista dos Direitos Humanos, sobre a hostilização de que tem sido alvo, sobretudo devido ao seu envolvimento na defesa dos sete dirigentes Bahá'ís actualmente detidos.

A peça sobre Shirin Ebadi e os Baha'is do Irão começa aos 18m41s.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

CNN: Dirigentes religiosos enfrentam acusações de espionagem no Irão



Aqui fica a tradução de parte de uma notícia divulgada hoje pela CNN. A notícia completa em inglês encontra-se aqui.
-----------------------------------------------------


TEERÃO, Irão (CNN) - Os sete dirigentes da Fé Bahá’í no Irão foram acusados de espionagem e serão presentes a tribunal dentro de uma semana, afirmou um porta-voz judicial na quarta-feira.

A agência noticiosa da República islâmica do Irão citou Ali-Reza Jamshidi dizendo que as acusações se relacionam com actos que incluem espionagem para “estrangeiros”, um termo considerado uma referência a Israel, o arqui-inimigo do Irão.

!Uma das acusações é que eles cooperaram com Israel. Geralmente, os Baha’is são acusados disto” declarou Shirin Ebadi, uma iraniana activista dos Direitos Humanos que ganhou o prémio Nobel da Paz em 2003. Afirmou também que a sua equipa no Centro para a Defesa dos Direitos Humanos no Irão tomou conta do caso.

Os Baha’is iranianos têm enfrentado uma perseguição sistemática por parte do actual governo que considera a sua fé como herética.

O movimento foi acusado de espionagem no passado, e muitos Baha’is acreditam que as acusações são consequência do facto do Centro Mundial Baha’i se situar na cidade israelita de Haifa, um facto que antecedeu a fundação do Estado Judaico.

Os Baha’is são apanhados no meio do antagonismo entre Israel e o Irão. O Irão não reconhece a existência de Israel e tem apoiado os grupos militantes anti-israelitas como o Hezbollah e o Hamas.

Israel teme que o Irão esteja a desenvolver armamento nuclear e o utilize contra Israel.

No domingo, o Procurador Geral do Irão, Dorri-Najafabadi, afirmou que “existem provas irrefutáveis que os aderentes da seita Baha’i têm contactos próximos com os inimigos da nação iraniana”, anunciou a IRNA.

O movimento Baha’i citou-o dizendo que “as organizações Baha’is são ilegais e as suas ligações a Israel, a sua inimizade para com o Islão e o sistema islâmico são uma certeza absoluta e as sua ameaça contra a segurança nacional é um facto provado”.

(...)

--------------------------------------------------------
OUTRAS NOTÍCIAS RELACIONADAS::
Iran Accuses 7 Jailed Leaders of Bahai Faith of Espionage (Washington Post)
Germany says worried about trial of Baha'is in Iran (YNetNews.com)
Obama, Iran, and Human Rights (the corner)
Iran charges its seven citizens with espionage (People’s Daily Online, China)
European Union expresses “deep concern” over seven Baha'i prisoners (BWNS)
EU calls on Iran to reconsider espionage charges against Bahais (UAE Daily News)
DFAT 'concerned' over fate of Baha'i leaders (The Camberra Times)
Statement of Support by Writers and Journalists from Kurdistan (IPW)
Detained Bahais face spying charges, says Iran (The Peninsula, Qatar)
Iran Accuses 7 Jailed Leaders of Bahai Faith of Espionage (Iranian.com)
Congressman Mark Kirk on Bipartisan Resolution for Baha’is (Changing Times)
Baha’i arrested in northern Iran – report (VNCIran)

A União Europeia toma posição



Declaração da Presidência em nome da União Europeia
sobre o julgamento dos sete dirigentes Baha’is no Irão


A UE expressa a sua profunda preocupação pelas graves acusações levantadas contra os sete dirigentes Bahá'ís no Irão. Foram detidos pelas autoridades iranianas durante oito meses sem acusação e durante esse tempo não tiveram acesso a representação legal.

A UE receia que, após terem estado detidos durante tanto tempo sem o devido processo, os dirigentes Baha'is não tenham um julgamento justo. Assim, a UE solicita à República Islâmica do Irão que permita a observação independentes dos procedimentos judiciais e que reconsidere as acusações feitas contra estes indivíduos.

A UE deseja expressar a sua oposição a todas as formas de discriminação e opressão, em particular a que tem por base a prática religiosa. Neste contexto, a UE insta a República Islâmica do Irão a respeitar e proteger as minorias religiosas do Irão e libertar todos os prisioneiros detidos devido à sua fé ou prática religiosa.

----------------------------------------
Original em inglês
aqui.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Rain Wilson: Stop religious persecution in Iran (CNN)



(...)

I am a member of the Baha'i faith. What is that, you ask? Well, long story short, it's an independent world religion that began in the mid-1800s in Iran. Baha'is believe that there is only one God and therefore only one religion.

All of the world's divine teachers (Jesus, Muhammad, Buddha, Moses, Abraham, Krishna, etc.) bring essentially the same message -- one of unity, love and knowledge of God or the divine.

This constantly updated faith of God, Baha'is believe, has been refreshed for this day and age by our founder, Baha'u'llah. There. Nutshell version.

Now, as I mentioned, this all happened in Iran, and needless to say the Muslim authorities did not like the Baha'is very much, accusing them of heresy and apostasy. Tens of thousands were killed in the early years of the faith, and the persecutions have continued off and on for the past 150 years.
Don't Miss

Why write about all this now? Well, I'm glad you asked. You see there's a 'trial' going on very soon for seven Baha'i national leaders in Iran.

They've been accused of all manner of things including being "spies for Israel," "insulting religious sanctities" and "propaganda against the Islamic Republic."

They've been held for a year in Evin Prison in Tehran without any access to their lawyer (the Nobel Laureate Shirin Ebadi) and with zero evidence of any of these charges.

When a similar thing happened in 1980, the national leadership of the Iranian Baha'i community disappeared. And this was repeated again in 1981.

(...)

Full Commentary / Comentário Completo

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Os Britânicos tomam posição



O Governo Britânico expressou publicamente a sua preocupação sobre as acusações contra os sete dirigentes Bahá’ís detidos no Irão, acusando o regime iraniano de perseguir as minorias religiosas.

"Estou muito preocupado com as notícias de que os sete dirigentes da Comunidade Baha’i Iraniana... foram acusados de espiar para Israel, «insultar santidades religiosas» e «propaganda contra a Republica Islâmica»", afirmou Bill Rammell, ministro dos Negócios Estrangeiros. "Não é difícil perceber que estas pessoas estão detidas apenas devido às suas crenças religiosas, ou ao seu exercício pacífico do seu direito de liberdade de expressão e associação".

Rammell recordou que os sete detidos tiveram de esperar mais de oito meses até que fossem conhecidas as acusações; não tiveram acesso aos seus advogados e os seus advogados não tiveram acesso ao processo.

Depois de lembrar que a União Europeia exigiu várias vezes a libertação imediata dos sete, afirmou que o Governo Iraniano tem de garantir que o julgamento seja justo, transparente e aberto a observadores independentes. Recordou ainda que tem havido um sério agravamento da situação dos Direitos Humanos no Irão, incluindo ataques a activistas de Direitos Humanos e um crescente uso da pena de morte.

-----------------------------------------------------------
FONTES:
Britain concerned about Iran trial of Baha'i members (IHT)
Britain 'very concerned' over Iranian Bahai charges (AFP)

Em Shiraz, circulam listas com nomes e moradas...



Enquanto se anuncia para muito breve o julgamento encenado dos sete dirigentes Bahá’ís detidos em Teerão, e dezenas de baha’is continuam detidos sob acusações dúbias, o regime de fundamentalista iraniano continua a orquestrar os seus ataques seguindo duas tácticas distintas.

A primeira é feita de forma ostensiva consiste na detenção de membros da Comunidade Bahá’í, alegando questões de segurança nacional, e impedindo os detidos de ter acesso a um advogado ou qualquer forma de defesa legal. Shirin Ebadi que tinha concordado em defender os Baha’is, está agora ocupada em defender-se contra as acusações que lhe são feitas e a impedem de praticar a advocacia.

A segunda tem um carácter mais sinistro e é feita de forma mais discreta. Em Shiraz, têm circulado listas com nomes de Bahá’ís, as suas moradas, as suas profissões e locais de trabalho, assim como as consequências dos contactos com os Bahá’ís e o que deve ser feito em resposta.

Esta segunda táctica sustenta-se da irracionalidade fundamentalista e alimenta todo o tipo de superstição das massas. A lista de nomes, por exemplo, além de classificar os Bahá'ís como infiéis e impuros, adverte sobre as consequências do contacto físico com objectos tocados por Baha’is e aconselha sobre a melhor forma de anular os efeitos da orações dos Bahá’ís.

A situação não é nova e as consequências de actos semelhantes ainda estão na nossa memória. Atiçam-se os ódios contra um grupo indefeso e põem-se as suas vidas e bens em perigo. Resta apenas esperar que entre os iranianos que não sucumbem à propaganda oficial (e que não são poucos!) tenham a coragem de intervir proporcionando a protecção necessária ao grupo religioso mais discriminado da sociedade iraniana. E espera-se também que no Ocidente o coro de protesto se faça ouvir com veemência.

-----------------------------------------------------------------
Fonte: Naming Names and Inciting Fear in Shiraz (Iranian.com)

A Teoria da Evolução e as Religiões

A propósito do bicentenário do nascimento de Charles Darwin, o Pew Research Center's Forum on Religion & Public Life publicou um relatório sobre a controvérsia Evolucionismo/Criacionismo nos Estados Unidos. O gráfico seguinte foi extraído desse relatório e apresenta os níveis de aceitação da teoria da Evolução nos diferentes grupos religiosos.



É interessante notar que a maioria destes grupos religiosos, oficialmente não questionam a teoria da evolução (ver aqui). Desta forma, os valores aqui apresentados sugerem uma falta de educação científica e religiosa.

------------------------------------------------
FONTE: Religion needs evolution too (JeuneStreet)

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Luz verde para o julgamento!



De acordo com o site PR-Inside.com, o chefe do Supremo Tribunal Administrativo do Irão acusou os sete dirigentes baha’is de partilhar informação sobre o Irão com Israel. A televisão estatal iraniana, citou o procurador Qorban-Ali Dorri-Najafabadi dizendo que a Comunidade Baha’i, como um todo, tem partilhado informação com Israel e outros inimigos.

Acusar os Bahá’ís de serem espiões israelitas faz parte do tradicional folclore anti-bahá’í dos fundamentalistas islâmicos. Basta recordar que Bahá'u'lláh, o fundador da Fé Baha’i foi exilado para a cidade de Akka (Acre) pelas autoridades Otomanas em 1868 (80 anos antes da fundação do Estado de Israel). Akka (que hoje é parte de Israel) pertencia ao Império Otomano, cujas autoridades decretaram o exílio e detenção de Bahá'u'lláh. Desde esses dias, o Centro Mundial Baha’i – incluindo dos santuários, jardins e edifícios no Monte Carmelo – têm-se afirmado como símbolos das cidades de Haifa e Akká.

A propósito: a lista dos subscritores do texto “Temos Vergonha!” continua a aumentar. E a Comunidade Baha’i agradeceu publicamente esta iniciativa.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Irão: Novos Desenvolvimentos

Segundo as mais recentes notícias recebidas do Irão, o julgamento dos sete dirigentes bahá’ís poderá ter lugar nos próximos dias. A celeridade que as autoridades agora pretendem dar ao processo, aliado ao facto de ter sido negado a estes sete detidos qualquer acesso ou contacto com a sua advogada – Shirin Ebadi – são sinais bem característicos do tipo de "justiça" que se encontra naqueles regimes que desconhecem o significado de Direitos Humanos.

Lembro que a acusação de "espionagem a favor de Israel" (a lenga-lenga tradicional da propaganda fundamentalista) é um indicador muito forte de possível aplicação de pena de morte.

Relativamente a outros desenvolvimentos sobre a situação dos Baha’is no Irão, salientamos o facto do abaixo assinado "Temos Vergonha" contar já com mais de 200 subscritores, e ainda o facto de, no Irão, se terem verificado diversos ataques contra e actos de intimidação contra bahá’ís. Em Bahman, os apartamentos de três famílias Baha’is foram atacados com cocktaisl molotov; em várias localidades, durante o sermão da Ashura, os clérigos incitaram à violência contra os Baha’is, e em Shiraz circulam listas com nomes e endereços de centenas de crentes Bahá’ís. Para mais informações ver Clerics in Iran inciting hatred, attacks against Baha’is.

As notícias actualizadas sobre a situação dos Baha’is no Irão pode ser acompanhada aqui.

Nos últimos dias, Shirin Ebadi e alguns analistas vieram a público afirmar que a recente predisposição do Presidente Obama em abrir negociações com o Irão deveria incluir a questão dos direitos humanos e a situação dos Bahá’ís.

E há algumas horas atrás, a Administração Americana reagiu ao caso dos sete dirigentes baha’is detidos no Irão, considerando as acusações não têm qualquer fundamento e lembrando que os detidos não tiveram acesso a um advogado e que não foi apresentada publicamente qualquer prova da acusação. A Administração Americana considera que as acusações feitas contra os Baha’is nos media iranianos e internacionais fazem parte de uma campanha que dura há 30 anos e existem mais de três dezenas de Bahá'ís detidos no Irão apenas por motivos religiosos. Leia o comunicado na íntegra: Persecution of Religious Minorities in Iran.

Este é um sinal que os conselheiros do Presidente Obama dão atenção a esta questão. Esperemos que os círculos próximos de Ahmadinedjad e de Ali Khamenei estejam atentos a todas as palavras e atitudes da Administração Americana.

------------------------------------------------
A ler:
Baha’i group rejects charges against seven Baha’is in Iran (VNCIran)
The Baha’is categorically deny charges (IPW)
Baha'i "Spying" Case Strikes New Blow Against Religious Freedom in Iran (News Blaze)
Baha’i Leaders In Iran Charged With Spying For Israel (RFE)
Shirin Ebadi: Include human rights in US-Iran dialogue (VNCIran)
Statement by the US Government: Persecution of Religious Minorities in Iran

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Charles Darwin

Para comemorar o 200 anos do nascimento de Charles Darwin, a revista Veja dedicou o seu número de 11 de Fevereiro ao prestigiado naturalista inglês. Recomendo vivamente a leitura destes artigos e deixo aqui alguns excertos (sublinhados são da minha responsabilidade).
------------------------------------------------------------




Charles Darwin é um paradoxo moderno. Não sob a ótica da ciência, área em que seu trabalho é plenamente aceito e celebrado como ponto de partida para um grau de conhecimento sem precedentes sobre os seres vivos. Sem a teoria da evolução, a moderna biologia, incluindo a medicina e a biotecnologia, simplesmente não faria sentido. O enigma reside na relutância, quase um mal-estar, que suas ideias causam entre um vasto contingente de pessoas, algumas delas fervorosamente religiosas, outras nem tanto. Veja o que ocorre nos Estados Unidos. O país dispõe das melhores universidades do mundo, detém metade dos cientistas premiados com o Nobel e registra mais patentes do que todos os seus concorrentes diretos somados. Ainda assim, só um em cada dois americanos acredita que o homem possa ser produto de milhões de anos de evolução. O outro considera razoável que nós, e todas as coisas que nos cercam, estejamos aqui por dádiva da criação divina. Mesmo na Inglaterra, país natal de Darwin, o fato de ele ser festejado como herói nacional não impede que um em cada quatro ingleses duvide de suas ideias ou as veja como pura enganação. Na semana em que se comemora o bicentenário de nascimento de Darwin e, por coincidência, no ano do sesquicentenário da publicação de seu livro mais célebre, A Origem das Espécies, como explicar a persistente má vontade para com suas teorias em países campeões na produção científica?

(...)

Outros pilares da ciência moderna, como a teoria da relatividade, de Albert Einstein, não suscitam tanta desconfiança e hostilidade. Raros são aqueles que se sentem incomodados diante da impossibilidade de viajar mais rápido que a luz ou saem à rua em protesto contra a afirmação de que a gravidade deforma o espaço-tempo. Evidentemente, o núcleo incandescente da irritação causada por Darwin tem conotação religiosa. A descoberta dos mecanismos da evolução enfraqueceu o único bom argumento disponível para a existência de Deus. Se Ele não é responsável por todas essas maravilhas da natureza, sua presença só poderia ser realmente sentida na fé de cada indivíduo. Mas isso não explica tudo. Em 1920, ao escrever sobre o impacto da divulgação das ideias darwinistas, Sigmund Freud deu seu palpite: "Ao longo do tempo, a humanidade teve de suportar dois grandes golpes em sua autoestima. O primeiro foi constatar que a Terra não é o centro do universo. O segundo ocorreu quando a biologia desmentiu a natureza especial do homem e o relegou à posição de mero descendente do mundo animal". Pelo raciocínio do pai da psicanálise, a rejeição à teoria da evolução seria uma forma de compensar o "rebaixamento" da espécie humana contido nas ideias de Copérnico e Darwin.

(...)

A ciência não tem respostas para todas as perguntas. Não sabe, por exemplo, o que existia antes do Big Bang, que deu origem ao universo há 13,7 bilhões de anos. Nosso conhecimento só começa três minutos depois do evento, quando as leis da física passaram a existir. Os cientistas também não são capazes de recriar a vida a partir de uma poça de água e alguns elementos químicos – o que se acredita ter acontecido 4,5 bilhões de anos atrás. A mão de Deus teria contribuído para que esses eventos primordiais tenham ocorrido? Não cabe à ciência responder enquanto não houver provas científicas do que aconteceu. O fato é que a luta dos criacionistas contra Darwin nada tem de científica. Em sua profissão de fé, eles têm o pleno direito de acreditar que Deus criou o mundo e tudo o que existe nele. Coisa bem diferente é querer impingir essa maneira de enxergar a natureza às crianças em idade escolar, renegando fatos comprovados pela ciência. Essa atitude nega às crianças os fundamentos da razão, substituindo-os pelo pensamento sobrenatural.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Irão: 30 anos de apartheid religioso

Num artigo de opinião divulgado hoje no jornal Público (link não disponível), o Embaixador Iraniano em Portugal declara que a revolução iraniana foi "liderada por um homem simples e espiritual". E acrescenta que o Ayatollah Khomeini "orientou uma revolução pacífica no Irão que, sem qualquer tiroteio, pôs fim a 2500 anos de dinastias no nosso vasto país e instaurou um novo sistema baseado nos votos do povo".

Temos de reconhecer que o Sr. Embaixador do Irão é um bom representante do seu país. As suas afirmações são um reflexo perfeito da face cínica e hipócrita de um regime brutal, governado por uma classe política esquizofrénica, que sistematicamente recorre às detenções arbitrárias, à tortura e aos maus tratos, assim como a aplicação de pena de morte.

Para chamar este diplomata à realidade, poderíamos lembrar os milhares de vítimas provocadas pelos conflitos armados que sucederam entre os diferentes grupos que participaram na revolução: liberais, marxistas, seculares e islâmicos. Poderia lembrar os muitos milhares de vítimas da repressão política que se seguiu à tomada de poder por parte dos Mullahs...

Mas limitar-me-ei a lembrar os 200 baha’is mortos pelo regime que em 1979 prometia liberdade e democracia, e que nestes últimos 30 anos apenas criou um sistema de apartheid religioso que discrimina, hostiliza e persegue todos os membros da maior minoria religiosa não-muçulmana: a Comunidade Bahá'í.

A este propósito, não posso deixar de referir uma notícia divulgada hoje pela agência AFP (citando a agência iraniana semi-oficial ISNA), que afirma que o Irão vai julgar os sete dirigentes bahá’ís detidos em Março e Maio do ano passado, acusando-os de “espionagem a favor de Israel”, insulto às santidades religiosas e propaganda contra a República islâmica.

Segundo o procurador Hassan Haddad, "as acusações contra os sete detidos no caso da grupo Bahá'í ilegal foram examinadas... e o caso vai ser enviado para o tribunal revolucionário na próxima semana". Recorde-se que em Janeiro, um porta-voz do judiciário tinha referido estas mesmas acusações contra estes sete baha’is detidos. E no passado mês de Janeiro a agência FARS referiu que uma antiga secretária da prémio Nobel Shirin Ebadi tinha sido detida por ligações à Fé Bahá'í.

A acusação de espionagem a favor de Israel é típica da propaganda fundamentalista contra os Bahá'ís. Mas se pensarmos que o actual presidente Ahmadinejad apelou diversas vezes para que Israel fosse riscado do mapa, que os Bahá'ís iranianos não usufruem de qualquer protecção legal ao abrigo da Constituição, que o sistema judicial iraniano se rege por valores medievais inspirados numa interpretação retrógrada do Alcorão, então percebemos que não podemos ter boas expectativas quando ao resultados deste julgamento.

São estes os frutos amargos da Revolução Iraniana!

---------------------------------------------------------
A ler:
Iran to try Bahais for spying for Israel (AFP)
Iran to try seven Baha’is for “spying” for Israel (IranVNC)
Iran charges 7 members of Baha'i faith with spying for Israel (Haaretz)
Iran: 7 Bahais to Face Trial (New York Times)
Son of detained leader asserts charges are “just one big lie”(MNBR)
Trial of Seven Baha'i Leaders in Tehran (IPW)
Iran Announces Trial of Baha’i Leadership (Bahai.us)

O Espaço Sagrado

No livro Cristo Filósofo, Frederic Lenoir dedica várias páginas (p.228-239), ao episódio de Jesus e a Samaritana (João 4:5-27). Nesse episódio há um diálogo onde o autor encontra diversos significados simbólicos que considera de extrema importância para o Cristianismo. Há um pequeno excerto do diálogo que merece atenção:
Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta.
Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar.
Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.
Vós adorais o que näo sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvaçäo vem dos judeus.
Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adoraräo o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.
Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.
(João 4:19-25)
Temos aqui de ter presente que a noção de espaço sagrado está nos pilares de qualquer religião. Desde o início dos tempos que os homens religiosos procuraram sacralizar espaços: se nos tempos pré-históricos, esses espaços podiam ser grutas, fontes, ou montanhas, com as religiões monoteístas passam a ser cidades santas (Jerusalém, Roma, Meca, Benares, Constantinopla,...) e edifícios (igrejas, sinagogas, mesquitas, pagodes,...). Os próprios crentes têm necessidade de acreditar que o espaço (ou seja, a tradição religiosa) onde encarna a sua fé é o único que é verdadeiro, ou, na pior das hipóteses. Isto é muito humano.

Se considerarmos que, para os Judeus o culto em Jerusalém fazia parte da sua identidade religiosa, tal como para os Samaritanos o culto no monte Garizim era elemento integrante da sua fé, então poderemos encontrar neste diálogo questões como “Onde se deve adorar a Deus” e “Onde está a verdadeira religião?”

A resposta de Jesus destrói a pretensão de qualquer religião ser o lugar da verdade. Jesus relativiza a identificação religiosa com um espaço sagrado; o espaço de encontro com o divino passa a ser o próprio ser humano. O local de adoração é secundário; o que importa verdadeiramente é a espiritualidade interior. Podemos aqui entender que nenhuma religião se pode afirmar superior a outra.

Nas Escrituras Baha’is encontramos um texto cuja mensagem podemos considerar complementar deste diálogo de Jesus com a Samaritana.
Bem-aventurado é o lugar, a casa e o coração,
e bem-aventurada a cidade, a montanha, o refúgio,
a caverna e o vale, a terra e o mar, o prado e a ilha,
onde se haja feito menção de Deus e celebrado Seu louvor.
Interpretando este pequeno texto com os mesmo critérios que lemos o texto bíblico, percebemos que a diversidade de lugares também pode ser identificada com a diversidade de espaços sagrados que as sociedades humanas já produziram. E se eles se identificam com uma religião, então estamos na presença de uma elogio à diversidade religiosa.

Também é importante notar que entre os lugares sagrados referidos por Bahá'u'lláh, se encontra o coração humano, algo que vem de encontro às palavras de Jesus que apontava o próprio ser humano como espaço de encontro com o divino.

Assim podemos entender que Jesus afirma que nenhuma religião tem o exclusivo da Verdade; e Bahá’u’lláh acrescenta que todas são igualmente válidas.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Encontro sobre os Media e o Religioso

Entre a vertigem e o silêncio

Porque (não) há espaço nos media para o religioso


Encontro de jornalistas, universitários, investigadores,
comentadores e “bloguers”

12 de Fevereiro

Universidade Lusófona, Auditório Pessoa Vaz (Campo Grande, 376)


Programa

10h00 – Apresentação e razões da iniciativa

10h10 – O religioso e os media na Europa
Manuel Pinto (Universidade do Minho)

10h40 – O religioso e os media em Portugal: o caso de uma agência
José António Santos (secretário-geral da Lusa)

11h10 –Comentário – Jorge Wemans (director de programas da RTP 2)

11h30 – Intervalo

12h00 – Debate

14h30 – Painel: Porque é que os nossos media (não) dão importância jornalística aos temas religiosos?

José Manuel Vidal (jornalista responsável pela informação religiosa do “El Mundo” e director de www.religiondigital.com)
António José Teixeira (SIC, director SIC Notícias)
Pedro Leal (RR, director-adjunto de Informação)
Miguel Gaspar (Público, Editor Mundo)

15h45 – Debate

17h00 – Encerramento do encontro

Entrada livre

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Aziz, mon cousin bahaï, en danger à Téhéran...

Artigo publicado no Liberation, no passado dia 5 de Fevereiro.
---------------------------------------------------


Réalisé par ÉLIANE PATRIARCA

Juriste, spécialiste des droits de l’homme, Caroline Samandari, qui vit en Inde aujourd’hui, alerte sur les persécutions dont est victime en Iran la communauté religieuse bahaïe (www.bahai.fr) à laquelle appartient toute sa famille.

«Cela fait maintenant trois semaines que j’ai appris la terrible nouvelle : Aziz Samandari, mon cousin qui habite Téhéran, a été arrêté par les agents des services de renseignem>ents. A ce jour, aucun chef d’accusation n’a été retenu contre lui et ses droits les plus élémentaires ont été bafoués : ni droit de visite ni accès à un avocat.

J’éclate en sanglots en lisant le court message envoyé par son épouse. Je ne peux m’empêcher de penser à mon grand-père, le professeur Manuchehr Hakim, médecin, chevalier de la Légion d’honneur de la République française, assassiné à Téhéran en janvier 1981. J’avais 2 ans, j’habitais alors en Suisse.

Je pense aussi immédiatement à Bahman Samandari, mon oncle - le père d’Aziz - exécuté par les autorités iraniennes en mars 1992 à Téhéran ; un jour après avoir été «invité» à se présenter auprès des services de renseignements. J’avais 13 ans. Je me souviens très bien du jour où mon père m’apprit la terrible nouvelle à Paris.

Pourquoi les membres de ma famille sont-ils ainsi ciblés ? Quels crimes ont-ils commis ? La réponse est d’une simplicité déconcertante : ils sont tous membres de la communauté bahaïe, la plus grande minorité religieuse d’Iran, cible de persécutions intenses depuis la naissance de leur foi au milieu du XIXe siècle. Avec l’avènement de la République islamique en 1979, ces persécutions ont pris une nouvelle ampleur, devenant la politique officielle du gouvernement. Depuis, plus de 200 bahaïs ont été arbitrairement exécutés, des centaines emprisonnés et des dizaines de milliers privés de travail, de retraite et d’accès à l’éducation supérieure. Les lieux saints bahaïs et les cimetières ont été confisqués, désacralisés ou détruits. Néanmoins, les bahaïs continuent à se consacrer au développement de leur pays et se tiennent à l’écart de toute politique partisane. Mais la position progressiste de leur foi sur les droits de la femme, l’éducation et la recherche personnelle de la vérité dérange.

Comptant 300 000 membres en Iran, la communauté bahaïe est la minorité religieuse la plus importante du pays. Pourtant, elle a été délibérément omise de la liste des trois minorités religieuses reconnues par la Constitution. Et ses membres sont considérés comme des «infidèles non-protégés».

Les années ont passé. J’habite à présent en Inde. Mais la réalité, elle, ne change pas. Mon cousin est en danger, entre les mains des autorités iraniennes, pour sa simple croyance en une religion qui a pour but l’instauration de l’union entre les peuples !

Aziz n’a pas voulu quitter l’Iran parce qu’il se sentait une responsabilité à l’égard du reste de la communauté bahaïe. Certains membres n’avaient pas la chance, comme lui, d’avoir de la famille pouvant les aider à reconstruire une nouvelle vie à l’étranger. Il se sentait aussi une responsabilité à l’égard de son pays, qu’il aimait, et de ses concitoyens.

Aziz se retrouve aujourd’hui dans la sinistre prison d’Evin [dans le nord de Téhéran, ndlr], où son père a été pendu il y a seize ans. Il y partage le sort de quatre autres bahaïs arrêtés à Téhéran le même jour que lui et des sept administrateurs de la communauté bahaïe d’Iran, emprisonnés depuis le mois de mai 2008 (1).

Après trente ans, l’Iran continue de violer les droits les plus fondamentaux des bahaïs. Je demeure néanmoins optimiste. Je refuse de croire en la fatalité. Je continue de penser que la voix des citoyens de par le monde et les objections exprimées par la communauté internationale contre les persécutions systématiques à l’encontre des bahaïs d’Iran peuvent faire changer le cours de l’histoire.

J’appelle ces voix à s’exprimer ouvertement, avec force et conviction.»

(1) Lire : Libération du 4 juin 2008, Les bahaïs persécutés en Iran, par Jean-Pierre Perrin.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Fundamentalist Bus in Tehran

I guess you heard about the "Atheist Bus" in London. What about the "Fundamentalist Bus" in Tehran? It looks like this.



There is great difference between the "Atheist Bus" and this "Fundamentalist Bus".

The first presents an interesting challenge and invite us to debate. The later, although fictitious, is a short description of the cruel situation of the Bahá'ís in Iran today.

You may generate your own bus slogan here.


* * * * * * * * *


Imagino que já tenham ouvido falar do "Autocarro Ateu" em Londres. E do "Autocarro Fundamentalista" em Teerão? Tem o seguinte aspecto:



Há uma grande diferença entre o "Autocarro Ateu" e este "Autocarro Fundamentalista".

O primeiro apresenta-nos um desafio interessante e convida-nos ao debate. O segundo, apesar de fictício é um a breve descrição da cruel situação dos Bahá’ís no Irão nos dias de hoje.

Pode criar o seu slogan de autocarro aqui.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Temos Vergonha!

O que se segue é uma carta aberta dirigida à Comunidade Bahá’í por parte de um grupo de intelectuais, escritores, artistas, jornalistas e activistas iranianos espalhados pelo mundo. O original desta carta encontra-se aqui.
---------------------------------------------------------

Temos vergonha!


Um século e meio de opressão e silêncio já chega!

Em nome da bondade e da beleza, e em nome da humanidade e da liberdade!

Enquanto seres humanos iranianos temos vergonha pelo que foi perpetrado contra os Bahá’ís no último século e meio no Irão.

Acreditamos firmemente que cada iraniano, “sem qualquer tipo de distinção, seja raça, cor, sexo, língua, religião, política ou outra opinião”, e também independentemente da sua origem étnica, “origem social, bens, nascimento ou outra condição”, tem todos os direitos e liberdades proclamados na Declaração Universal dos Direitos Humanos. No entanto, desde o surgimento da Fé Bahá’í, os seguidores desta religião no Irão têm sido privados de muitos destes direitos apenas devido às suas convicções religiosas.

Segundo documentos e provas históricas, desde o início do Movimento Babi, seguido pelo aparecimento da Fé Bahá’í, milhares dos nossos compatriotas foram chacinados pela espada do fanatismo e da intolerância apenas devido às suas convicções religiosas. Só nas primeiras décadas após o seu estabelecimento, cerca de vinte mil daqueles que se identificaram com esta comunidade religiosa foram selvaticamente assassinados em várias regiões do Irão.

Temos vergonha que durante esse período, nenhuma voz de protesto se tenha ouvido contra assassinatos bárbaros;

Temos vergonha que até hoje a voz do protesto contra estes crimes hediondos foi pouco frequente e ténue;

Temos vergonha porque além da intensa supressão dos Bahá’ís durante as suas décadas formativas, o último século também testemunhou episódios periódicos de perseguição deste grupo dos nossos compatriotas, onde os seus lares e negócios foram incendiados, as suas vidas, propriedades e famílias sujeitos a perseguição brutal – e tudo isto enquanto a comunidade intelectual do Irão permanecia silenciosa;

Temos vergonha que durante os últimos trinta anos, a morte de Bahá’ís apenas devido às sua crenças religiosas tenha ganho um estatuto legal, e mais de duzentos Bahá’ís tenham sido massacrados sob este pretexto;

Temos vergonha que um grupo de intelectuais justifique a coerção contra a Comunidade Bahá’í do Irão;

Temos vergonha do nosso silêncio relativamente ao facto de, após muitas décadas de serviço ao Irão, reformados Bahá’ís viram-se privados do seu direito a uma pensão de reforma;

Temos vergonha do nosso silêncio perante o facto de milhares de jovens Bahá’ís, por fidelidade à sua religião e honestidade no momento de afirmar as suas convicções, tenham sido excluídos do acesso à universidade e a outras instituições de ensino superior;

Temos vergonha que devido às crenças religiosas dos seus pais, as crianças bahá’ís sejam sujeitas a humilhações nas escolas e em público;

Temos vergonha do nosso silêncio sobre esta realidade dolorosa da nossa nação, onde os Bahá’ís são sistematicamente oprimidos e hostilizados, um número deles encontra-se detido devido às suas convicções religiosas, as suas casas e negócios são atacados e destruídos e periodicamente os seus cemitérios são profanados;

Temos vergonha do nosso silêncio quando confrontados com o longo, tenebroso e atroz historial de leis e sistema legal que marginalizaram e privaram os Bahá’ís dos seus direitos, e da injustiça e hostilidade dos organismos oficiais e não-oficiais do Governo face a este grupo dos nosso compatriotas;

Temos vergonha por todas estas transgressões e injustiças, e temos vergonha pelo nosso silêncio sobre estes factos;

Nós, abaixo-assinados, pedimo-vos, aos Bahá’ís, que nos perdoem pelos mal feito contra a Comunidade Bahá’í do Irão.

Não continuaremos em silêncio quando a injustiça vos visitar.

Estaremos ao vosso lado até que obtenham todos os direitos consagrados na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Vamos unir as mãos para substituir o ódio e a ignorância pelo amor e a tolerância.

3 de Fevereiro de 2009

1. Aban Vahid, Human Rights Activist – Sweden
2. Abdolalian Morteza, Journalist, CJFE Board of Directors - Canada, Oakville
3. Abdi Asghar, Physiologist/ Human Righst Activitst
4. Abghari Shahla, Professor, Life University – USA, Atlanta
5. Abghari Siavash, Professor, University of Georgia – USA, Atlanta
6. Aeine Abtin, Poet - Sweden
7. Afshar Mahasti, Reasercher – USA, Los Angeles
8. Afshari Maryam, Activist – Sweden, Gutenberg
9. Afshin-Jam, Human Rights Activist/ Singer/Songwriter/Actor, Canada, Vancouver
10. Aghnam Reza, Writer/Literature Critic – England, London
11. Ahmadi Fereidoon, Political Analyst – Germani Colonia
12. Ahmadi Ramin, Professor, Yale University – USA, Yale
13. Akbari, Mansour, Human Rights Activist – Sweden, Stockholm
14. Akhavan, Asal, Human Rights Supporter - Australia
15. Alavi Reza, Writer/Political Analyst - USA
16. Almasi Nasrin, Managing editor of Shahrvand- Canada, Toronto
17. Amini Bahman, Publisher – France, Paris
18. Amini, Mehdi, Political Activist – USA, Washington DC
19. Amirgholi Amir, Human Rights Activist – Iran, Tehran
20. Amirhosseini Bahman, journalist – USA, Virginia
21. Amirsedghi Nasrin, Writer/Ditrector of Kult DA – Germany, Mainz
22. Amoozgar Mojgan, Medical Doctor – France, Paris
23. Ansari Siamak, Human Rights Activist - Sweden, Gutenberg
24. Arian Nima, Student/Human Roghts Activist - Germany
25. Asadi, Houshang, Writer/ Journalist – France, Paris
26. Assadi Savadkouhi Hooshang, IT specialist – Sweden, Stockholm
27. Assman Mohammad Javad, Poet/ Translator – Iran, Esfahan
28. Attar Mahmood, Pharmacist/ Human Rights Supporter - Italy
29. Avaei Gil, Writer/Bloger – Holand
30. Ayoubzadeh, Hassan, Writer/ Lawyer – Netherlands, Arnhem
31. Azad Azadeh, Sociologist - Canada
32. Azadian Abbas, Psychotrapist – Toronto Canada
33. Azarian Mina, Actress – Sweden, Stockholm
34. Azarkolah Houman, Actor – France, Paris
35. Azarli Katayoun, Writer/Poet - Germany
36. Bagheri- Goldschmied Nahid, Freelance Journalist – Austria, Vienna
37. Bagherpour Danesh, Political Analyst - Germany
38. Bagherpour Khosro, Poet /Journalist – Germany
39. Bakhshizadeh Marziye, Human Rights Activist – Germany
40. Bakhtiyari Sheyda, Human Rights Activist - Denmark
41. Balouch Abdolghader, Writer, Canada Vancouver
42. Baradaran Monireh, Writer/Human rights activist - Germany
43. Barati Mehran, Researcher, Germany, Berlin
44. Batebi Ahmad, Human Rights Activist - USA, Washington
45. Behboodi Reza, Human Rights Activist – Canada
46. Behnia, Kamran, Physicist – France, Paris
47. Beyzaie Niloofar, Play writer/Theatre Director – Germany, Frankfurt
48. Bigdeli Bahram, Human Rights Activist - Germany , Cologne
49. Bishetab Reza, Writer, France, Paris
50. Borghei Mohammad, Professor Strayer University - USA
51. Boroumand Ladan, Researcher, Boroumand Foundation - USA, Washington
52. Boroumand, Roya, Executive Director, Boroumand Foundation – USA, Washington
53. Chehabi Houchang-Esfandiar, Professor – USA, Boston
54. Choubine Bahram, Researcher/Writer – Germany, Köln
55. Corrazo Gabriela, Journalist - Spain
56. Daneshvar Hamid, Actor/Theatre Director – France, Paris
57. Darvishpour Mehrdad, Professor, Stockholm University - Sweden, Stockholm
58. Daryani Hossein, Stage Actor – Germany, Berlin
59. Dashi Ali, Political Activist Danemark
60. Dastmalchi Parviz, Writer/Political Analyst – Germany, Berlin
61. Davani Hossein, Art Critic/Human Rights Activist – Germany Colonia
62. Dehzangi Arash, PHD Candidate- Malaysia, Kuala Lumpur
63. Delneshin Shahin, Political Analyst/Blogger -Denmark, Copenhagen
64. Djalali Chimeh Mohammad (M.sahar), Poet - France, Paris
65. Djanati Atai Behi, Actor/ Writer/Theatre Director – France, Paris
66. Doai Babak, Musician/ Music Teacher - Belgium
67. Duschouki Abdolsatar, Political Analyst - England
68. Ebadi Abdolatif, Poet/Translator/Journalist - England
69. Ebrahimi Hadi, Editor-in-chief of Shahrgon, Canada, Vancouver
70. Emami Bahram, Human Rights Activist - Sweden, Stockholm
71. Esfandarmaz Sherin Human Rights Activist, Belgium Bruxelles
72. Eskandari Mohammad Reza, Sociologist / Activist - Holand
73. Fadai Behroz, Political Activist – Holand
74. Fahimi Nima, Chief of Efsha Website - England
75. Fani Yazdi Reza, Political analyst - USA
76. Farahani Fereshteh, Human Rights Activist – Holand
77. Faraji Hossein, TV Moderator – USA ,Los Angeles
78. Farhoudi Vida, Poet/Translator- France, Paris
79. Farid Siamak, Human Rights Activist, Belgium Bruxelles
80. Farrahi Farahnaz, Chief of Iran bbb Website – Germany, Berlin
81. Farshy Ebrahim, Writer/Teacher/Theater Actor – Germany Colonia
82. Fattah Abasali, Political Activist – Australia
83. Fazel Navid, Chief Physician - Germany
84. Ferdosian Payam, writer/ Researche/ Human Rights Activist – USA, Virginia
85. Forouhar Parastou, Artist/Human Rights Activist – Germany, Frankfurt
86. Fouladi Firuzeh Faye, USA, Silver Spring, Maryland
87. Ghadiri Khosro, Professor/ Journalist/Analyst – USA, California
88. Ghaemi Hadi Coordinator Int. Campaign for HR in Iran - USA
89. Ghahari Keivandokht, Deutsche Welle, Section Iran- Germany, Bonn
90. Ghahraman Saghi, Poet /Journalist – Canada, Toronto
91. Ghahraman, Sasan, Publisher/Writer/Journalist – Canada, Toronto
92. Ghasemi – Impertro Akhtar, Free lance Journalist/ Photographer – Germany, Colonia
93. Ghassemi Reza, Writer – France, Paris
94. Ghiaee Abbas, Bookstore Manager – Germany
95. Ghorashi Reza, Professor, USA New Jersey
96. Giahi Fatemeh, Human Rights Activist, USA, Massachusett
97. Goharzad Reza, Journalist, USA
98. Golab- Dej Hooshang, Writer/Poet – Sweden Stockholm
99. Golchin Ali, Lawyer – USA, Massachusett
100. Habibinia Omid, Journalist - Sweden
101. Hajzadeh Fallah Masoud, Design Engineer - Västerås, Sweden
102. Hakim Mohammad Hossein, Professor – USA, Amherst
103. Halford Zhara, Painter/Photograph/Sculptor - France
104. Hamidi Nasrin, Human Rights Activist - Holand
105. Hamidi Hamid, Human Rights Activist - Holand
106. Hamzeloee Mahmoud, Actor/Theatre & Cinema Director – Norway
107. Harandi,Farideh, Lawyer, USA
108. Hashemizadeh Iradj, Architekt/Journalist- Austria, Graz
109. Hassibi Mohammad, Political activist, USA
110. Hatami Parviz, Human Rights Activist - USA
111. Hekmat Bijan, Political Activist – France, Paris
112. Heyrani Aref , general contractor, USA, Beaverton OR
113. Homayounpour Kourosh, , USA, Washington, DC.
114. Homayounpour Shohreh, Teacher- USA, Washington DC
115. Honarmand Manouchehr, Journalist - Holand
116. Hosseini Mirali, Actor/Journalist, France, Paris
117. Hosseinzadeh Jafar, Political Activist – Belgium
118. Houshmand Zara, Writer – Usa Houston
119. Irani Nikki, Human Rights Activist- USA
120. Irani Sholeh, Editor-in-Chief AvayeZan.org –
121. Irvani Arash, (M. Saghi) Poet, Germany Dusseldorf
122. Jabbari Reza, Reasercher - Sweden, Gutenberg
123. Jaddeh Mohsen, Journalist/Translator - Germany
124. Jafari Reza, Theatre Director - Germany
125. Jafari Sedighe, Human Rights Activist - Germany, Hanover
126. Javadi Akram, Director of Ida Bookstore - Germany
127. Javdan Hamidreza, Actor/ Theatre Director - France, Paris
128. Javid Jahanshah, Publisher, Iranian [dot] com – Mexico, Chihuahua
129. Jazani Mihan, Writer/Activist – France, Paris
130. Kakhsaz Naser, Political analyst – Germany, Bochum
131. Kalbasi Sheema, Poet – USA, Washington
132. Kamali Shaghayegh, Singer/ Music Lecturer – Germany, Münster
133. Kamrani Ali, Stage Actor/ Song Writer – Germany, Frankfurt
134. Karami, Nasser, Political Analyst - Germany
135. Karimi Behzad, Political Activist, Netherland
136. Kassraei Farhang, Writer/Actor – Germany, Wiesbaden
137. Kaviany Massoud, Professor University Michigan– USA Michigan
138. Kavir Mahmood, Poet/Writer - England
139. Kazemi Monireh, Women Rights Activist - Germany
140. Keshavarz Mehran, Human Rights Activist - Norway
141. Khabazian Reza, Human Rights Supporter - USA
142. Khayam Zohreh, Women Right Activist - USA
143. Khoi Esmail, Writer/Poet – England, London
144. Khojinian, Hadi, Poet/ Writer – England
145. Khorami Tahere, Human Rights Activist – Holand
146. Khorrami Hossein, Political Activist – Germany, Essen
147. Khorsandi Hadi, Satirist – Great Britain, London
148. Khosroparviz Keikhosro, Political Activist, Sweden
149. Khosrozadeh Behrooz, Journalist/ Political science Reasercher – Germany Göttingen
150. Kiarostami Kia, Film Producer, Germany, Berlin
151. Koohgilani Parvin, Editor Shahrvand - USA, Texas
152. Kowsari Hamid, Director of New Technology Training Institute, USA Los Angeles
153. Laghaeian Shahriar, Medical Doctor – USA, Seattle
154. Lalejini Ali, Translator - Sweden
155. Lavaei Mehrdad, Human Rights Activist – Holand
156. Madadi Shabnam, Physician/ Human Rights Supporter - Germany
157. Madjlessi Darius, Political Activist – Holand
158. Maghssudnia Manochehr, Political Activist – Germany, Berlin
159. Mahbaz Efat, Women rights activist /Journalist– England, London
160. Mahdjoubi Ali, Member of Parliamet - Germany, Berlin
161. Mahjoubi Ebrahim, Human Rights Activist – Germany, Cologne
162. Malakooty Sirus, Classical Guitar Player/ Composer/ Lecturer - England, London
163. Malekzadeh Ali, Human Rights Activist
164. Manoo Missaghi, Social Analyst, Canada, Toronto
165. Masoudi Banafsheh, Reasercher – France, Paris
166. Massoumi Bahram, Writer/Activist - Germany
167. Masumian Nima, Teacher – Spain
168. Mazhar Varya, Writer/ Poet – Finnlands, Helsinki
169. Mehr Bijan, Political Activist – USA, Boston
170. Mirfakhrai Mehran, Architect/ Human Rights Supporter – Italy
171. Miremadi Bijan, Professor University Vancouver – Canada Vancouver
172. Mir Mobini Hossein, Journalist – USA, California
173. Mir Sattari Anwar, President of EuroPers Human Rights – Belgium, Brussel
174. Moghaddas Mehran, Play writer/Theatre Director – Denmark, Copenhagen
175. Mohamadi Majid, Professor/Writer/Reasercher – USA, NY
176. Moheb Robab, Writer/ Poet - Sweden
177. Mohtasham Yashar, Activist – France, Paris
178. Mokhtari Sohrab, Writer, Germany, Berlin
179. Morad Daryoush, Human Rights Activist - Germany, Cologne
180. Moshkin Ghalam Shahrokh, Actor/Dancer – France, Paris
181. Mossaed Jila, Poet/Writer - Sweden, Göteborg.
182. Mossallanejad Ezat, Writer/Human right Activist, CCVT – Canada, Toronto
183. Naghibzadeh Fathiyeh, Germany, Berlin
184. Nakhai Shahbaz, Journalist – Canada
185. Nazarian Arsen, Translator - Holand
186. Nejad Mohsen, Political Activist – USA, California
187. Nejati Ahmad, Human Rights Supporter - Belgium
188. Niroumand Bahman, Writer/Journalist – Germany, Berlin
189. Noghrekar Masoud, Writer – USA Florida
190. Nourmanesh Shirindokht, Writer/ Activist – USA, California
191. Nowzari Hamid, Political Activist - Germany, Berlin
192. Omidmehr Ali Akbar, Researcher/ Professor - Denmark
193. Omidmehr Ashraf Sadat, Teacher/ Human Rights Activist – Denmark
194. Omidnehr Mahraz, professor - Denmark
195. Omid Mahzad, Reasercher/Professor - Denmark
196. Ostovar Yavar, Poet - Sweden
197. Pak Anna Asyeh, Women right activist – France
198. Paki Morteza, Human Right Activist, Canada
199. Parham Babak, Poet - USA
200. Parsa Kourosh, Human Rights Activist - USA
201. Parsa Soheil, Theatre Director - Canada Toronto
202. Parsi Touradj, Researcher/Ex-Professor - Sweden
203. Payandeh Mehrdad, DGB Director, Germany, Hanover
204. Pegahi Mahshid, Women Rights Activist - Germany
205. Pourmandi Ahmad, Political Activist – Germany, Munich
206. Pour-Naghavi Ali, Political Activist, Holand
207. Rafiee Keyvan, Human Rights Activist – Iran
208. Rahbari Alexander, Composer/ Music Professor – Austria Vienna
209. Rahimi Khosro, Radio Producer - Sweden, Gutenberg
210. Rahnamaee M.J., Music Reasercher/ Poet - Holand
211. Ramezani Rahim, Political Activist – Turkey Van
212. Ranjbar Darvish, Former Diplomat of IR of Iran.
213. Ranjbar Kazem, Political Sociology Scientist – France, Paris
214. Rashedan Nima, Political Reasercher/Analyst – Swiss
215. Rashidi Asad, writer/Poet - Germany
216. Rastgar Iraj, Human Rights Activist – USA, Texas
217. Rasti Mahshid, Women/Human Rights Activist- Sweden, Stockholm
218. Razavi Rasoul, Human Rights Activist – Germany Bonn
219. Roshan Mitra, Journalist – Canada, Montreal
220. Saadati Mansoor, Chemist – Canada, Edmonton
221. Sabety Setareh, Writer/Teacher – France, Nice
222. Sadr Hamid, Writer – Germany
223. Sadreddin Zahed, Actor/Teather Director – France, Paris
224. Safaei E., Poet/Political Activist – Germany, Colonia
225. Sahimi, Muhammad Professor, University of Southern California – USA, California
226. Sakhaee Manoucher, Singer/Jurnalist – Germany
227. Salary Babak, Photograph - Canada
228. Samadpouri Ali, Political Activist – Belgium
229. Samadany Faramarz, Chemist - USA
230. Samienejad Mojtaba, Journalist, Iran
231. Sarhaddi Arash, Actor/Teather Director - Germany, Berlin
232. Sarshar Homa, Writer/Journalist – USA, Los Angeles
233. Sedghi Majid, Journalist – Franc, Paris
234. Sehati parisa, Women Rights Activist - Sweden
235. Seihoun Farideh, Professor, Framingham State College- USA
236. Servati Mojgan, Sosiologist/Writer/Reasercher - Germany
237. Setoodeh Behrouz, Political Analyst - USA
238. Shabafrooz Masood, Human Rights Activist – USA California
239. Shafaei Javad, Italia, Roma
240. Shafaei Manuchehr, Artist/Activist, Germany
241. Shafie Minoo, Human Rights Activist - Denmark
242. Shafigh Shahla,(Chahla Chafiq) Writer/Researcher – France, Paris
243. Shamshiri Fariborz, Human Rights Activist - Canada
244. Shemiranie Khosro, Journalist - Canada, Montreal
245. Sheyda Behrooz, Literary Critic/Theorist- Sweden, Stockholm
246. Shirazi Jahangir, Journalist/Activist – Holand
247. Simai Behrouz, Poet/Writer - USA
248. Sina Bijan, Medical Doctor - Germany
249. Sobhani Sohrab, International Affairs Consultant - USA, Washington, DC
250. Sohi Siamak , human Rights Activist - Denmark
251. Soltani Anwar, Reasercher - England
252. Taghipoor Masoomeh, Actor/Theatre Director - Sweden, Göteborg.
253. Tahavori Mohammad, Journalist, USA, MA Cambridge
254. Tavackoli Shahin, Medical Doctor – USA, Huston
255. Torabi Mohammad, Telcom Research Scientist - USA, Dana Point USA, Washington, DC
256. Vahdat Kamran, Professor – USA, Amherst
257. Vahdati Soheila, Human Rights Activist – USA, California
258. Yadegari Shahrokh, Composer/Professor University Of California - USA, California
259. Yousefi Nasser, Teather Director/Radio Producer – Sweden, Stockholm
260. Youssefi Hadi, Human Rights Activist – Denmark
261. Zahed Sadreddin, Stage Actor/ theatre Director – France, Paris
262. Zahedi Mitra, Theatre Director – Germany, Berlin
263. Zandian Mandana, Medical Doctor/Writer/Poet – USA
264. Zarasvand Hossein, Poet – Toronto Canada
265. Zarei Faramarz, Actor – China
266. Zeinali Lohrasb, Political Activist – Germany
267. Zerehi Hassan, Editor-in-chief of Shahrvand, Canada, Toronto

--------------------------------------
ACTUALIZAÇÃO: Esta notícia mereceu a atenção da CNN.



(clique na imagem para aceder à notícia)

Amnistia preocupada com direitos humanos no Irão

Hoje, no Diário Digital:
----------------------------------------------------


A Amnistia Internacional (AI) manifestou preocupação com o estado dos direitos humanos no Irão, a poucos dias da celebração, a 10 de Fevereiro, do 30º aniversário da vitória da Revolução Islâmica.
A AI lembra que os Governos nomeados pelo xá Reza Pahlevi foram considerados corruptos e responsáveis por «graves violações» dos direitos humanos, mas acrescenta que, apesar das promessas feitas pelo ayatollah Khomeini de que os iranianos seriam livres, nos últimos 30 anos, houve sistemáticos atropelos desses direitos.

Em comunicado, a ONG afirma que, durante o período de reformas sob o anterior presidente Khatami, foram flexibilizadas algumas restrições à liberdade de expressão, mas as esperanças de que a situação dos direitos humanos fosse melhorar dissiparam-se após a chegada ao poder do actual presidente, Mahmoud Ahmadinejad.

A Amnistia denuncia que proliferam as detenções arbitrárias, as torturas e outros maus-tratos, a impunidade e o recurso à pena de morte para castigar diversos crimes.

Acrescenta que alguns sectores da sociedade, incluindo as minorias étnicas, «continuam a sofrer discriminação», enquanto outros grupos - especialmente algumas minorias religiosas - «viram piorar sua situação».

Os que discordam das políticas oficiais declaradas ou tácitas se expõem a «graves restrições dos seus direitos à liberdade de opinião, expressão, associação e reunião», denuncia a AI, segundo a qual «as mulheres continuam também discriminadas tanto na legislação como na prática».

Por ocasião do próximo aniversário da fundação da República Islâmica, a AI pede que as autoridades iranianas libertem todos os «presos de consciência: que foram detidos pelas suas crenças políticas religiosas ou de outro tipo, pela sua origem étnica, pelo seu idioma, pela sua origem nacional ou social, ou pela sua orientação sexual».

Além disso, pede que ordenem aos funcionários do Governo, do Judiciário e da polícia que revejam os casos de todas as pessoas detidas por motivos políticos e libertem todos os presos políticos submetidos a julgamentos que não cumpriram os padrões internacionais de um processo justo.

Exige ainda que acabe a impunidade relativa a violações passadas dos direitos humanos, que se investigue os abusos, entre os quais os «massacres maciços de presos políticos».

----------------------------------------------------
A ler: Iran: Human Rights in the spotlight on the 30th Anniversary of the Islamic Revolution (Amnesty International)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Socorro! Tenho um filho portista!



Diálogo com o meu filho de 5 anos, hoje durante o jogo Sporting-Porto.

A meio do jogo:
- Pai, o Porto está a ganhar?
- Não, estão empatados. Está ali escrito 1-1.

Após o segundo golo do Sporting:
- Pai, foi golo do Porto?
- Não. Foi golo do Sporting. A bola entrou na baliza do Porto.

Após o terceiro golo do Sporting:
- Pai, eles estão a ir embora?
- É... parece que os do Porto já não querem ver o jogo....
- Eu quero

Após o quarto golo do Sporting:
- Pai, quantos minutos faltam para acabar?
- 10 minutos...

No final do jogo:
- Então, filho? Ainda queres ser do Porto?
- Quero.

A Crise

Um homem vivia à beira de uma estrada e vendia cachorros quentes.

Ele não tinha rádio, televisão e nem lia jornais, mas produzia e vendia bons cachorros quentes.

Preocupava-se com a divulgação do seu negócio e colocava cartazes pela estrada, oferecia o seu produto em voz alta e o povo comprava.

As vendas foram aumentando e, cada vez mais, ele comprava o melhor pão e as melhores salsichas.

Foi necessário também adquirir um fogão maior para atender uma grande quantidade de fregueses, e o negócio prosperava... Os seus cachorros quentes eram os melhores em toda a região!

Vencedor, ele conseguiu pagar uma boa escola ao filho. O menino cresceu e foi estudar economia numa das melhores faculdades do país.

Finalmente, o filho já formado, voltou para casa, notou que o pai continuava com a vidinha de sempre e teve uma séria conversa com ele: - "Pai, então você não ouve rádio? Você não vê televisão e não lê os jornais? Há uma grande crise no mundo. A situação do nosso país é crítica. Está tudo ruim. O mundo vai ter grandes problemas."

Depois de ouvir as considerações do filho doutor, o pai pensou: "Bem, se meu filho que estudou economia, lê jornais, vê televisão acha isto, então só pode estar com a razão."

Com medo da crise, o pai procurou um fornecedor de pão mais barato (e, claro, pior) e começou a comprar salsichas mais baratas (que eram, também, as piores). Para economizar, parou de fazer cartazes de propaganda na estrada.

Abatido pela notícia da crise já não oferecia o seu produto em voz alta.

Tomadas essas 'providências', as vendas começaram a cair e foram caindo, caindo e chegaram a níveis insuportáveis e o negócio de cachorros quentes do velho, que antes gerava recursos até para fazer o filho estudar economia na melhor escola, faliu.

O pai, triste, então falou para o filho: - "Você estava certo, meu filho, nós estamos no meio de uma grande crise."

E comentou com os amigos, orgulhoso: "Bendita a hora em que eu fiz meu filho estudar economia, ele me avisou da crise... "

Cada um tire as suas próprias conclusões.

(recebido por email)

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Les Baha'is s'inquiètent après plusieurs arrestations en Iran

Artigo de Pable de Roulet, publicado recentemente no jornal suíço, Le Courrier.
------------------------------------------------


DROITS HUMAINS - Après la rafle de six membres de la minorité religieuse, les proches suisses tentent d'alerter l'opinion.

La famille suisse de Aziz Samandri, un Baha'i iranien récemment arrêté avec cinq autres membres de la communauté, s'inquiète pour son sort et plus généralement pour les pratiquants de cette religion née dans la Perse du XIXe siècle. Cette religion, dont les membres forment la plus grandes communauté non-musulmane en Iran, s'est régulièrement retrouvée sous le feu de la répression du régime iranien depuis l'instauration de la république islamique. C'est à la mi janvier, que les six Baha'is – parmi lesquels une assistante de l'avocate des droits humains Shirin Ebadi – ont été arrêtés par les services de sécurité. Le 14 mai 2008, ce sont six figures importantes de la communauté qui étaient arrêtées1. Les raisons de l'arrestation de ces six personnes restent confuses, aucune accusation officielle n'ayant été prononcée.

Selon Patrick Nicollier, cousin de Aziz Samandri, le motif de cette répression serait à chercher dans leur activités au sein de réseaux sociaux de la communauté. «Après plusieurs jours, la seule motivation qui nous ait été communiquée, de façon orale et officieuses, c'est qu'ils ont été arrêtés parce qu'ils entretiennent des liens avec des pays européens et constituent donc une menace à la sécurité extérieure. Il est possible qu'a travers ces personnes, il s'agisse de recenser et réprimer les réseaux sociaux baha'is.»

Les six Baha'is emprisonnés seraient détenus dans des conditions inquiétantes. Comme le cousin de M. Nicollier, ils n'ont pu communiquer avec leur famille qu'une seule fois par téléphone. «Aziz a dit à sa famille qu'il allait bien, mais ont ne sait pas dans quelles conditions il a téléphoné. Il était certainement sur écoute.» Choqué par l'arrestation d'un membre de sa famille, «moins par défense des Baha'is que des libertés fondamentales», Patrick Nicollier cherche à alerter l'opinion à travers la presse. Il a également lancé un profil Facebook pour pouvoir communiquer quotidiennement les informations sur la situation de son cousin à un groupe d'aujourd'hui plusieurs milliers de personnes.

Ce n'est pas la première fois que la famille Samandari est touchée par la répression du régime, le père d'Aziz est mort «suicidé» en prison au début des années 1990. Cette nouvelle vague de répression inquiète au delà de la communauté Baha'ie. L'Organisation mondiale contre la torture a notamment lancé une campagne de défense de cette minorité religieuse, en appelant à envoyer des lettres aux autorités iraniennes pour demander le respect de l'intégrité physiques des personnes arrêtées, et l'accès à une représentation légale.

Quant à la communauté Baha'ie de Suisse, elle suit de près les événements tout en restant prudente sur les actions à envisager, comme l'explique l'attachée de presse de la communauté, Daniele Bianchi: «Notre action se situe à deux niveaux, informer la presse pour alerter l'opinion publique et prendre des contacts discrets avec le gouvernement. Mais nous n'entamerons pas de campagne spécifique pour ces arrestations. C'est une de nos constantes de faire très peu d'évènements de grande envergure. Cela s'inscrit aussi dans notre refus du prosélytisme.»

LE DERNIER MONOTHÉISME

La foi des Baha'is est monothéiste. Fondée en Perse dans le milieu du XIXe siècle, le baha'isme postule un processus d'unification mondiale à travers la force civilisatrice des religions dans l'histoire. Sans clergé, la religion repose sur des textes sacrés que le croyant est appelé à comprendre par lui-même, le prosélytisme étant proscrit.

Cette nouvelle religion révélée a immédiatement été considérée comme une déviance religieuse par le clergé chiite, l'Islam ne reconnaissant pas de prophètes après Mahomet. La révolution islamique en Iran aggravera la situation déjà sensible des Baha'is. Contrairement aux autre minorités religieuses d'Iran, antérieures à l'Islam, ces derniers ne bénéficient, d'aucune forme de protection.

Un large appareil répressif est spécifiquement dirigé contre eux par le nouveau pouvoir: interdiction d'étudier à l'université, de se réunir pour leur pratique religieuse, de percevoir une retraite ou d'inscrire le noms des morts sur les tombes. La répression du début des années 1980, dont plusieurs centaines d'exécutions, poussera plus de 200 000 Baha'is sur un demi-million à quitter l'Iran.